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Trova 204 – Ialmar Pio Schneider (RS)

Moral da trova: não te detenhas com pequenas coisas, pois a vida corre inexoravelmente.

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Trova 203 – Ialmar Pio Schneider (Porto Alegre/RS)

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20 de outubro de 2011 · 01:34

Rio Grande do Sul Trovadoresco

Às vezes muita coragem
não traduz bem valentia;
é qual fogo na palhagem
que termina em covardia.
ARLETE SACRAMENTO (Porto Alegre)

Um golezinho somente,
do teu licor de ternura,
para minha alma que sente
tanta sede de ventura!
DELCY RODRIGUES CANALLES (Porto Alegre)

Nesta taça de licor
transbordando de ternura,
brindaremos nosso amor,
nossos sonhos de ventura.
DORALICE GOMES DA ROSA (Porto Alegre)

Não existe mulher feia,
está posto no ditado:
qualquer mulher é sereia
ao homem embriagado…
EVANDRO PÉRSICO (Garibaldi)

É tão nojenta a franguinha,
tão cheia de blablablá,
que se um dia for galinha,
nem raposa a comerá…
FLÁVIO ROBERTO STEFANI (Porto Alegre)

A esperança, nesta vida,
É tudo que nos conduz,
Pela estrada florescida
De sonhos de amor e luz !…
IALMAR PIO SCHNEIDER (Porto Alegre)

Ali moram quatro viúvas
outrora cheias de graças,
mas, daquelas quatro “uvas”
hoje restam quatro “passas…”
LACY JOSÉ RAYMUNDI (Garibaldi)

O frango, metido a galo,
criou tanta confusão,
que acabou sendo “regalo”
da panela de pressão.
LUIZ MACHADO STÁBILE (Porto Alegre)

Praia!… Sol! Manhã risonha!
O ar vai ficando quente.
Ah! biquíni sem vergonha!
Não hã cristão que te agüente!
LYDIA LAUER (Caxias do Sul)

Sina triste o frango tem,
de ser morto, pendurado,
e ouvir quando diz alguém:
– ele é fresco ou congelado?!
MANOEL MARTIM BATISTA (Guaíba)

Quantas vezes, nesta vida,
sufocando o coração,
buscamos n’alma dorida
coragem de dizer “não”.
MARIA BRASIL DE LEÃO (Porto Alegre)

Teu beijo, estranho licor,
pelo qual vivo sedento,
reduz a sede de amor
mas tonteia o pensamento.
MILTON SEBASTIÃO SOUZA (Porto Alegre)

Quero o torpor, a leveza,
que o licor me propicia,
para acalmar a tristeza
da minha vida vazia.
WILMA MELLO CAVALHEIRO (Porto Alegre)

Fonte:
Trovas enviadas por Nuhtara Dahab
Colaboração de Ialmar Pio Schneider

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Trova 190 – Lisete Johnson (Porto Alegre/RS)

Montagem da trova sobre foto obtida em http://weheartit.com/

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Trova 181 – Ialmar Pio Schneider (Porto Alegre/RS)

Montagem da trova sobre imagem de Iraima Bagni

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Trova 178 – Ialmar Pio Schneider (Porto Alegre/RS)

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4 de outubro de 2010 · 23:27

Gislaine Canales (Livro de Trovas)

A minha vida é uma Trova,
trova de ilusão perdida,
pois a vida é grande prova,
que prova a Trova da vida!

A minha vida é um romance,
pois sonhando sou feliz…
Eu deixo que o vento trance
os sonhos que eu sempre quis!

A mistura de mil cores
e toda a luz do universo,
mais o perfume das flores,
desejo pôr no meu verso!

A noite recebe a tarde
num momento de magia…
No pôr-do-sol, o céu arde
e tudo vira poesia!

A paz mundial é utopia
dizem uns…Não é verdade,
se buscarmos na Poesia
as armas da Humanidade!

A saudade da saudade,
varreu, de mim, a alegria,
levando a felicidade
que eu pensava que existia!

As eternas madrugadas
me encontram sempre a chorar.
A vida, cheia de nadas,
não me deixa mais sonhar!

A vida é renovação,
(é amor, é sonho e alegria),
é feita só de emoção,
recomeça a cada dia!

Cada livro é uma vitória
na memória de um País,
pois nos diz de sua glória
e é, da história, a geratriz!

Canto as estrelas nos versos,
com minha alma apaixonada…
Vou acendendo Universos…
“Criando luzes…do nada!”

É contrastante a ironia,
nesta verdade contida:
lindo o entardecer do dia,
triste o entardecer da vida!

É de ternura o momento
em que o Sol sorri do espaço,
se faz vida e sentimento
e lança ao mar seu abraço!

Em meu coração alterno
as estações…todo o dia,
tornando, assim, meu inverno,
lindo verão de poesia!

“Enganam-se os ditadores”
que pensam poder tirar
do mundo, nós, trovadores
e o nosso jeito de amar!

Era noite e a escuridão
pensou que raiava o dia,
ao sentir com emoção
a luz da tua poesia!

Eu prossigo o meu caminho,
procurando um grande amor,
que me envolva com carinho
e me aqueça com calor!

Eu quero poder cantar
meus versos aos quatro cantos,
talvez possa transformar
em risos, todos os prantos.

Eu tenho um sonho bonito:
Caminhar por sobre as águas
e ao chegar ao infinito,
esquecer todas as mágoas!

Hoje estou triste, alquebrada,
sem amor, sem alegria,
mas prossigo a caminhada…
Amanhã é um novo dia!

Lutemos pela conquista
da paz mundial no universo,
numa guerra pacifista,
usando as armas do verso!

Me envolve com mil abraços,
com mil beijos de afeição,
esse mar, de doces braços
com seus lábios de paixão!

Meu interior é risonho,
e posso a todos dizer
“que trago um mundo de sonho”
no meu modo de viver!

Meus lábios apaixonados
bebem o orvalho dos teus,
desses teus lábios molhados,
que sonham com os lábios meus!

Meu verso é meu companheiro
no cenário da ilusão
e o universo, imenso, inteiro,
se torna pequeno, então!

Não lembro de ti, passado,
pois, consegui te esquecer,
agora, só tenho ao lado
os sonhos que vou viver!

Nosso romance de amor
começou bem diferente…
Foi nosso Computador
que aproximou mais a gente!

Nosso romance virtual
é tão doce e verdadeiro
que se torna o mais real
romance, do mundo inteiro!

Novo tempo, nova história,
nova era, novo amor!
Antiga, só a memória
que, aos poucos, perde o valor!

Numa oração, com carinho,
eu peço a SAN VALENTIN:
Coloque no meu caminho
um amor real pra mim!

Nunca mais fiquei sozinha,
pois na Internet eu namoro,
e essa solidão que eu tinha
não mora mais onde eu moro!

O amor é pura magia
e a ternura da emoção
traduz-se nessa alegria
plantada no coração!

O mar é o mais doce amante
pois não cansa de beijar,
num lirismo alucinante,
toda a praia que encontrar!

O prazo que nós tivemos
para o nosso amor viver,
foi pouco. Nos esquecemos
antes do prazo vencer!

O sol dourado se espraia
tão lindo.com seu calor,
por toda a areia da praia
em doces beijos de amor!

Quando existe amor sincero
é forte a emoção que traz,
e ele mostrará, austero,
a grande força da paz!

Que a paz mundial, que sonhamos,
não seja mera utopia…
Para alcançá-la, vivamos
com muito amor cada dia!

Quero cantar pelo espaço
e, nas estrelas, rever
todas as trovas que eu faço.
Trova é prece em meu viver!

Realizando utopias
meu coração quer amar,
no crepúsculo dos dias
da minha vida a findar!

Sendo a vida embriagante
devemos vivê-la bem.
“Há sempre um mágico instante,”
há sempre um mágico alguém!

Sinto as mãos da solidão
num carinho de verdade,
trazendo ao meu coração,
das tuas mãos, a saudade!

“Somos os dois um só mundo”,
somos um só, na verdade,
e esse nosso amor profundo,
é mais que amor, é amizade!

Sou feliz ao relembrar
que realizei meu desejo…
Como foi bom te beijar!
Como foi bom o teu beijo!

Sou tão triste e tão sozinha,
que o eco do meu lamento,
desta saudade tão minha,
escuto na voz do vento!

Sozinhas nas madrugadas,
donas do mundo e da lua,
nossas mãos entrelaçadas
seguem juntas pela rua!

“Teu beijo pela Internet”
traz amor, traz alegria,
é sempre a melhor manchete
acarinhando o meu dia!

“Tua idade não importa,”
se feliz quiseres ser,
pois ao amor, não comporta
ter idade pra nascer!

Tudo é tão encantador,
nosso amor é tão bonito,
“que, em cada noite de amor”
ultrapasso o infinito!

Um mundo melhor…queria,
para deixar aos meus netos,
onde imperasse a alegria
numa transfusão de afetos!

Vem amor, vamos embora,
de mãos dadas pelo mundo,
“vamos viver vida afora,”
esse nosso amor profundo!

Vivemos juntos, mas sós,
nossa solidão somada,
fez de ti, de mim, de nós,
a soma triste do nada!

Vou vivendo meus agoras,
entre sonhos e utopias,
vou transformando em auroras
“as minhas noites vazias.”

Fonte:
http://gislainecanales.com.br/trovas.html

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Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas V)

Andei por árduo caminho
no qual não quero andar mais;
e voltei para o meu ninho
como voltam os pardais…

Ao tentar criar poemas
para contar minha história,
me deparei com dilemas
na fase contraditória…

Aquela que um dia fez
meu coração palpitar,
hoje não saiba, talvez,
desta saudade sem par.

Busco na trova a harmonia
para equilibrar a vida;
é o resumo da poesia
em quatro linhas contida.

Contigo no pensamento,
eu vou compondo esta trova,
porque neste sentimento
minha paixão se renova.

Coração aventureiro,
vive sonhando um amor,
que pode ser verdadeiro,
infeliz ou enganador.

É tão tarde… a madrugada
daqui a pouco vai raiar;
e pensando em minha amada
quero dormir e sonhar…

Eu já vou me convencendo
que nada sei pra ensinar;
amei tanto e não compreendo
o que significa amar.

Eu te quis com tanto afã,
não pude te conquistar;
pela tentativa vã,
peço perdão por te amar…

Houve sempre um sentimento
que nunca teve igualdade,
pois surge a qualquer momento,
e que se chama saudade.

Meu coração se enternece
quando vejo os passarinhos,
no instante que a noite desce,
retornarem aos seus ninhos.
Meu coração treme ainda
ao lembrar-te com saudade,
porque por seres tão linda
eras a felicidade!

Não me compreendes agora
porque no teu lindo rosto
nenhuma lágrima chora
ao saber do meu desgosto.

No coração de quem ama
não morre nunca a saudade,
porquanto é qual uma chama
com fogo da eternidade…

Nosso amor em decadência
foi findando pouco a pouco;
você com sua demência
e eu me tornando mais louco.

O amor que nasce de um beijo
até pode fracassar,
mas se nasce de um desejo
vai permanecer no olhar…

Pelos caminhos do amor
quantos sonhos e ilusões;
e o que causa dissabor
são as nossas frustrações.

Penso em ti de vez em quando
e se não posso te amar,
quero somente, sonhando
teus olhares recordar.

Quando te vi deslumbrante
com teus olhares fatais,
eu notei naquele instante
que era então tarde demais.

Queres me amar, eu aceito
teu bem-querer de bom grado,
porque vivo insatisfeito
por nunca ter sido amado.

Saudade!… palavra viva
do que ficou no passado;
és o bem que nos cativa
para sempre ser lembrado!

Se eu não sentisse saudade
daquela que tanto quis,
talvez a felicidade
não me fizesse infeliz.

Segura o pouco que tens
e amanhã podes ter mais,
porque de todos teus bens
preponderam ideais.

Se leres os versos soltos
neste livro de lamentos,
que não te assaltem revoltos,
infelizes sentimentos…

Sendo um simples aprendiz
de saber da trova o enredo,
sinto que não sou feliz
e me condeno em segredo.

Se o amor não tem futuro
e vive só da esperança,
é qual um tiro no escuro
e sem querer você “dança”.

Se tens amor não escondas,
muito sofri por contê-los;
ele surge como as ondas
e foge ao não ter desvelo…

Tenho saudade da areia
sob o sol a cintilar
e as noites da lua cheia
clareando as águas do mar…

Tuas mãos nas minhas mãos
numa ternura incontida,
sinto que não foram vãos
esses momentos na vida.

Vens à noite de mansinho
e trazes junto contigo
a saudade do carinho
que olvidar eu não consigo.

Fonte:
O Autor

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Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas III)

A minha infância tão pobre
com tantas dificuldades,
mas não deixou de ser nobre,
pois dela sinto saudades.

Amor de triste memória
que me envolveu tantos dias,
hoje é uma simples estória
de falsas alegorias…

Ando à procura de alguém
que me venha dar carinho,
como estou não me convém,
não quero viver sozinho.

À noite sonho contigo
em meu céu de fantasia,
mas depois pra meu castigo
não te encontro noutro dia.

A noite toda em vigília
esperando amanhecer,
pois quando enfim o sol brilha
hei de te ouvir e te ver.

A poesia que me invade
em horas de inspiração,
além de cantar saudade,
também canta solidão!

As cartas que me escrevias
com tanto amor e saudade,
acalentavam meus dias
cheios de felicidade.

As trovas que aqui deponho
à apreciação dos leitores,
são os frutos do meu sonho
que colhi nos meus amores…

Cada dia uma rotina
que devo sempre seguir,
entretanto a vida ensina
que não posso desistir.

Certa saudade descobre
o que ficou à distância:
velha esperança de pobre
dos tempos da minha infância…

“C’est la vie!”, diz o francês
em meio do burburinho…
“Time is money!”, diz o inglês
ao seguir o seu caminho…

Contigo no pensamento
não lembro de mais ninguém:
és meu prazer e tormento,
mas algo que me faz bem…

Contigo no pensamento
tento dormir e esquecer;
no entanto, pra meu tormento
tu não sais do meu viver…

Dediquei-me tanto ao estudo
que quase fiquei mais louco,
procurando saber tudo,
vejo que aprendi tão pouco…

Deve a trova ser singela
e atingir os corações;
quanto mais simples mais bela,
embora tenha “chavões”.

És a musa dos meus versos
que me inspira quando canto
e nos momentos adversos
o motivo do meu pranto.

Esperava compreender
o que me causa aflição,
para não permanecer
nesta horrível confusão.

Esperava o teu sorriso
em teus lábios e nos olhos;
quase perdi o juízo
quando me lançaste abrolhos…

Esta grande desventura
que me causa tanta dor;
eu já creio: não tem cura…
pois perdi o teu amor.

Eu faço trovas sentidas
nestas noites de luar:
são as “paixões recolhidas”
que não consigo olvidar.

Eu que já fiz do meu sonho
um castelo de ilusão,
hoje somente componho
pra matar a solidão.

Faze o verso sem barulho
de trovador solitário,
que se usares falso orgulho
não passarás de um otário.

Já fiz trovas de improviso,
mas com muita reflexão,
pois de uma coisa preciso:
é não perder a razão…

Meus versos estão presentes
na tristeza e na alegria,
e nisso são procedentes
da luta do dia-a-dia.

Minha vida está repleta
de amores incompreendidos
que me fazem ser poeta
de versos arrependidos.

Não adianta querer tanto,
nem amar sem ser amado,
foi assim meu desencanto
ao me sentir desprezado.

Não tarda vir a alvorada
trazendo nova esperança
de prosseguir na jornada
com mais fé e mais confiança.

Não te direi novamente
de minha mágoa sem causa,
ficarei indiferente
como quem pede uma pausa.

Nesta vida quotidiana
cuja rotina me cansa,
apesar do que me engana
sempre resta uma esperança.

No “Meu Caminho até Ontem”
busquei no amor esperanças,
pretendendo que despontem
“Minhas Amáveis Lembranças”.

Nosso amor sem persistência
teve pouca duração,
assim foi sua existência
como chuva de verão.

No tumulto desta vida
nos encontramos um dia,
e sendo minha escolhida
você não me escolheria.

Ouvindo o rumor das águas
eu me ponho a suplicar:
que levem as minhas mágoas
e as afoguem lá no mar.

O verso nasce espontâneo
quando surge a inspiração;
é tal qual um ritmo estranho
a formar uma canção.

Pablo Neruda, o cantor
que leio de madrugada:
“Veinte Poemas de Amor”
e a “Canción Desesperada”.

Perambulando sozinho,
andando por aí a esmo,
eu vejo que este caminho
me faz fugir de mim mesmo.

Por que será que a saudade
traz tanta contradição?!
Pode ser felicidade
e também desilusão…

Quando te vi num relance
meu coração despertou,
sonhando um novo romance
que não se concretizou.

“Quem ama sempre perdoa…”
diz um dito popular,
mas o desprezo magoa
por mais que se queira amar.

“Quem canta os males espanta…”;
certo ditado assim diz,
porque chorar não adianta
e torna o ser infeliz…

Quem ler meus versos verá
que procurei ser feliz;
e afinal entenderá
que nunca tive o que quis.

Se a tristeza me visita
canto uma trova somente,
e desta forma a desdita
foge e me torno contente.

Sou um simples trovador
que vive cantando ao léu
e faço apenas do amor
o meu precioso troféu.

Tantas trovas, tantos versos…
afinal me convenci,
que embora sejam diversos
são dedicados a ti.

Tens razão quando me dizes
que não queres meu amor,
para os pobres infelizes
existe somente a dor.

Uma trova pequenina
demonstra como um teorema,
a realidade que ensina
e diz mais do que um poema.

Vamos em frente, vencendo
as agruras da jornada
e estaremos compreendendo
que não lutamos por nada.

Vem reclinar-te em meus braços
para que eu sinta em meu peito
o calor dos teus abraços
e viva assim… satisfeito.

Viver contigo não posso,
te deixar é o meu destino;
pois quero ver se remoço
e retorno a ser menino.

Vou cantar a noite inteira
até surgir a alvorada,
que minh’alma seresteira
vive sonhando acordada.

Fonte:
Colaboração do Trovador

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Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas II)

Na trova tudo acontece,
que o diga meu coração,
pois amei quem não merece
possuir minha paixão !

Lá na praia se encontraram
e viveram na ilusão,
pois apenas se tornaram
namorados de verão.

Quem namorou algum dia,
sabe o quanto se requer,
para ter a simpatia
e o coração da mulher.

O menestrel sem juízo
um dia nasceu em mim;
daquele instante preciso
me comunicar assim.

Depois de tantos caminhos
percorridos pela vida,
meu troféu são teus carinhos
que tenho em contrapartida.

Lobo da estepe sozinho
anda à procura de alguém,
seguindo pelo caminho
que agora mais lhe convém…

Outrora fui solitário,
não tinha grande vaidade,
mas, hoje, sou perdulário
de tanto amor e saudade !

Quem fizer a gentileza
de não levar por ofensa,
que me ame sem recompensa,
porque vivo na pobreza…

ou melhor

Quem fizer a gentileza
de não levar por ofensa,
que me ame até na pobreza
sem esperar recompensa.

PORTO ALEGRE – RS

Fonte:
Colaboração do Autor

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Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas)

Abacateiros que crescem
num vaso à minha sacada,
dá-lhes água que merecem
ostentar sua ramada!

A beleza do jardim
está contida na flor;
e a graça que não tem fim
encontro no teu amor…

Ainda sonho contigo
de noite na minha cama;
és a musa que persigo
com a paixão de quem ama !

Amo a trova em devaneio
porque quero teu carinho:
é por ela que em ti creio
e te espero em meu caminho.

A noite sucede ao dia
e assim se passam os anos
eu vivo sem alegria
e morro de desenganos…

A noite já vem chegando
para trazer-me a saudade,
pois o tempo foi levando
toda a minha mocidade…

As trovas que a gente escreve,
mesmo que sejam banais:
é um pouco da vida breve
que não volta nunca mais…

Como uma musa eu te quis
e depois como mulher,
oh, como fui infeliz
por amar quem não me quer !

Conheci-a linda outrora
no esplendor da juventude,
mas o tempo leva embora
toda vaidade que ilude.

Das flores todas que planto
em meu modesto jardim,
aquela de mais encanto
vem ser você, meu Jasmim!

Da vida não tenho medo,
da morte ainda não sei
qual há de ser o segredo
que nela desvendarei…

Dentro do peito escondido,
no silêncio da saudade,
chora o coração ferido
pelo punhal da maldade.

Desce a noite devagar:
é o começo do verão…
As aves vão descansar
na calma da solidão.

Deve a trova ser singela
para sabê-la de cor;
quanto mais simples mais bela,
quanto mais terna melhor…

Do amor, fez sua doutrina,
o filho de Deus: Jesus.
E no alto de uma colina
morreu pregado na cruz…

Entre amar e ser amado
eu não sei o que é melhor;
porém, viver desprezado,
é, sem dúvida, o pior.

Eras uma linda fada
num jardim cheio de flores;
assim foste minha amada
na canção dos meus amores.

És a mulher do meu sonho,
digo sonhando outra vez,
este delírio tristonho
é a própria vida que o fez.

Eu só fiz de minha vida
uma história mal escrita;
cavalgando a toda brida,
mas sem fugir da desdita.

Eu vou relendo meus versos,
trovas atuais e antigas,
que rolam hoje dispersos,
formando minhas cantigas.

Fiz de teu corpo uma glória:
me inspiraste uma canção…
Quem vai contar nossa história
de saudade e solidão ?!

Hoje a vejo com saudade
sem o viço da beleza,
pois perdeu a mocidade
na guerra c’o a natureza.

Lembro-me às vezes de ti,
nas horas de solidão,
com amor e frenesi
e uma dor no coração…

Mais do que a própria vida
vives em mim, noite e dia,
e mesmo a esperança perdida
ainda em ti esperaria.

Meu coração tem amores
que me perturbam e quanto !
pois até parecem dores
nascidas do desencanto.

Meus olhos guardam ainda
o momento em que te vi…
Oh! meu Deus, eras tão linda
que nunca mais te esqueci!

Morrer cantando, quem dera,
para você, para o povo,
e ao florir a primavera
nascer cantando de novo!

Neste sábado risonho,
embora esteja sozinho,
procuro deixar que o sonho
encontre, enfim, seu caminho…

No jardim da minha vida,
quantas flores cultivei;
Mas em cada despedida
muitas delas arranquei…

O exemplo mais convincente
de minha triste existência,
foi só… quando inteligente,
paguei o mal com paciência…

Ouve os versos que componho
ao te lembrar, ó querida!
A vida parece um sonho,
um sonho parece a vida…

Ouvi dizer que meus versos
não são os teus preferidos;
não creias nesses perversos
que nos querem desunidos.

Pelo sabor dos teus beijos
me apaixonei, certo dia;
hoje vivo nos desejos
que me traz a nostalgia!

Penso em ti de vez em quando
e se não posso te amar,
quero somente, sonhando
teus olhares recordar.

Pudesse um dia chorar
como nos tempos da infância;
é que o passado no lar
escondeu-se na distância.

Quando chegaste trazias
um mundo imenso no olhar,
ao partires deixarias
só tristeza em teu lugar.

Quando estás à beira-mar,
caminhando sobre a areia,
eu me ponho a meditar
que sejas uma sereia.

Quando lembro do passado
sempre fico convencido
que hoje vivo condenado
por ter o tempo perdido.

Quando te vejo formosa,
passeando pelo jardim,
eu penso que és uma rosa
desabrochando pra mim.

Quando te vi, de repente,
meu desejo foi te amar;
tens um quê tão envolvente,
que tanto me faz sonhar…

Quanta dor num verso apenas
quem sofre pode dizer;
eu mesmo sei de centenas
que assim dizem a sofrer.

Quase sempre estou sozinho,
pensando no que virá
por este árduo caminho
minha vida seguirá!…

Quisera trovas suaves
para um mundo mais feliz
e conversar com as aves
qual São Francisco de Assis !

Quisera um buquê de rosas,
cujo aroma se desfaz
pelas horas dolorosas
deste silêncio mordaz.

Quis viver sempre contigo:
assim era meu desejo.
Agora só por castigo
eu fujo quando te vejo.

Se a Humanidade soubesse
tudo o que a poesia encerra,
certamente não houvesse
tanta desgraça na Terra…

Se te querer foi pecado,
sou um grande pecador;
e por isto, condenado
pelo Tribunal do Amor !

Sigo triste solitário
por este mundo a cantar,
não sei fazer o contrário,
desaprendi de chorar.

Sou amigo das mulheres,
elas só me fazem bem;
sê assim se tu puderes
e serás feliz também…

Tanto te amei… foi em vão;
eu te perco de hora em hora,
mas um dia brotarão
lágrimas de quem não chora.

Tem trovas que a gente diz,
tem outras que a gente lê,
e pra mim a mais feliz
é a que fala de você !

Tenho amigos trovadores
e trovadoras amigas;
às mulheres meus amores
e a todos minhas cantigas…

Tenho amor e penso nela
toda noite, todo dia,
cada vez está mais bela
no meu céu de fantasia…

Tens razão quando tu dizes
que o poeta é um sonhador;
neste mundo de infelizes
só assim suporta a dor.

Um verso pobre, uma trova,
merecem sempre acolhida,
pois o sonho se renova
a cada instante da vida.

Velha lira abandonada
dos tempos da mocidade,
hoje cantas magoada,
não de dor, mas de saudade !

Vive então com muita fé,
inda que a dor te consome…
Diz o ditado: “O que é
d’homem o bicho não come”.

Vivemos na contingência
de alimentar a crendice,
que o caminho da existência
vai nos levar à velhice.

Vou fazer-lhe uma proposta;
pense bem no que lhe digo:
se disser que não me gosta,
quero ser só seu amigo !

Fonte:
Colaboração de Ialmar Pio Schneider

3 Comentários

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Trova 157 – Doralice Gomes da Rosa (Porto Alegre/RS)

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26 de junho de 2010 · 21:04

Trova 155 – Lupicinio Rodrigues (Porto Alegre/RS)

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24 de junho de 2010 · 23:45

Trova LXXXVIII – Tainara Chiossi Martins (Caixas do Sul – RS)


Fonte:
Escola Municipal Fermino Ferronatto – 5a. Série do Ensino Fundamental

Trova vencedora do Concurso da União Brasileira de Trovadores de Caxias do Sul, 2007.

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Trova LXXXVII – Lacy José Raymundi (Garibaldi/RS)

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12 de dezembro de 2009 · 17:16

Trova LXXI (Wilma Mello Cavalheiro – RS)

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15 de novembro de 2009 · 18:21

Trova LXVII (Neoly de Oliveira Vargas – RS)

Trova vencedora no Âmbito Estadual (Rio Grande do Sul) nos Jogos Florais de Porto Alegre – 2007 – Tema: Marujo

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Trova XVII

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6 de junho de 2009 · 21:51