Raquel Amélia dos Santos (Experimente o Dia e seus Sabores – "CARPE DIEM!)


Raquel é nova colaboradora do blog.

Raquel Amélia dos Santos

Pedagoga e professora no municipio de Ribeirão das Neves em Minas Gerais. Produz textos, artigos sobre temas filosóficos, do viver diário, educacionais e outros.

Blog http://amolercomaalma.blogspot.com/

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Carpe Diem” quer dizer “colha o dia”. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.” Rubem Alves

Maravilhoso pensar o dia como um tempo a ser vivido, que traz consigo acontecimentos que se forem comparados à uma fruta, podem ter sabores variados.

Colha o dia, confia o mínimo no amanhã. Não pergunte, saber é proibido (…) É melhor apenas lidar com o que cruza o seu caminho (…) seja sábio, beba seu vinho e para o curto prazo reescale suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciúmento está fugindo de nós. Colha o dia, confia o mínimo no amanhã.” É o que diz Horácio, poeta romano que viveu antes de Cristo.

Não se trata de um simples aproveitar o dia. É preciso vivenciar cada evento no decorrer do dia, percebendo seus cheiros, contemplando suas cores, sentindo seus sabores.

Os sabores!? Podem ser variados. Doces como o mel, amargos, azedos ou levemente adocicados.

Entre as situações que experimentamos diariamente há uma mistura de sabores. Esta mistura pode causar uma confusão no paladar, mas ao mesmo tempo proporcionar um prazer incomum e indefinido.

Nem sempre a indefinição é de todo ruim. O sabor que vai prevalecer vai depender a importância que se dá a cada um deles.

Concentrar-se no doce pode ser uma boa opção. No entanto, nem sempre é possível encontrar apenas o doce. “É melhor apenas lidar com o que cruza o seu caminho (…)

É preciso sentir cada momento do dia como se fosse um fruto que nos é oferecido, que nos é dado.

Diariamente cada pessoa precisa exercer o poder da escolha. Vivenciar e sentir as emoções provocadas a cada instante, requer coragem, sabedoria e sensibilidade.

Sensibilidade e habilidade para utilizar os meios de sentir o ambiente e o mundo. Isso é possível, quando usamos não apenas os orgãos dos sentidos, mas as nossas emoções sem medo.

A cada novo dia que nos é ofertado, temos o privilégio de vivencia-lo, ganhamos uma nova chance para sermos diferentes ou melhores. E ao mesmo tempo, recebemos a incumbência de assumir a responsabilidade de escolher o como lidar com as novidades que se apresentam a cada minuto. Somos assim, convocados à exercer o poder da escolha diariamente.

Ser sábio nesse exercício não é tarefa fácil. Nem sempre o fazemos acertadamente.

Pode-se colher uma fruta qualquer após avaliar seu aspecto exterior, sua cor, seu tamanho ou até a altura em que ela se encontra na árvore. Pode ser que esteja em um galho bem acessível ou no galho mais alto.

O desejável é que ela esteja ao alcance da mão. Podemos nos deparar com o indesejavel, com o imprevisto e até com o abominável.

Pensar o dia, sabendo que nele moram a novidade e os limites do tempo, ajuda a entender que podemos encontrar o desejável, o indesejável, o previsto, o imprevisto e até o abominável.

Para curto prazo, reescale a suas esperanças”… diz Horácio.

Reescalar as esperanças” pressupoem uma escala inicial.

Reescalar a curto prazo, requer de nós assumir a responsabilidade do poder da escolha, conscientes de que o tempo não é confiável, pois “(…) o tempo ciúmento está fugindo de nós (…)”.

O dia a ser vivido, impõe que sejamos quase tão ageis como o tempo.

A esperança só ajuda quando compreendida como objetivo a ser alcançado. Nunca como algo pronto, dado por alguém. Esse tipo de esperança paralisa o ser.

O hoje é valioso demais para ser desperdiçado. Nele mora o que Fernando Pessoa afirma ser “o nascer para a eterna novidade do mundo”.

“Carpe Diem”! não significa simplesmente gastar ou aproveitar o dia. É preciso exprerimentar cada uma das emoções ofertadas por ele, sabendo discernir seus sabores.

Viver o dia confiando o mínimo nas horas vindouras ou no amanhã, lembrando que no hoje moram a novidade e o eterno. Realidades das quais não temos nenhum controle.

Neste caso, resta buscar o equilíbrio para eleger nossas ações no presente, de forma conscientes de que cada escolha tem suas consequências e que somos responsáveis por nós mesmos.

“Carpe Diem”!

Fonte:

Texto enviado pela autora

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