T R O V A S
Aquele amor sem fronteira
no carnaval de nós dois,
morreu nesta quarta-feira
pra virar cinzas… depois!
–ADEMAR MACEDO/RN–
Nesta paixão sem igual,
de alegria verdadeira,
nossa vida é um Carnaval
sem direito à quarta-feira!
–ARLINDO TADEU HAGEN/MG–
As cinzas da quarta-feira
são prantos de Carnaval…
Quanta menina faceira
trocou o “bem” pelo “mal”…
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–
Vi cinzas, na quarta-feira
retratando a decepção
de uma folia passageira
de um carnaval de ilusão.
–MIFORI/SP–
Meio-dia…quarta feira,
com os meus passos ranzinzas,
no trabalho, que canseira…
estou coberto de cinzas…
–NILTON MANOEL/SP–
Pôs-se fim na pagodeira,
resta a cinza, em despedida,
que o vento da Quarta feira
vai levando na avenida!
–PEDRO WILSON ROCHA/CE–
P O E S I A S :
Neste carnaval, espero,
Que brinque com sensatez
E abraçar todos vocês
Na quarta, é o que mais quero
Eis meu pedido sincero
Que faço e não volto atrás
Gosto de você demais
Se for dirigir, não beba
De Deus a graça receba
Tenha um carnaval de paz!
–FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE–
Na quarta-feira de cinzas
logo bem cedo do dia,
faço de rimas e versos
toda minha fantasia;
me visto de inspiração
pra ser mais um folião
no bloco da poesia!
–ADEMAR MACEDO/RN–
S O N E T O S
Palhaço–SERGIO SEVERO/RN–
A maquilagem, aos poucos, perde o viço
O narigão vermelho se desprega
As “Troças” inda insistem na “refrega”,
Mas os Maracatus, deram sumiço.
Num ombro um suspensório jaz, puído
no outro, já caiu, de desfiado
O frouxo pantalão, qual um vestido
velho, põe à mostra o aramado.
Já arrefece o som do tamborim,
Os lábios já perderam o seu carmim,
as pernas não suportam o mesmo passo…
Com o Carnaval morrendo na Ribeira,
junto com a chuva, desta quarta-feira,
chora, o meu tristíssimo Palhaço.
–J. G. DE ARAÚJO JORGE/AC–
Toda a terra está envolta nas neblinas
e a friagem se difunde pelo espaço…
– longe se ouve, em cadência, passo a passo
o caminhar dos boêmios nas esquinas…
Pela sombra – as estrelas pequeninas
com sono, tem o olhar nevoento e baço…
No silêncio da noite ouço o compasso
do sereno a pingar das serpentinas…
Algum bando tardio passa adiante
– e deixa pela noite uma batida
de samba em agonia – estrebuchante…
Quarta-feira de cinzas já amanhece,
– mais outro carnaval em minha vida,
vida que há muito um carnaval parece!…
Textos enviados pelo Autor