Arquivo da categoria: São Paulo em Trovas
Pedro Mello/SP (Saudade)
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São Paulo Trovadoresco: e-Livreto 1 (Download)
O Livreto 1 possui 32 trovadores do Estado de São Paulo:
Analice Feitoza De Lima
Alba Christina Campos Netto
Campos Sales
Carolina Ramos
Darly O.Barros
Débora Novaes De Castro
Domitilla Borges Beltrame
Dorothy Jansson Moretti
Eduardo Domingos Bottallo
Giva Da Rocha
Héron Patrício
Izo Goldman
Jaime Pina Da Silveira
JB Xavier
Joana Maria Ferreira
Maria De Lourdes Paiva Reis
Maria Helena Calazans Duarte
Marilúcia Rezende
Marina Bruna
Marisa Rodrigues Fontalva
Martha Maria Paes De Barros
Pedro Mello
Renata Paccola
Roberto Tchepelentyky
Sebastião Vieira Da Silva
Selma Patti Spinelli
Sérgio Ferreira Da Silva
Therezinha Dieguez Brisolla
Waldir Gerson Granzotti
Yedda Ramos Maia Patricio
Zaé Junior
Arquivado em download, São Paulo em Trovas
Trova 201 – Pedro Ornellas (SP)
Arquivado em São Paulo em Trovas
Vendaval de Trovas (UBT-São Paulo) Parte I
ANA CRISTINA DE SOUZA
És tudo que sempre espero
tomando posse de mim,
quando murumuro “não quero”
e tu respondes “quer sim”!
Foi punhal atravessado,
que me feriu mortalmente,
o desprezo disfarçado
em teu sorriso descrente…
Na saudade, de horas loucas,
tento ouvir, num sonho vão,
tua voz em frases roucas
de um murmúrio de paixão.
No fim da nossa jornada,
o amor dói feito ferida.
-Porcelana delicada
manchada pela vida…
Teu amor é sedução,
é carinho, é bem-me-quer,
na perfeita tradução
dos meus donhos de mulher…
MYRTES NEUSALI SPINA DE MORAES
Delegada da UBT Atibaia – SP
Naquela casa da esquina
a minha infância passei.
Quando ainda era menina
doce paz eu vivenciei.
No inverno, um pobre mendigo,
com frio, e fome sorriu,
quando um maltrapilho amigo
com velha manta o cobriu.
Poesia é o doce marulhar
que vem das ondas cantantes.
É a borboleta a bailar,
sobre flores por instantes.
Quando a saudade dorida
sufocar-lhe o coração,
busque em Deus uma saída
pois só Ele é a solução.
MARIA VANEIDE ANJOS BLANCO –
Foi no Pátio do Colégio
que Anchieta vislumbrou
de São Paulo, o sortilégio
que o futuro confirmou!
MARIA CECÍLIA QUARTIN BARBOSA –
Vida – princípio da morte,
Morte – final desta vida;
ficando ao sabor da sorte,
o metro dessa medida.
CECÍLIA AMARAL CARDOSO
Em qualquer tema se ajeita,
faz trova o bom trovador.
É como a orquídea perfeita
que em qualquer tronco dá flor!
BEATRIZ SANDOVAL CAMARGO
Infância lembra alegria,
tecida só de ternura.
Se pudesse voltaria,
nesses anos de candura.
Inverno cobre minha alma,
vazia na solidão…
Levo, gravados na palma,
rastros de buscas em vão.
De flores, toda vestida,
surgiu a linda donzela.
Perfumou caminhos, vida,
tornando a Terra mais bela.
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
Se, a foto, o orvalho umidece
-depois que o amor teve fim –
à minha ilusão parece
que ainda choras…por mim!
Passado o tempo, eu percebo
-e o teu regresso me atesta-
que, desse amor, só recebo
migalhas de fim de festa!
Em silêncio, ante a proposta
da vida, a razão assunta…
Quando decora a resposta
a vida muda a pergunta!
Por meu pranto…por meus ais…
por meu viver infeliz…
sei que a saudade é bem mais
do que o dicionário diz!
CAMPOS SALES
Nos telhados da cidade,
a garoa não cai mais,
somente a minha saudade
ainda escorre nos beirais!
A chama aos poucos se apaga
velando este amor desfeito,
enquanto a saudade afaga
o sonho morto em meu peito!
Lembro o sertão, seu encanto,
a lua cheia tão minha,
sem nada eu ter, tinha tanto,
naquele nada que eu tinha!
Nossas culpas divididas,
por castigo ou por maldade,
dividiram nossas vidas,
sem dividir a saudade!
MARILÚCIA REZENDE
Eu suplico: “Volte breve”,
num bilhete… e na verdade,
a esperança é quem escreve
e quem assina é a saudade!…
Teu retrato, enraivecida,
eu rasguei sem embaraços…
Mas a saudade atrevida
juntou de novo os pedaços.
Resisto…mas, distraída,
minha razão nem percebe
quando a emoção atrevida
abre a porta…te recebe!
Se voltas, não sei ao certo,
mas a emoção, sem cautela,
deixa a esperança por perto,
rondando a minha janela!
Melhor entretenimento
não existe para mim:
é ver, a cada momento,
mais flores no meu jardim!
Cai o orvalho ,de mansinho,
nesta aridez do sertão…
e o povo aceita o carinho
que ameniza a insolação!
Semeaste tanto amor
pelos jardins desta vida
que a saudade se fez flor,
depois da tua partida!
Nas carícias, em meu rosto,
tu finges não perceber
os sinais que, de mau gosto,
o tempo brinca ao fazer.
Quando os teus olhos eu fito,
tua meiguice, tão pura,
toca os sinos do infinito,
louvando tanta ternura!
Tua deixaste o teu recado,
sem palavras…mas, no olhar,
meu coração abalado
discerniu: não vais voltar…
Oh chuva, molha o meu rosto
e esconde a lágrima triste
que verteu pelo desgosto
do amor, que não mais existe!
Andei por verdes colinas,
pela imensidão do mar…
mas o amor, só tu me ensinas
na luz deste teu olhar.
ANO NOVO! A humanidade
faz promessas, “simpatia”,
não vê que a felicidade
se conquista dia a dia!
Não vou por esse caminho
que é sem censura e sem prumo;
prefiro seguir sozinho
e traçar meu próprio rumo!
Esperança é combustível
no engenho do bom viver,
mas labor é imprescindível
para tudo acontecer!
Ondas que vêm e vão
mar a dentro, a rebuscar
um sonho…ou a ilusão
de um barquinho a despontar!
Lá estão as borboletas…
coloridas, no infinito;
nas asas levam facetas
do meu sonho mais bonito!
A verdadeira bondade
é genuina canção
que enaltece a humanidade
pois vem lá do coração!
UBTrova
Arquivado em São Paulo em Trovas, UBT
Trovadores da Seção Bragança Paulista da UBT (Amor é…) Segunda Parte
—-
Arquivado em Bragança Paulista, São Paulo em Trovas
Trovadores da Seção Bragança Paulista da UBT (Amor é…) Primeira Parte
morri, amor, de saudade;
no dia em que te perdi,
foi que morri de verdade.
Adalzira Bittencourt (Céu)
Quem tem alma de poeta,
em geral é um trovador,
que na vida tem por meta
semear somente o Amor!
Amilton Maciel Monteiro (S. José dos Campos)
Amar é meu lema de vida;
viver, meu lema de amor.
Quem ama jamais duvida
que será um vencedor.
Anna Servelhere (Bragança Paulista)
——————-
Antonio Miguel Cestari (Bragança Paulista)
O brilho do teu olhar
refletiu nos olhos meus.
Início do caminhar
unidos no Amor de Deus.
Pense em Deus, maior Amor
que criou o universo,
na singeleza do verso
que inspira neste louvor.
Deixe logo esse terror!
É o que todo mundo diz.
Viva em paz, em pleno amor.
Tenha uma vida feliz!
—————————–
Cida Moreira (Bragança Paulista)
Seu amor – e sou feliz!-
é o meu maior presente
pois tudo que sempre quis
é só te amar, simplesmente.
No mistério desse olhar
naveguei a minha vida
como um barco em alto-mar
sem jamais achar guarida.
—————–
Flávio Rodrigues (Bragança Paulista)
Mágoa é desgosto, amargura,
paixão, descontentamento,
desagrado, dó, tortura,
tristeza…enfim, sofrimento!
Helena Walderez Scanferla (Bragança Paulista)
Sim! Desde que a vida existe
aqui na face da Terra,
só o amor é que subsiste
na palavra que encerra.
Tantos amores na vida
eu já tive com alegria;
hoje, esta vida bandida
levou-me tudo o que eu tinha.
Henriette Effenberger (Bragança Paulista)
Na grandeza do universo,
enxergo os olhos de Deus.
Na pequenez de meu verso,
mergulham os olhos teus…
O periquito atrevido
adivinhou meu desejo:
beleza, grana e um marido
no toque do realejo.
Joarez de Oliveira Preto (Bragança Paulista)
Sentei-me ali na varanda,
esperando, pode crer,
sem saber por onde anda
meu amor, meu bem-querer.
Olho da porta de entrada,
vejo pássaros voando.
Vi o ônibus na estrada,
mas não vi você chegando.
O ramalhete de flores
que preparei pra te dar;
não esqueças, se tu fores
pretendendo retornar.
No meu castelo de sonhos,
de rosas brancas cercado,
vejo teu rosto risonho,
paz e bem no teu reinado.
Colaboração de Lola Prata com o livro “Amor é…” – Trovadores da Seção Bragança Paulista
da União Brasileira de Trovadores – UBT – Novembro de 2010
Imagem = http://andreiamartins.blogspot.com
Arquivado em Bragança Paulista, São José dos Campos, São Paulo em Trovas
Sérgio Ferreira da Silva (Caderno de Trovas)
seu perfume pela rua…
e eu chego a ter a impressão,
de que é você que flutua!
A inocência, em teu semblante
num contraste, se desfaz,
por ser a prova flagrante
de que me roubaste… a paz!
A mesma brisa que à noite,
sugere encanto e poesia
pode ser, também, o açoite
dos que não têm moradia.
Amigo é aquele artesão
que, sem receios, lapida -–
com o cinzel do perdão
as pedras brutas… da vida!
A sogra entrega o genrinho
ao faminto canibal:
“Cuida dele com carinho…
mas… vê se tá bom de sal!”
À solidão condenada,
na Praça da Eternidade,
minha súplica é chamada
de Monumento… à Saudade!
Choveu… e agora, a enxurrada
leva as coisas, feito alguém
que, ao partir, numa alvorada,
levou minha alma… também!
Confusão na madrugada,
que o bebum transforma em drama:
atira… na namorada
e leva a sogra pra cama !
Desejo é o jovem arrais
que, em vez das embarcações,
suplica encontrar um cais
para ancorar ilusões!
Em sua breve existência,
não pode a brisa supor
que, trazendo a tua essência
me traz a essência do Amor…
É pescador de primeira…
mas, antes que alguém se queixe,
leva no bolso a carteira
e o fone do disque-peixe!
Essa lágrima que corta
teu semblante, sem favor,
é uma gota, mas comporta
um Oceano… de dor!
Essa ternura que exalas,
e os meus receios acalma,
faz um vôo sem escalas
da tua pele… à minh’alma!
Este teu querer incerto,
imprevisível demais,
fez de minh’alma um deserto,
com chuvas… ocasionais.
É tanta fome que eu sinto
(parece coisa de louco!),
que eu só vou ficar faminto
depois de comer um pouco!
Eu suplico, a todo instante,
por tua volta… é verdade.
Mas, a súplica constante
não é súplica… é Saudade!
Faminto, não vi, querida,
talvez, por eu ser tão moço,
que eras fruta proibida
e a tua mãe… o caroço!
Meu destino não se escreve
à força de um vento forte:
teu olhar é a brisa leve
que determina meu norte!
Não vem me chamar de omisso,
porque a culpa não foi minha:
levei o anzol… o caniço
e só me esqueci… da linha!
No compasso das batidas,
o meu coração suplica,
pelo bem de nossas vidas:
Fica…ca! Fi…ca! Fi…ca! Fi…ca!
No curso de nossas vidas,
por diferentes estradas,
nossas almas, distraídas,
continuam de mãos dadas!
Nos sonhos, minha alma alcança
o infinito… e, se estou só,
volto aos tempos de criança
e aos braços… de minha avó!
No velório, a confusão
quando o genro, num rompante,
chegou com pinga, limão,
cerveja e refrigerante.
Numa foto digital,
teu semblante, em luz e cor,
é saudade virtual,
no microcomputador…
O chão batido,… a porteira…
o teu semblante… e o destino…
são os marcos da fronteira
entre a saudade… e um menino!
Para pescar tubarão,
qual foi a isca que usaste?”
“Um pouco de diversão:
minha sogra… num guindaste!”
Quando o pranto fez morada
no teu semblante grisalho,
trouxe a imagem da geada,
cobrindo as gotas de orvalho.
Receio o destino incerto
de perder-me em teus encantos
e tornar-me um livro aberto,
esquecido.. pelos cantos.
Receio que a solidão,
esta falsa liberdade,
faça do meu coração
um escravo… da saudade.
São de brisa os teus carinhos…
teus beijos são vendavais…
e eu me perco em teus caminhos,
aguardando… os temporais!
Teu receio, que dispensa
meu querer e meu carinho,
é trilha fechada e densa…
mas eu encontro o caminho!
Tô faminto… e não tem bóia!
Eu num guento esse jejum!!!
Fome Zero??? Uma pinóia:
minha fome… é MENOS UM!
Tua alma desperta em mim
tanta calma e tanto ardor,
que, se o amor não for assim,
eu mudo o nome do amor!
Um pescador esquisito,
num gesto desesperado,
se revela, ao dar um grito:
“HOJE EU PESCO… UM NAMORADO!!!”
Arquivado em São Paulo em Trovas, Trovas
Mariinha Mota (Caderno de Trovas)
não te entregues ao sofrer,
pois o fim de cada noite
traz sempre um amanhecer.
Vede: o rio de ondas de ouro,
vindo de plagas amenas,
foi no próprio nascedouro
um fiozinho de água apenas…
Nunca tente amaldiçoar
todo o vozerio alheio.
De gente má a gritar
o nosso mundo está cheio.
Se guardaste com esperança
muitas riquezas humanas,
reparte tua abastança
aos que gelam nas choupanas.
Aproxima-te do bem,
procura-o com decisão,
e verás fulgir, além,
a suprema perfeição
Reparte, com amizade,
a prece, a comida, as vestes.
São juros da eternidade.
São dividendos celestes.
Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!
A bondade é flor que encerra,
no mundo, o maior troféu,
daqueles que, aqui na Terra,
vivem voltados pro Céu.
Nasceu na Terra a Bondade,
por ordem do Criador.
Tem por mãe a Caridade
e tem como pai o Amor.
Eu procuro, com freqüência,
desparzir o bem, a luz.
Sei que o fruto dá notícia
da árvore que o produz.
Quando vejo um passarinho
voltando para o seu ninho,
sinto uma dor muito aguda:
saudade do meu filhinho.
Vi, agora, um beija-flor
beijando uma linda rosa!
Lembrei-me, com grande dor,
do meu filhinho, tão prosa!
A diferença do olhar,
do homem que ama de verdade,
é como a brisa do mar
logo após a tempestade…
Recebe de alma serena
todo o golpe que te doa.
Opõe à voz que condena
tua paz serena e boa.
Como é bom sentir o vento,
ver árvores generosas,
ver astros no firmamento,
ouvir canções, ver as rosas.
Sempre, em tudo, o morticínio,
vê o homem bruto, em ânsia;
tendência para o extermínio
é suprema ignorância.
Há tanta gente vibrando
para que a vida me vença
que às vezes, fico pensando:
Ah! Se não fosse esta crença…
Se neste mundo mesquinho
nos tratarem com motejo,
tornar-nos-emos arminho
aproveitando este ensejo.
Toda esperança é qual lume
cheio de luz e calor,
é o mais dulcido perfume
que minora a nossa dor
Guarda no teu coração
a fé viva e a esperança
é da resignação
que nasce toda confiança.
Sempre que o véu da tristeza
ensombrar teu coração,
repara, quanta beleza
está ao alcance da mão!
Os laços indestrutíveis
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis
nascem só das emoções!
És, Brasil, meu ar, meu pão,
o meu templo, a minha escola,
és Pátria do coração
que Deus me deu por esmola.
Ó minha alma insatisfeira,
na escuridão que te alcança,
ante a noite contrafeita,
ergue a tocha da esperança!
Jose Ouverney http://www.falandodetrova.com.br
http://mariinhamotapoeta.blogspot.com/
Arquivado em Jose Ouverney, São Paulo em Trovas, Trovas
Cornélio Pires (Livro de Trovas)
Que vive de reprovar;
É igual à boca da noite,
Que ninguém pode fechar.
Afirmação que interessa
Tanto ao fraco quanto ao forte:
Quem açambarca a fortuna,
Desconhece a lei da morte.
Ante a Lei de Causa e Efeito
Que nos libera ou detém,
Há muito bem que faz mal,
Muito mal produz o Bem.
A pessoa ponderada
Aceita o dever, age e pensa;
Não exagera perguntas,
Falar demais é doença.
As minhas trovas de agora;
Não guardam nada de novo,
São pensamentos dos sábios;
Com pensamentos do povo.
Até que haja na Terra
Limpeza de alma segura,
Todos nós carregaremos
Um pouco de loucura.
Computador é progresso,
Facilidade de ação,
Prodígio da inteligência,
Mas precisa direção.
Convidado para a festa
Não se adianta, nem demora,
Nunca surge tarde ou cedo,
Dará presença na hora.
Da multidão dos enfermos
Que sempre busco rever
O doente mais doente
É o que não sabe sofrer.
Diz o mundo que a nobreza
Nasce de berço opulento,
Mas qualquer pessoa é nobre,
Conforme o procedimento.
Em questões de livre-arbítrio,
Discernimento é preciso;
Todos temos liberdade,
O que nos falta é juízo.
Eis uma dupla correta
Que na vida é sempre clara:
O sofrimento nos une,
A opinião nos separa.
Estes versos me nasceram
Na intimidade do peito,
Se alguém lhes der atenção;
Fico grato e satisfeito.
Existem casos ocultos
Nos corações intranqüilos
Que, a benefício dos outros,
Não se deve descobri-los.
Existem homens famosos,
E muitos deles ateus,
Esquecidos de que moram
No grande Mundo de Deus.
Fenômeno admirável
Para os crentes e os ateus;
Notar em cada pessoa
A paciência de Deus.
Não te irrites, nem fraquejes;
Quando mais te desconfortas,
A tua vida é uma casa
Com saída de cem portas.
Não te revoltes se levas
Uma existência sofrida,
A provação, quando chega,
Age em defesa da vida.
No corre-corre dos homens
Há quadros fenomenais.
Anota: Quem sabe menos;
É fala muito mais.
No que fazer e fizeste
Registra em paz o que tens;
Há muitos bens que são males,
Muitos males que são bens
Observando a mim mesmo,
Anoto em linhas gerais;
Os nossos irmãos mais loucos
Estão fora de hospitais.
O orgulho é uma enfermidade
Na pessoa o que se aferra,
Doença que a vida cura
Usando emplastros de terra.
Provérbio antigo que achei,
Entre nobres companheiros:
“O avarento passa fome
Para luxo dos herdeiros “.
Quem quiser auxiliar
De qualquer modo auxilia;
Quem não quer, manda fazer
Ou deixa para outro dia.
Quem quiser saber o início
Das grandes obras do Bem,
Procure ajudar aos outros,
Nem fale mal de ninguém.
Sabedoria só age
No que for justo e preciso;
Mas a Ciência, por vezes,
Age fora do juízo.
Sem sofrimento em nós mesmos,
Não se sabe o que se é,
Não se sabe da ingenuidade
Nem se sabe se tem fé.
Silêncio é um amigo certo,
Guardando virtudes raras,
No entanto, a palavra livre,
Às vezes, tem muitas caras.
Sociedade é um jardim
De expressão risonha e bela;
Entretanto, a convivência
Exige muita cautela.
Vinha do enterro do avô,
Mas jogou na loteria;
Ganhando cem mil reais,
Antônio chorava e ria.
PIRES, Cornélio. “Alma Do Povo” – Médium: Francisco Cândido Xavier, 1995.
Arquivado em livro de trovas, São Paulo em Trovas
Trova 165 – Héron Patrício (SP)
Arquivado em São Paulo em Trovas
Trova 158 – Fiore Carlos (Limeira/SP)
Montagem sobre imagens obtidas em http://crisousil.blogspot.com e www.plinn.com.br/datas/junina/08/sinha/01.htm (fogueira)
Arquivado em São Paulo em Trovas
Nilton Manoel (Trovas Avulsas)
do chão da praça sem nome,
põe num canto a moradia,
para lutar contra a fome.
vida com seus mistérios
mostra-nos e muito bem
que no Poder, homens sérios,
são sérios se lhes convém.
Dia da árvore, na escola,
faz-se festa às derrubadas;
a folhagem, sempre amola
sujando pátio e calçadas.
O mundo vive pedante;
grita e clama por socorro!
Gasta-se alto a todo o instante,
Não com gente… com cachorro!
Casa velha, quanto encanto!
tem cobras, cupins, lagartos…
uma história em cada canto
e fantasmas pelos quartos.
Na feira da corrupção
dois produtos têm destaque:
-laranja na execução;
pepino na hora do baque!
Meu filho só dá trabalho…
diz, na escola, o pai irado!
e o mestre olhando o pirralho…
por isto estou empregado!
Fonte:
Colaboração do autor
Arquivado em Ribeirão Preto, São Paulo em Trovas
Trova 126 – Izo Goldman (Sao Paulo)
Arquivado em São Paulo em Trovas
Trova XLIII
Imagem:
Montagem de trova e chifres sobre caricatura de Nilmar Piacentini, in Bau do Luizinho
Arquivado em Balaio de Trovas, São Paulo em Trovas