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Mário Quintana (Dos Leitores)

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30 de setembro de 2012 · 17:28

Vicência Jaguaribe (Complô no Reino da Fantasia)

Uma palavra para o leitor

Esta história não deve, de maneira alguma, causar-lhe estranheza, leitor, pois o fenômeno não é novo: não é a primeira vez que personagens de ficção saem das páginas dos livros, ganham autonomia e penetram no mundo real. Vou dar só um exemplo: na peça teatral Seis personagens à procura de um autor, do italiano Luigi Pirandello, seis personagens, ao serem rejeitadas por seu criador, entram na vida real e tentam convencer um diretor de teatro a encenar suas histórias.

**********

Conta-se — mas eu não assino embaixo — que, certa vez, viu-se, no castelo do Príncipe Rodolfo, herdeiro do reino da Appelândia, uma movimentação desusada: há três dias, cavalariços sonolentos limpavam as cocheiras e reorganizavam as baias para receber mais animais; fornecedores chegavam a todo momento para abastecer as despensas; criados domésticos limpavam e arejavam os aposentos fechados e com cheiro de mofo, trocando a roupa de cama, acendendo lareiras e enchendo as grandes tinas de banho, com uma água que talvez nem fosse usada — dizia-se, em surdina, que a maioria dos príncipes não gostava de banho —; chefes de cozinha de fama internacional começavam a preparar pratos que, só de olhar, despertavam não apenas a fome, mas a vontade de comer.

Sua Alteza Real receberia em seu castelo os príncipes que tinham suas vidas e aventuras registradas e deturpadas nos tradicionais contos de fada. Ele próprio fora atingido no papel que desempenha no conto “Branca de Neve e os sete anões”. Mas isso vamos deixar para depois.

Tudo pronto, o príncipe Rodolfo vestiu sua roupa principesca, com manto de príncipe, sapato de príncipe, chapéu de príncipe e tudo o mais de príncipe, e esperou. Se alguém duvidava ser ele um príncipe de verdade, a dúvida acabava ali, naquele momento. Ser príncipe estava em seu corpo e em sua alma: no jeito de olhar, de falar, de andar, de dar ordens, de amar e de odiar. Dizem que os príncipes fazem tudo isso diferente de nosotros. Não confirmo nem nego essa afirmação porque nunca em minha vida vi um príncipe de verdade.

Os convidados fizeram-se anunciar um a um para imprimir à entrada mais pompa e circunstância: 

Sua Alteza Real o Príncipe Nicolau, do Reino da Hipnolândia e da história “A Bela Adormecida”;

Sua Alteza Real o Príncipe Alexandre, do Reino da Cindelândia e da história “Cinderela”;

Sua Alteza Real o Príncipe Aníbal, do Reino da Ferolândia e da história “A Bela e a Fera”;

Sua Alteza Real o Príncipe Orlando, do Reino da Ursolândia e da história “Branca de Neve e Rosa Vermelha”;

Sua Alteza Real o Príncipe Alberto, do Reino da Bravolândia e da história “O príncipe que não temia coisa alguma”;

Sua Alteza Real o Príncipe Ambrósio, do Reino da Sapolândia e da história “Rei Sapo ou Henrique de Ferro”.

E foram anunciados outros príncipes de terras longínquas, cujas histórias eram pouco conhecidas. O príncipe Rodolfo encaminhou suas altezas a um grande salão decorado de espelhos e de lustres feitos do cristal mais puro. 

Todos entraram e a porta foi fechada. Aquela era uma reunião cuja pauta devia ficar em completo sigilo. Príncipes de reinos mais pobres olhavam aparvalhados para tanta beleza e luxo. Os do Oriente admiravam-se com a diferença do gosto e da noção de beleza. Os dos países mais próximos observavam tudo com uma pontinha, deste tamainho, de inveja.

Quando todos se acomodaram, o Príncipe Rodolfo, sentado na cabeceira da enorme mesa, abriu a reunião, falando o maravilhês, língua usada por todos os que vivem na dimensão da magia e do maravilhoso.

— Meus amigos, dignos Príncipes dos reinos vizinhos e dos reinos longínquos, vocês devem ter ficado curiosos e também preocupados com o meu convite. Deixem-me dizer-lhes o motivo pelo qual eu, presidente da Associação dos Príncipes dos Contos de Fada — APCF —, convoquei-os para esta reunião: rever a posição e a caracterização dos príncipes nos contos de fadas. Relendo, há pouco tempo, algumas obras famosas, tomei consciência de como somos tratados nas histórias. E não gostei do que descobri.

(Vamos dizer a verdade sobre o despertar da consciência crítica do Príncipe Rodolfo. Não foram os livros que ele diz haver lido, mas algo muito mais sério. Um dia, quando admirava aquela sala e seus lustres, acompanhado do pai, o Rei William, ouviu dele a informação do encantamento que envolvia o aposento: se uma pessoa tivesse certeza do que queria, se estivesse disposta a corrigir os erros de uma situação, ao fixar-se em um dos espelhos teria o senso crítico intensificado. Na primeira oportunidade, o Príncipe voltou ao salão e, ao mirar-se em um dos espelhos, enxergou a própria vida e a de muitos dos seus pares, como elas eram retratadas nas histórias. E não gostou do desvelamento feito pelo seu senso crítico agora aguçado.)

— Nossas vidas são exatamente como vou aqui expor. Digo, sem titubeio, que não temos nenhuma importância, nenhum carisma e, principalmente, não temos caráter ou personalidade.

— Vossa Alteza nos chamou aqui para nos falar de nossos defeitos e fraquezas? — Ouviu-se a vozinha fraca do Príncipe Sapo.

— Não. — Retomou a palavra o Príncipe Rodolfo. — Chamei-os para alertá-los sobre a maneira como os escritores nos apresentam em suas histórias. Eles desvalorizam nossas figuras. Esse é um ponto que atinge todos os príncipes dos contos maravilhosos, que só existem neles e por eles. Nesses contos, não temos nem nomes; somos conhecidos pelo nome da protagonista da história, que geralmente está presente no título da narrativa — o príncipe de “Branca de Neve”; o príncipe de “Rapunzel”, e assim por diante. Cada um de nós é simplesmente o Príncipe, como se não fôssemos indivíduos, mas entidades sociais ou pessoas jurídicas. Você, por exemplo, Príncipe Nicolau, seu nome não aparece uma única vez na história da Bela Adormecida. E, o que é mais, grave: amputaram o seu conto. Ele termina no seu casamento com a princesa ex-adormecida. Nada daquele final macabro, que faz até jacaré chorar.

— É verdade que o cortaram nesse ponto?! E o que fizeram com o restante?

— Ora! Amassaram e jogaram no lixo. Não vê que agora, no mundo do reality show, é proibido contar para as crianças certos detalhes das histórias. Também inventaram um tal de politicamente correto, que está levando os novos escritores a deformar as histórias tradicionais.

— Como pode ser isso? — Perguntou o Príncipe Ambrósio.

— Pode, meu amigo, no mundo do reality show, as coisas mais estapafúrdias acontecem. E tudo é muito contraditório. A minha história foi alterada: inventaram que  Branca de Neve acordou com um beijo meu. Imaginem se eu beijaria uma defunta ou uma quase! Os deuses me protejam! A verdade é que, quando a vi deitada no esquife, bela como eu jamais pensara que uma princesa pudesse ser, apaixonei-me. Tentei comprar o esquife, mas os anões negaram-se a vendê-lo. Quando, porém, entenderam que eu ficara profundamente apaixonado pela garota e ouviram minha declaração de amor — Dai-me, então, como um presente, pois não posso viver sem ver Branca de Neve.  —, tiveram piedade de mim e mandaram-me levar o caixão. Os servos que traziam o esquife para o meu castelo tropeçaram. A urna não caiu, mas balançou muito, o que fez a princesa expelir o pedaço da maçã envenenada preso em sua garganta. Imediatamente após o incidente, pedi a princesa em casamento.

E com sua história — “Rei Sapo ou Henrique de Ferro” —, Príncipe Ambrósio, ainda foi pior. Nem príncipe aparece. Em uma das versões modernas da história, o sapo se transforma, vejam só, em um corretor de imóveis, que planeja construir, na bela floresta do reino da Sapolândia, o que eles chamam de shopping- center. Outro detalhe: até o criado tem nome — Henrique. E Vossa Alteza, nada.

— Mas qual a razão de fazerem isso com a minha história?

— Acho que foi para denunciar a destruição das florestas que está acontecendo por lá, pelo mundo da realidade.

— E o que houve com minha história? — A pergunta vinha do príncipe Alexandre.

— A sua história, Alteza, já é ridícula desde que foi inventada — falou o príncipe Rodolfo, com sua franqueza habitual. Quem já viu um príncipe de sangue real ir de casa em casa com um sapato na mão, procurar a dona desse sapato, que poderia até ser uma plebeia, para com ela se casar! E, ainda por cima, Vossa Alteza prepara a festa, dança com a jovem desconhecida e ninguém sabe, nem a jovem, muito menos o leitor da história, que seu nome é Alexandre.

— Suas palavras me ofendem, príncipe Rodolfo. 

— Desculpe-me. É esta minha boca que insiste em ser sincera, por isso exagera na verdade.

— Desculpas aceitas, Príncipe Rodolfo.

— E sabe, Príncipe Alexandre  —, continuou o Príncipe Rodolfo — que os estudiosos descobriram uma versão da sua história muito mais antiga do que a europeia que conhecemos? E, talvez, bem mais interessante. É chinesa e parece ter sido a primeira versão escrita do conto “Cinderela” ou “Branca de Neve”.

— Interessante, muito interessante! Mas humilhante para este Príncipe aqui, que nem original é. — Choramingou o Príncipe Alexandre.

— Bem — retomou a palavra o Príncipe Rodolfo — para encerrar nossa reunião, um detalhe dos mais graves: todos nós, os príncipes, parecemos, nos contos de fada, uns idiotas. Apaixonamo-nos, à primeira vista, pela primeira jovem bonitinha que aparece e, rápido como a queda de um raio, contratamos casamento. E ainda somos apresentados como uns imbecis e preguiçosos, que levam a vida caçando, passeando e tentando encontrar dragão. Não temos nenhum papel no reino, a não ser procurar uma noiva e defendê-la dos dragões e das maldições das bruxas. Isso me deixa desolado. E tem mais: aquele felizes para sempre já está tão fora de moda! Quem é feliz para sempre, principalmente casando com as princesas mofinas dos contos de fada? Princesas que não fazem nada de proveitoso, não conseguem nem vestir-se sozinhas, passam os dias esperando a chegada de seus falsos heróis. São tão sensíveis, mas tão sensíveis mesmo, que sentem o desconforto causado por uma ervilha colocada sob vários colchões. Me dá vontade de falar como falam os príncipes e os não príncipes do mundo real: Minha amiga, me dá um tempo. Que tal se garantir um pouco e esperar menos?  Afinal de contas, o que as pessoas do mundo do reality show pensam que nós, moradores do mundo paralelo da fantasia, somos, para nos representar assim?

— É, a situação é grave e vergonhosa. O que Vossa Alteza sugere que façamos? — Perguntaram os príncipes ao mesmo tempo.

— Sugiro uma crise de ilustrações. Sem ilustrações, nada de livro para criança. Cada um de nós se encarregará de achar alguém com o poder de fazer desaparecerem todas as ilustrações das histórias que foram alteradas. Vamos marcar outra reunião para de hoje a um mês.

Satisfeitos, Suas Altezas dirigiram-se à sala onde serviriam o almoço, que foi digno dos deuses. Depois do almoço, repousaram uma meia hora e foram à caça. O Príncipe Rodolfo, com seu senso crítico hipertrofiado pela permanência na sala mágica, pensou um pensamento tão estranho quanto polêmico: Será que os contadores de histórias não estão certos na caracterização — ou falta de caracterização — dos príncipes? Parece que somos todos iguais: parasitas em busca de aventuras e de um amor instantâneo, feito leite em pó.

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P.S. A partir daquele dia, as editoras que trabalhavam com livros infantis foram processadas e tiveram que pagar boas indenizações aos clientes, por venderem livros cujas ilustrações se apagaram.

Fonte:
A Autora

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Eliana Jimenez (Trova-Legenda Edição Especial "Minha Trova Favorita")

Tem muito mais graça a vida
quando a gente tem com quem
repartir bem repartida
a graça que a vida tem.
A. A. de Assis – Maringá/PR

Para você afogar
as mágoas do dia-a-dia,
não precisa se drogar…
Use a Trovaterapia!
Ademar Macedo – Natal/RN

És Marinha do Brasil,
garbosa e plena a brilhar;
sempre zelosa e gentil,
protegendo nosso mar.
Agostinho Rodrigues – Campos/RJ

Cada momento vivido
na vida que se renova,
às vezes é definido
apenas em uma trova!
Alberto Paco – Maringá/PR

Tal e qual toda laranja
se dá repleta de gomos,
amigo bom sempre arranja
como exaltar o que somos!
Amiton Maciel Monteiro – S. José dos Campos/SP

Te recuerdo cada día
con el amor más profundo,
pues eres la vida mía
y por ti lo grito al mundo
Ángela Desirée Palacios – Venezuela

Na velha casa vazia,
onde entrei, com ansiedade,
só o silêncio respondia
ao chamado da saudade…
Angelica Villela Santos – Taubaté/SP

Quando a lua em plenilúnio
sobre a floresta desmaia,
o mar chora de infortúnio
nos braços mornos da praia.
Antonio Juraci Siqueira – Belém/PA

Na escuridão em que sigo,
no meu passo caracol,
aquele que vai comigo
é meu imenso farol.
Antonio Cabral Filho – Jacarepaguá/RJ

Vou sem rumo, de partida,
nas águas do meu sonhar;
– a jangada é minha vida,
vou remando além do mar.
Ari Santos de Campos – Itajaí/SC

Eu te imploro, por favor,
não insistas neste adeus.
Se não for por meu amor,
fica pelo amor de Deus!
Arlindo Tadeu Hagen – Belo Horizonte/MG

Como é bom o amor, se a gente,
sem limite de emoção,
ama alguém que também sente
pela gente igual paixão!
Arnaldo Ari – Rio de Janeiro/RJ

Por meia hora… uma hora,
beijos e abraços somente…
– Quanto mais longa a demora,
mais gostoso o finalmente!
Bruno P. Torres – Niterói/RJ

Meu viver nunca é tristonho,
do mar, copiando a investida,
eu jogo espumas de sonho,
por sobre as pedras da vida!..
Carolina Ramos – Santos/SP

Ouço passos da sacada…
Ansiosa chego ao portão
e vejo em minha calçada
o final da solidão!
Clenir Neves Ribeiro – Brisbane/Austrália

Hoje a vitória te alcança…
Cuidado ao virar a mesa;
a vida é eterna cobrança
num mercado de surpresa.
Conceição Parreiras Abritta – Cataguases/MG

Quando miro o infinito
parece longe, distante…
Mas, querido, quando o fito,
infinito é esse instante!
Cristina Cacossi – Bragança Paulista/SP

Quem leva a vida no amor,
dos sonhos nunca se cansa
que o mundo só perde a cor
quando se perde a esperança.
Dáguima Verônica – Santa Juliana/MG

Meu perdão foi em tributo
a uma lágrima suspensa:
– um detalhe diminuto
mas, que fez a diferença…
Darly O. Barros – São Paulo/SP

A minha grande alvorada
Será eterna… eu suponho:
– Se um sonho não der em nada
eu troco por outro sonho!
Dilva Moraes – Nova Friburgo/RJ

Do que agitou nossas almas
restam sonhos calcinados,
cingindo as crateras calmas
de dois vulcões apagados.
Dorothy Jansson Moretti – Sorocaba/SP

Vejo no espaço infinito
e em cada constelação
nosso amor nos céus inscrito
como obra da criação.
Eliana Jimenez – Balneário Camboriú/SC

Só se salva de verdade,
nesta enchente de amargor,
quem faz da fraternidade
o seu barco salvador!
Flávio Stefani – Porto Alegre/RS

Os meus amigos são tantos
de uma bondade sem fim,
que não preciso ter prantos
pois eles choram por mim!
Francisco José Pessoa – Fortaleza/CE

Vivemos juntos, mas sós.
Nossa solidão somada,
fez de ti, de mim, de nós,
a soma triste do nada!
Gislaine Canales – Balneário Camboriú/SC

Sinto-me mais brasileira,
com minha alma enaltecida,
ao ver em terra estrangeira
a nossa Bandeira erguida!
Glória Tabet Marson – S. J. dos Campos/ SP

Parabéns não é bastante,
em dobro é o que mais convém
dar-te o céu, mas neste instante
ainda é pouco também.
Haroldo Lyra – Fortaleza/CE

Longe de pranto e de dores,
o nosso amor sem cobranças
tem um perfume de flores
como o de duas crianças.
Janske Niemann – Curitiba/PR

Numa espera doce e mansa,
qual zelosa tecelã,
bordo rendas de esperança
para enfeitar o amanhã.
Jeanette De Cnop – Maringá/PR

Com meus sonhos mais singelos,
embalados na esperança,
venho erguendo meus castelos
desde os tempos de criança.
Jessé Nascimento – Angra dos Reis/RJ

Não há sorriso que emplaque
na comédia dessa vida,
se na ironia da claque
qualquer verdade é escondida.
João Batista Xavier Oliveira – Bauru/SP

Deu-me a sorte com descaso,
no banquete deste mundo,
alegria em prato raso
e tristeza em prato fundo…
José Fabiano – Belo Horizonte/MG

Cultivemos o jardim
do amor, com perseverança,
para que seja o estopim
de um futuro de esperança.
José Feldman – Maringá/PR

Ao voltar, com muito amor,
ao campo que já foi meu,
bebi no cálix da flor
o mel que a abelha esqueceu.
José Lucas de Barros – Natal/RN

Oh, minha trova querida,
que com carinho criei.
Não digo “esta é a preferida”,
nem a quem a dediquei.
José Marins – Curitiba/PR

O tempo passa depressa
mas, quem diz que eu envelheço?
– cada olhar é uma promessa!
– cada espera… um recomeço!
José Ouverney – Pindamonhangaba/SP

En la sangre corre vida
en la mente inspiración
en el alma dolorida
está ausente la canción.
Libia Beatriz Carciofetti – Argentina

Meu desejo percorreu
teu corpo como compasso,
circulando o que é tão meu,
na geometria do abraço.
Lisete Johnson – Porto Alegre/RS

Apesar de meu soluço
todo o corpo sacudir,
sobre a tristeza debruço
a coragem de sorrir.
Lóla Prata – Bragança Paulista/SP

Dias felizes, ligeiro
o tempo, as horas marcou…
E aquele amor verdadeiro,
foi morrendo e acabou…
Lora Saliba – São José dos Campos/SP

Eu tenho perseverança
e à tristeza me anteponho:
garimpeiro da esperança,
sempre vivi do meu sonho.
Luiz Carlos Abritta – Cataguases/MG

Por te amar tanto, é que a vida,
embora dure um segundo,
possui o espaço e a medida
das horas todas do mundo…!
Mara Melinni – Caicó/RN

Iluminando meu ser
O teu sorriso comprova,
que a cada alvo amanhecer
O meu amor se renova.
Maria Luiza Walendowsky – Brusque/SC

Sonho um mundo colorido,
flores perfumando a estrada,
sem um ai, sem um gemido
de criança abandonada.
Marina Valente – Bragança Paulista/SP

O tamanho do universo
não cabe em minha janela,
mas entra em pequeno verso,
quando estou de sentinela.
Mário A. J. Zamataro – Curitiba/PR

Eu busquei felicidade,
naveguei mares de dor,
encontrei-a de verdade
nos braços do meus amor…
Meire Carla de Fabiano – Belo Horizonte/MG

Tu foste uma flor selvagem,
tão selvagem quanto a terra.
Labutaste com coragem,
com amor que em ti se encerra.
Mifori – São José dos Campos/SP

Amizade é sol que aquece
aonde quer que se vá;
nem sempre o sol aparece,
mas se sabe que está lá…
Myrthes Masiero – São José dos Campos/SP

Dedilhar de um violão
sobre esse “Abismo de Rosas”,
trovadora da emoção,
sofro torturas saudosas…
Nadir Giovanelli – São José dos Campos /SP

Estou aqui de passagem
neste mundo de ilusões,
com fé, amor e coragem
vou vencendo as tentações.
Neiva de Souza Fernandes – Campos/RJ

Saudades da meninice
eu sinto, sempre que vejo
meus netos em peraltice,
e, não tem jeito: marejo!
Nemésio Prata – Fortaleza/CE

Se nada é assim tão lindo
do jeito  que foi sonhado,
que tudo seja bem-vindo…
e vindo, que seja amado.
Olga Agulhon – Maringá/PR

Quem cultiva uma amizade
dentro do seu coração
pode morrer de saudade
mas nunca de solidão.
Olympio Coutinho – Belo Horizonte/MG

Ó meu doce canarinho,
abre as asas contra o vento
e, leva, pelo caminho,
nas asas, meu pensamento…
Olga Maria Dias Ferreira – Pelotas/RS

Pelas manhãs vou buscando
minha esperança perdida…
Há sempre um sonho vagando
nas alvoradas da vida!
Prof. Garcia – Caicó/RN

Eu, da saudade me farto,
vencendo a insônia risonho,
quando apago a luz do quarto
e acendo a luz dos meus sonhos!
Rodolpho Abbud – Nova Friburgo/RJ

Mesmo tendo a vida fútil
trato dela qual um templo;
não sou por completo inútil
pois sirvo ao menos de exemplo.
Secel Barcos – Cambridge/Canadá

A Trova é tão pequenina
mas quanta beleza encerra ;
feliz de quem tem a sina
de espalhá-la pela Terra!
Sônia Ditzel Martelo – Ponta Grossa/PR

Bravura é viver sorrindo
embora seja evidente
que a vida é dor insistindo
em ser mais forte que a gente.
Thalma Tavares – São Simão/SP

O mendigo solitário,
perambula pela rua.
Ao redor só o cenário
de uma imensa e fria lua.
Vanda Alves da Silva – Curitiba/PR

Somos heróis, sem medalhas,
vencendo, com valentia,
as anônimas batalhas,
na luta de cada dia.
Vanda Fagundes Queiroz – Curitiba/PR

Um amigo com valor
e que amizade nos tem,
vem primeiro à nossa dor
só depois à dor que tem.
Victor Batista – Barreiro/Portugal

Diz a criança ao adulto:
” – Protege-me contra o mal!…
E jamais serei o insulto
de um infeliz marginal”.
Wagner Marques Lopes – Pedro Leopoldo/MG

No lençol, que era perfeito,
entre os “motivos florais”,
o tempo foi sem respeito
bordando “saudade” a mais.
Wandira Fagundes Queiroz – Curitiba/PR

Agradeço aos trovadores pela amizade, carinho e participação durante este primeiro ano da Trova-legenda.

Fonte:

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Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Projeto Entre Poetas)


LUZ 
Antonio Manoel Abreu Sardenberg 
São Fidélis “Cidade Poema” 

Como a luz de um sol irradiante 
surgindo na manhã de primavera, 
procuro loucamente a todo instante 
ser também sua luz, doce quimera. 

Envolver o seu corpo com calor, 
fazer do nosso encontro um acalento, 
sonhar que a vida é feita só de amor, 
amar por toda a vida este momento! 

Em seguida, num cálido aconchego, 
sem pudor, e sem medo, e sem juízo, 
trançar os nossos corpos num apego, 
fingir que o nosso mundo é paraíso! 

Comer com gosto todas as maçãs, 
ignorando que o fruto é proibido… 
deixar que o despertar do amanhã 
desfaça esse sonho concebido! (sem pecado) 

ÂNSIA DE VIVER
Simone Borba Pinheiro

Meu tempo, não tem tempo
de esperar por ti.
Por ti que, só enganos, somou
aos meus desenganos.

A noite fria já não tem mais lua
E eu amor, já não sou mais tua.
Meu corpo hoje, se aquece em outros braços
e, é por isso que rompo todos os laços
com o tempo passado,
que nunca teve tempo para mim.

Cansei de esperar pelo vinho
que depois de feito,
já não fazia mais efeito em mim.
Cansei do dia, da noite,
da vida vazia
que se apoderou de mim.

Perdoe amor, os meus desencantos,
mas hoje só canto,
a alegria de viver.
Viver o amor, sem pranto,
com outro amor no meu canto,
cantando pra eu dormir!

POR AMOR 
Maria Tomasia

Por amor a ti, qualquer coisa faço;
enfrento ventos, atravesso brumas,
sem medo algum, vou até o espaço,
cruzo mares e me visto de espumas.
Desde que te entreguei meu coração,
nada existe que não possa enfrentar;
das vaidades fiz juras de abnegação…
só não deixo nosso amor se fragmentar.
Por amor a ti, transponho fronteiras;
para te encontrar, vou ao fim do mundo.
Sempre te amarei de todas as maneiras,
porque o que sinto é muito profundo.
Lembra que ninguém te amou assim;
por isso, peço-te, esquece o passado.
Olha o presente e o que tens, enfim:
amor como o meu tem que ser cultuado.

DOR…
Ciducha

Fala-me da dor
que meu coração abriga,
e que tanto nos castiga…

Fala-me de amor!
Do amor sofrido, não vivido,
desse amor feito de expectativas…

Fala-me da esperança,
que não ouso apartar-me dela, e a carrego
para onde vou, ou então seria o fim…

Fala-me agora disso tudo!
Estou cansada demais
para ter sono…
Ferida demais
para sentir dor…
Abandonada demais
para estar só…
Assustada demais
para ter medo…
E tão ostensivamente perseguida demais…
para fugir!

Depois… em outro tom,
com outro som,
fala-me de paz, de amor,
de esperança,
para que eu possa finalmente,
desvencilhar-me dessa dor tão terrível, e…
crer!

ORGULHO
Daria Farion

E foi na Áustria que André conquistou,
No peito as medalhas ostentou.
Lindo, garboso para o Brasil emigrou
E nesta Terra linda sua Maria encontrou.

Terra abençoada, esposa dedicada eis o laurel.
Prole numerosa, suor a pingar no solo arado.
Nas mãos dos filhos nunca uma enxada colocou,
Longe, longe para colégios enviou.

Meu André, minha Maria quanto orgulho!
Meus pais que a décadas partiram,
Mas do meu coração nunca saíram.
Numa realidade virtual eu afirmo:
– Saudade é vida, 
Vida sem vocês. 

AH! SAUDADE
Nancy Cobo

Saudade do tempo de escola, 
da primeira professora, 
da infância, mesmo sofrida, 
dos avós que se foram, 
dos pais que já partiram, 
das brincadeiras inocentes, 
da juventude que, agora, queremos que volte…

Saudade dos bailes da vida, 
do primeiro Amor, 
do verdadeiro Amor, 
aquele que, de corpo e Alma,
se entrega ao coração, 
mas que, um dia, perdeu-se no caminho…

Caminho esse que quero voltar 
para tentar encontrar 
a felicidade que ficou, 
a saudade do que foi, 
saudade do que é, 
saudade de você.

Fonte:
Antonio M. A. Sardenberg

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Raquel Ordones (Cordel do Amor)

Amor, sem aclaração. 
Não adianta tentar 
E não há o que falar 
Contexto do coração 
Expresso em emoção 
Uma parte é sentida 
A outra: ação contida 
É transparência no ser 
Vem para entorpecer 
É a essência da vida! 

Está no sol da manhã 
Na claridade do dia 
E nos raios de magia 
Beleza do flamboyant 
É o sabor da maçã 
É a condição querida 
E jamais causa ferida 
É a alma integral 
Feição incondicional 
É a essência da vida! 

O caminho do andejo 
É café quente com leite 
No inverno em deleite 
É a delicia do beijo 
É a ânsia do desejo 
É a laranja partida 
É a rosa concedida 
O desabrochar da flor 
O abraço de calor 
É a essência da vida! 

Está nos olhos da criança 
No seu sorriso sincero 
E no Deus que eu venero 
Estampa da esperança 
Na certeza da aliança 
Na risada divertida 
Na poesia que é lida 
Fé que é força na hora 
No instante de agora 
É a essência da vida! 

Amor é tudo de bom 
É o cheiro de perfume 
Na entrega se resume 
Da nota ele é o tom 
E da voz ele é o som 
É primavera florida 
No colo a acolhida 
Está no ato do toque 
E do batom o retoque 
É a essência da vida! 

Enfim: amor é amor 
E com nada se compara 
O mundo anda e para 
Do orbe é o motor 
Da paixão é o ardor 
Sentimento de guarida 
Emoção não esquecida 
É uma ave que voa 
Profundeza que ecoa 
É a essência da vida! 

Fonte:
A Autora

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Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 683)

Uma Trova de Ademar  

O tempo, qual sanguessuga, 
para aumentar meu desgosto, 
fez nascer mais uma ruga 
entre as rugas do meu rosto! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Diz-me esta ruga esculpida, 
entalhe que o tempo fez, 
que a primavera da vida 
só nos floresce uma vez. 
–Jaime Pina da Silveira/SP– 

Uma Trova Potiguar  

Meus sentimentos dispersos
podem ser lidos com calma,
pois na emoção de meus versos
há pedaços de minha alma. 
–José Lucas de Barros/RN– 

Uma Trova Premiada  

2002   –   Belém/PA 
Tema   –   FRUTO   –   M/H 

O mundo, a cada minuto,
mostra a ironia presente,
pois, nem sempre colhe o fruto
a mão que planta a semente!…
–Rodolpho Abbud/RJ– 

…E Suas Trovas Ficaram  

Ah, que estranho desafio
e esquisita proporção:
quanto mais fica vazio,
mais nos pesa o coração! 
–Pe. Celso de Carvalho/MG– 

U m a P o e s i a  

Jesus Cristo em favor da humanidade 
deu a vida, pregado numa cruz, 
tantos outros assim como Jesus 
foram vítimas de tal barbaridade; 
Luther King em prol da liberdade 
expos suas ideias liberais, 
igual a Gandhi na Índia e outros mais 
que tiveram a luta interrompida; 
muita gente doou a própria vida 
rebatendo problemas sociais! 
–Carlos Aires/PE– 

Soneto do Dia  

MORTE DAS ROSAS. 
–Pe. Antônio Tomás/CE– 

Nos canteiros orlados de verdura,
de mil gotas de orvalho umedecidas,
cheias de viço e de perfume ungidas,
desabrocham as rosas a ventura.

Mas a vida das rosas pouco dura,
e em breve a desgraça enlanguescida
a fronte curva nos hastes pendida,
a um raio de sol que além fulgura…

E vão perdendo as pétalas mimosas,
a um sopro mal dos vendavais infestos,
é o despojo final das tristes rosas…

E de cor vermelha pelo chão tombadas
fazem lembrar sanguinolentos restos
de pobres corações despedaçados.

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Eliana JImenez (Participe da Trova-Legenda)

Participe da trova-legenda (acima) do  blog: http://poesiaemtrovas.blogspot.com.br/
Faça uma trova inspirando-se na imagem acima.

Enviem suas trovas para:
elianarjz@gmail.com 
Prazo: 06/10/2012
Publicação: 07/10/2012

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Mário Quintana (Arte Poética)

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29 de setembro de 2012 · 23:45

Trova 230 – A. A. de Assis (PR)

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29 de setembro de 2012 · 23:43

José Marins e Sérgio Pichorim (Fieira de Haicais)


Fieira de Haicais, de José Marins & Sérgio Pichorim, haicais encadeados, é uma adaptação lúdico-poética do renga (poema ligado em estrofes), sem nenhuma pretensão. “Fieira” é ´fio´, e um dos significados é “encadeamento”. Essa “fieira” segue a idéia do renga (sem o dístico após o terceto, mas sim outro haicai), faz ligação com o anterior, traz o kigo quando possível e retrata as estações). Em Curitiba, as estações são definidas, ou não. Nossas vivências se dão nessa geografia. JM


Pares: sp (Sérgio Pichorim)
Impares: jm (José Marins)

551
final de colheita –
com seus trapos ao vento
o velho espantalho
jm-21-5-12

552
fiquei espantado!
toda a vida na roça
e não o conheço.
sp-22-5-12

553
plantação de milho –
nem os tiros de espingarda
espantam as aves 
jm-22-5-12

554
crianças brincando
de esconde-esconde na roça.
quanto pico-pico!
sp-23-5-12

555
brincam as meninas 
porongos maduros viram
 bonecas e filhas
jm-23-5-12

556
massa de biscuit.
entre as frutas coloridas
também um caqui.
sp-27-5-12

557
aula na tevê
nas unhas da mulher
as frutas de outono
jm-28-5-12

558
eu hoje aprendi
a preparar o jiló.
Afro também sou.
sp-28-5-12

559
a nova receita
segue a tradição colona –
pudim de pinhão
jm-27-5-12

560
do modo antigo
ainda é bem melhor.
pinhão sapecado.
sp-29-5-12

561
o outono se vai –
na velha cuia a erva mate
cabocla da grossa
jm-29-5-12

562
descanço à sombra
no veranico de maio.
tererê gelado.
sp-30-5-12

563
que tarde cinzenta
um café com cardamomo
para me animar
jm-30-5-12

564
a pouca luz de
um longo dia chuvoso.
notas ao piano.
sp-5-6-12

565
o gato também
quer dormir até mais tarde
ê, chuva de inverno
jm-5-6-12

566
ah, chuva sem fim.
o aroma do quentão
vem lá da cozinha.
sp-6-6-12

567
que manhã de inverno
o leite bem quente com
chá mate tostado
jm-6-6-12

568
um pequeno brinde
na fatia do bolo.
viva Santo Antônio!
sp-13-6-12

569
a moça sorri –
a imagem de Santo Antônio
de ponta cabeça
jm-13.6.12

570
na festa junina,
um cachorro-quente pro
cachorro-de-rua.
sp-16.6.12

571
chuvinha de inverno
o gato ronrona no colo
que já foi do filho
jm-18-6-12

572
solstício de inverno.
a noite no guardamento
ainda mais longa.
sp-21-6-12

573
um dia de inverno –
tempo de tranquilidade,
diz o mestre Goga
jm-25-6-12

574
noite de são João.
o silêncio é quebrado
pelo foguetório.
sp-24-6-12

575
ah, meu velho bairro
cadê as festas juninas
dos tempos de outrora?
jm-24-6-12

576
festa de são Pedro.
a fogueira é uma
lâmpada vermelha!
sp-29-6-12

577
dia de São Pedro
as sementes de erva-doce
no naco de bolo
jm-29-6-12

578
uma manhã fria.
o chá de gengibre com
casca de laranja.
sp-9-7-12

579
que vento gelado
só o gato de companhia
nessa manhã
jm-9-7-12

580
férias de julho.
a casa mais triste com
a família ausente.
sp-11-7-12

581
cinzenta manhã
por pouco fui acordar
o filho ausente
jm-11-7-12

582
em frente a TV
com tocas e cobertor.
programa da tarde.
sp-27-7-12

583
manhãzinha fria
a garoa não molha o gato
no ninho de lã
jm-27-7-12

584
o vento gelado
me encontrou distraído.
batida de porta.
sp-4-8-12

585
o idoso contempla
o vermelho da suinã –
o ônibus se vai
jm-13-8-12

586
última geada?
não… é a pitangueira
toda florida.
sp-14-8-12

587
ao sopro do vento
espalha-se pela grama
o branco da paina
jm-16-8-12

588
secura de agosto.
o banho dos passarinhos
na água do cachorro.
sp-17-8-12

589
ipês-roxos floridos –
ao cão que puxa o velho
não importa as flores
jm-17-8-12

590
as cores da praça
se escondem com a noite.
pia a coruja.
sp-28-8-12

591
Praça da Bandeira
o vermelho da suinã
agora no chão
jm-28-8-12

592
o mês de agosto
com duas luas cheias.
qual será a cor?
sp-31-8-12

593
lá vem a lua azul –
segunda lua de agosto
de alvura cheia
jm-30-8-12

594
verde e amarelo
são as cores do ipê.
lembrança da Pátria.
sp-4-9-12

595
o sol já no oeste –
de luz amarela acesas
as flores do ipê
jm-5-9-12

596
Parreiral florido
na minguante de setembro.
Não posso podar.
sp-9-9-12

597
cresce a bougainville
do vizinho que morreu –
quem irá podá-la?
jm-11-9-12

598
brincos-de-princesa
 pendentes até o chão.
 brinca a menina.
sp-18-9-12

 599
risos entre folhas –
a mulher que colhe amoras
volta a ser criança
jm-15-9-12

600
na amoreira
 namoram os passarinhos.
 amor e amoras.
sp-19-9-12

Fonte:
http://fieiradehaicais.blogspot.com.br/

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Folclore Portugues ( A Lenda "Aninha-a-Pastora")

Conta a lenda que há muito tempo, talvez no tempo dos afonsinhos, apareceu no vale do Jamor uma pastorinha com o seu rebanho. Ninguém sabia donde ela viera, mas também a ninguém interessava saber. E a pastora por ali ficou, achando o local propício para si e para as suas ovelhas. 

 Todas as manhãs pela alba banhava-se a pastora na ribeira que atravessava o vale, límpida e cantante. Depois, o resto do dia, entretinha-se ora cantando, ora correndo atrás dos borregos. Por vezes, quedava-se horas a fio olhando o ramejar das árvores ou observando os pardais a construir os ninhos ou a alimentar as crias. 

 No Inverno, quando o tempo custava mais a suportar, a pastora alapava-se com o rebanho sob as fragas, esperando que a chuva passasse, agarrada às suas ovelhas preferidas para manter algum calor. 

 Assim passava o tempo a pastorinha que um dia chegou ao vale do Jamor com um rebanho de ovelhas. 

 Certo dia, porém, passou por ali um cavaleiro – que alguns dizem que era o rei – em vistosa cavalgada, acompanhado de alguns moços de armas que com ele iam montear no vale. Os olhos do cavaleiro deram subitamente com os da pequena pastora, que, encostada a uma árvore, bebia tranquilamente uma gamela de leite. Surpreendido com a inesperada visão, o cavaleiro exclamou: 

 – Meu Deus, como será possível que tal beleza exista assim perdida neste vale?! 

 E, encantado, o cavaleiro tentou saber da pastora tudo quanto lhe dizia respeito: 

 – Onde vives, pastora? – perguntou o cavaleiro.

 – Por aí, senhor. 

 – Na aldeia, queres tu dizer? 

 – Não. Vivo aqui, no vale, com estas poucas ovelhas. 

 – A quem pertence o rebanho, pastora? 

 – Ninguém, meu senhor. Encontrei-o no caminho e seguiu-me até aqui. 

 – Não vais querer que eu acredite nessa história, mulher?! Diz a verdade! 

 – Senhor, esta é a verdade, acreditai! 

 O velho aio do cavaleiro, que ouvia a conversa, inquieto com o que parecia simples de mais, interveio: 

 – Tende cuidado, meu amo. A pastora mais parece o demónio a tentar-vos! 

 A rir, o cavaleiro respondeu-lhe: 

 – Ora, velho aio! Se o demónio fosse tão belo como esta mulher, fácil lhe seria tentar o mundo! Deixai-vos disso!. .. 

 Pois, meu amo, vamos ver se o que digo não é verdade! 

 E virando-se para a pastora, que tremia, perguntou: 

 – Onde está a tua família, rapariga? 

 – Não tenho ninguém. 

 – Como te chamas? 

 – Não sei, nunca ninguém me chamou .. 

 – E as ovelhas, encontraste-as! 

 – É verdade, senhor. 

 Pois vede, meu amo, se tudo isto não é muito estranho!.. Por mim, acho que deveis ter cuidado! 

 – Ora, velho medroso! Que há de estranho numa pastora que vive sozinha e não tem família. Depois .. é tão bonita! 

 Enquanto dizia isto, o cavaleiro olhava a pastora, sentindo crescer em si uma ternura magoada e dolorida por haver quem fosse obrigado a viver em tal solidão. E num repente, como quem sente uma necessidade súbita e insuportável de suprir os desamores da vida, o cavaleiro disse suavemente à pastora: 

 – A partir de hoje nunca mais viverás só! Vou levar-te para a corte! 

 – Não quero sair daqui, senhor! – murmurou perentória a rapariga. 

 Pois então, virei eu viver contigo! Mandarei construir uma casa para ti e um redil para as ovelhas.

 E, virando-se para os acompanhantes, ordenou: 

 – Senhores, trazei vestidos e joias, mandai vir pedreiros e artífices que quero uma casa aqui! E tu – acrescentando, virando-se para um deles – tu que sabes vestir e pentear, aninha a pastora! 

 Sem mais uma réplica, obedeceram os companheiros ao cavaleiro – ou seria rei? No vale do Jamor cresceu uma casa onde viveu o cavaleiro com a pastora que mandara aninhar. E à volta dessa casa surgiu, pouco a pouco, uma povoação que durante muito tempo se chamou Aninha-a-Pastora. 

 Hoje, passaram-se os anos, esqueceu-se a lenda, e Aninha-a-Pastora chama-se Linda-a-Pastora. 

Fonte:
Lendas Portuguesas da Terra e do Mar, Fernanda Frazão, disponível em Estudio Raposa

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A. A. de Assis (Revista Virtual de Trovas “Trovia” – n. 154 – out 2012)



Quando o tempo em seu abraço
quebra meu corpo e tem pena,
quanto mais me despedaço
mais fico inteira e serena.
Cecília Meirelles

A primavera aos oitenta
só não está mais vazia
porque a saudade a sustenta
e é seu pão de cada dia.
Miguel Russowsky

Esperança, não me peças
que acredite em tuas juras…
 Já me cansei de promessas
e me perdi nas procuras.
 Milton Nunes Loureiro

No amor que a nós dois encanta
e, para alguns, é até “crime”,
há tanta ternura, tanta,
que mesmo errado… é sublime!…
Nádia Huguenin

Poeta, gêmeo do santo,
sofre muito e não blasfema;
faz dos gemidos um canto,
faz da saudade um poema.
Pe. Celso de Carvalho

Zerando ofensas e afrontas, 
o beijo é o mago auditor
que faz o ajuste de contas
depois das brigas de amor!
Waldir Neves
Deu-se mal em sua empresa
de pedir a mão da bela.
Era a ponte pra riqueza,
não conseguiu nem pinguela…
Alba Krishna Topan Feldman – PR

A noiva, por ironia,
na mala só vai levar
a camisola-do-dia,
que à noite… nem vai usar…
Izo Goldman – SP

– Aqui fala o cobrador.
Pague a conta. Não questione.
– Houve engano, meu senhor.
Eu nem tenho telefone!
Newton Vieira – MG

Viúvo, triste, franzino,
numa fria ele enfiou-se:
por pirraça do destino,
pela sogra apaixonou-se!…
Osvaldo Reis – PR

A cinquentona emergente
se acha culta e esclarecida:
Esforçada… persistente…
já leu um livro… na vida!
Pedro Mello – SP

Mil livros já devorei,
mas neles não achei graça: 
até hoje eu nada sei…
-– Muito prazer! Sou a traça!
Renato Alves – RJ

Toda noite sai “na marra”,
 dizendo à mulher: -”Não torra!”
 Se na rua vai à farra,
 em casa ela vai à forra!…
 Rodolpho Abbud – RJ

É sapateiro e faz “rangos”,
sem grana, não tem recatos…
– Corre aqui, quando assa frangos…
Corre lá, quando há sapatos!
Therezinha Brisolla – SP

Neste planeta avarento,
onde o “ter” é o ditador,
que triste é ver o cimento
roubar o espaço da flor!
A. A. de Assis – PR

De sua ausência estou farto;
por toda casa ela habita…
é na varanda e no quarto
onde ela mais me visita!…
Ademar Macedo – RN

Em qualquer hora do dia
se pode amar de verdade.
São momentos de alegria,
que depois deixam saudade!
Alberto Paco – PR

Um loiro raio de sol
trouxe paz à minha vida…
Sou planta que, no arrebol,
hoje esplende renascida!
Amaryllis Schloenbach – SP

Tão certo quanto a laranja
é toda feita de gomos,
amigo bom sempre arranja
como elevar o que somos.
Amilton Maciel – SP

Meia noite… ou meio dia?
O meu relógio quebrei.
E, na minha nostalgia,
se é dia ou noite…não sei…
Angélica Villela Santos – SP

Quando você está presente,
 de imediato a vida muda…
– Você é linda, é doce, é ardente,
minha amada, minha tuda…
Bruno Pedina Torres – RJ

Quando afago teus cabelos,
como o vento afaga a flor,
tenho a esperança de vê-los,
brancos, seguidos de amor.
Carmen Pio – RS

Por te amar, tenho sofrido,
mas não me arrependo: Vem!
Quem ama as rosas, querido,
ama os espinhos também!
Carolina Ramos – SP

O vento sopra tristonho,
na solidão que me invade…
– Transforma brisa de sonho
em vendavais de saudade…
Clenir Neves – Austrália

Nosso anel só de ternura,
elo de eterno esplendor,
guarda em firmeza e espessura
toda a beleza do amor.
Conceição Abritta – MG

Se já viveste bastante,
se já sofreste também,
por certo já vai distante
o peso que a vida tem!
Cyroba Ritzman – PR

Ponha luz no seu caminho,
pinte a estrada de alegria,
deixe um rastro de carinho,
faça um mundo de poesia!
Dáguima Verônica – MG

Meia-noite, e só o que eu faço
é abraçar a solidão,
sentindo inveja do abraço
que os dois ponteiros se dão…
Darly O. Barros – SP

Beijo nas faces, carícias
– como tantas, inocentes;
mas abraços são primícias
dos desejos mais ardentes!
Diamantino Ferreira – RJ

Eu não ouço os teus conselhos
mas, quando fala a razão,
 meus pecados, de joelhos,
 imploram por teu perdão…
Dilva Moraes – RJ

Adotando os bons conselhos
das faculdades morais,
os filhos serão espelhos
da retidão de seus pais.
Djalma da Mota – RN

Vendo a descrença ao meu lado
e a esperança por um triz,
eu chego a achar que é pecado
crer na vida e ser feliz!
Domitilla B. Beltrame – SP

A mão que vai e que vem,
lenta e triste, num aceno,
pertence ao braço de alguém
que ama e perde, mas sereno.
Eliana Palma – PR

Cheiro de terra molhada
é convite à nostalgia
de minha infância encantada
onde morava a alegria.
Eliana Jimenez – SC

Pouco importa que tu venhas
apressado, em teu fulgor,
 pois trazes contigo as senhas
para os feitiços do amor!
 Elisabeth Souza Cruz – RJ
––––––––––––––––
Por estar na solidão, / tu de mim não tenhas dó. / Com
trovas no coração, / eu nunca me sinto só. Luiz Otávio
__________________________
Aquele sonho, tão lindo,
entre nós dois, na verdade,
era um mistério sorrindo
entre o amor e a saudade!
Eva Garcia – RN

A aurora, rubra, se espraia,
e, amanhecendo, deslumbra;
joga o seu charme na praia,
com requintes de penumbra…
Flávio Stefani – RS

Cadeira velha… esquecida,
sem dono e sem mais ninguém…
Só a saudade atrevida
reclama a ausência de alguém!
Francisco Garcia – RN

Saudade é o tempo guardado
dentro do peito da gente…
Nó que se dá, no passado,
e se desfaz no presente.
Francisco Pessoa – CE

Somente o mar é capaz,
numa beleza sem fim,
de encher minha alma de paz,
e essa paz transborda em mim!
Gislaine Canales – SC

Qual um pastor diligente
cuidando do seu rebanho,
pastoreio no presente
minhas saudades de antanho!
Gutenberg Andrade – CE

O forte nó da saudade
amarra o tempo num laço,
e aprisiona a mocidade
nas trovas de amor que eu faço.
Héron Patrício – SP

Debruçado na janela, 
vendo a vida que passou,
 fez o pintor aquarela
das lágrimas que chorou.
 Ieda Lima – RN

Eu pedi felicidades,
pedi alegrias e amor,
pedi grandes amizades,
e Deus me fez Trovador
JB Xavier – SP

O amor é o que mais importa
nos caros anseios meus:
é ponte que nos transporta
a um doce encontro com Deus.
Jeanette De Cnop – PR

Ah, relógio, meu amigo,
teus ponteiros, como correm!
O tempo voa contigo
e com ele os sonhos morrem…
Jessé Nascimento – RJ
––––––––––––––––-
A Folhinha do Sagrado Coração de Jesus e o Almanaque Santo Antônio 
(Editora Vozes), 2013, trazem um grande número de trovas. Confiram
–––––––––––––––––––––
Os meus versos se calaram,
à saudade sucumbi,
minhas lágrimas secaram
de tanto chorar por ti…
João Costa – RJ

Tanta gente em si perdida 
entre sombras se escondendo, 
cada dia é uma outra vida 
que em disfarces vai morrendo… 
José Feldman – PR

A inspiração não me veio
trazer um verso feliz,
mas em teus olhos eu leio
a trova que não te fiz.
José Lucas de Barros – RN

Acompanho a primavera
pelo bairro caminhando;
preciso dessa atmosfera
da vida se renovando.
José Marins – PR

No inverno longo e silente
que atinge a terceira idade
há um fenômeno envolvente:
não cai neve… cai saudade.
José Messias Braz – MG

Em meus delírios te vejo
surgindo na escuridão,
toda vez que o vento andejo
bate a tranca do portão…
José Ouverney – SP

Os espíritos de escol,
exercendo a caridade,
brilham tanto como o sol,
no silêncio da humildade.
Luiz Antonio Cardoso – SP

Se caem do céu as águas,
com tanta beleza e encanto,
por que desencanto e mágoas
há nas águas do meu pranto?
Mª Conceição Fagundes – PR
––––––––––––––––––
A trova não precisa ser apenas uma quadra bonitinha. 
Pode também (e deve) dizer coisas que façam pensar.
–––––––––––––––––––
Procuro em cada jornal
– num devaneio profundo –
notícia que, afinal, 
anuncie a Paz ao Mundo!
Mª Madalena Ferreira – RJ

Sou como as uvas pisadas
pra fazer vinho e licor,
que mesmo sendo esmagadas
dão de presente o sabor.
Manoel Cavalcante – RN

Em toda esquina virada
há uma surpresa escondida;
 cada surpresa encontrada 
pavimenta essa avenida!
Mário Zamataro – PR

Saibam todos que o trabalho
ao homem bom enobrece;
mas quem não pega no malho,
seu espírito empobrece!
Maurício Friedrich – PR

Amigo eu trago guardado
 sempre com muita afeição
 naquele lugar sagrado
 que se chama coração.
Neiva Fernandes – RJ

Casa velha, quanto encanto!
 tem cobras, cupins, lagartos…
 uma história em cada canto
e fantasmas pelos quartos.
Nilton Manoel – SP

De nada vale uma imagem
de Cristo em sua parede,
se você nem tem coragem
de dar água a quem tem sede.
Olga Agulhon – PR

Ante o terror das queimadas
na floresta, com carinho,
 as árvores abraçadas
tentam proteger os ninhos.
Ruth Farah – RJ

No embalo da serenata,
 quisera ser como a lua
vestindo com tons de prata
os homens tristes da rua!
 Selma Spinelli – SP

Paraná das águas tantas,
do roxo e dourado chão,
o teu verde forma as mantas
ditosas de vinho e pão!
Sinclair Casemiro – PR

Findou a paixão intensa,
o prazer deu-se ao cansaço…
E, entre nós, a indiferença
construiu o seu espaço.
Thereza Costa Val – MG

Doce palavra vibrante,
lapidada na emoção,
é a trova um raro brilhante,
moldado na nossa mão.
Vanda Alves da Silva – PR

Lembranças de amor desfeito…
silêncio em horas tardias,
pois tua ausência em meu leito
dorme onde outrora dormias.
Wanda Mourthé – MG

Também gosto do palhaço,
mas não pela palhaçada,
e sim pelo estardalhaço
que gera na criançada.
Vidal Idony Stockler – PR

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Visite:
http//www.falandodetrova.com.br/   

Fonte:
A. A. de Assis

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Arquivado em Maringá, Revista Virtual de Trovas Trovia

Constança Lucas (Poemas)

PALAVRA

Perdi-te sem nunca te saber
 envelhecemos os sons
 cansada de maus usos
 embarcou para terras velozes
 não soubemos cochichar
 nos abraços que ardiam
 por inventarmos alguém
 para sabermos perder
 perdi-te vontade de falar
 nesta cadência muda

“FOI NUM ADEUS…”

Foi num adeus que mais te amei
 nas nossas mãos as cores cantaram
 numa harmonia de saudades futuras
 nos quereres contorcidos em ondas quentes
 onde o lenço imaginado corria pelo vento
 nas ruas da nossa cidade encantada
 só de palavras e afeições longas
 olhávamos as folhas em silêncio
 por tanto querermos os toques
 em arrepios de ternuras
 lânguida corri pelo teu corpo
 por nada nele deixar de querer
 fiquei embevecida com o teu canto
 por infinitos tempos das nossas peles

“SONHO”

Escuta este sonho não é para ti
 ele pertence-me
 não desisto do meu medo
 da minha alegria
 da minha amargura
 de querer que acabe a realidade
 tudo me cansa
 tão profundamente
 quando me querem invadir
nos meus sonhos
 mesmo não os conhecendo

E por vezes quero que me deixem
 ver o mundo
 mandar a realidade tomar banho
 mudar de cheiro
 deixar de me perseguir
 nesta angústia de nada poder
 e ao mesmo tempo saber
 que tanto posso

Sonho nas noites
 de dias sem tempo
 acordada ou mesmo a dormir
 sempre num parque
 de cores caídas
 nesta nossa casa
 tão nossa
 mas os sonhos
 alguns são só meus
DO OUTRO LADO DO VIDRO

Pela janela, um rubor de nuvem,
 alguém sem articulação, rabisca,
 do outro lado do vidro, lá em baixo
 observo-o como quem não entende

Sinto falta de mais árvores
 a calçada tem um dono
 que não gosta das folhas
 e o rapaz rabisca como quem marca
 um território fictício

AS MÃOS

ardes em febre de eletricidade
 por esconderes almas
 de ti e por ti desenho
 contigo aprendi a desejar
 o que só dentro de mim existe
 as palavras crescem,
 em teus dedos amáveis
 para depois esquecermos
 o silêncio triste

TENS SIDO

Tens sido um ás nessa de protocolos 
acho que me contagiei 
Vales pelos sorrisos provocados 
pelas tuas e pelas minhas palavras 
não de entrelinhas, sem linhas mesmo 
cada palavra escrita 
talvez não fossem nunca ditas 
Vales pelas provocações 
dos conhecimentos de mundos 
onde o convencional perde lugar 
mas está presente 
Vales pelo pedaço de coração 
que roubastes 
sem saber onde o colocar 
anda no firmamento 
Vales assim nesta amizade 
que sem tempo vive 
sem lugar cresce 
com carinho segue 
Vales pela liberdade 
de conhecer e não concordar 
Vales pela diferença 
num mar de águas comuns 
Valho por assim sentir,
mesmo assim saber dizer-te 
sem medos demasiados 
mas com a vida pulsando 
neste mundo tão torto 
Oiço is a beautiful day 
de bem com os meus sentimentos 
saberás dizer-me mais de ti sem protocolos

Fontes:

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Arquivado em Poemas, Portugal

Constança Lucas (1960)

Constança Lucas nasceu em Coimbra, em 1960 e cursou até o colegial em Portugal. 
Passou a viver em São Paulo no fim da década de setenta, onde fez Licenciatura Plena em Artes Plásticas na FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado e Mestrado em Poéticas Visuais – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – USP , Pós-Graduação em Artes na ECA – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – USP
Fez diversos cursos de artes plásticas, literatura, fotografia e de história da arte, em museus e instituições culturais. 
Viveu em Lisboa de 1988 a 1992, onde realizou algumas exposições de pintura e desenho, coletivas e individuais. 
 Também desenvolveu a pintura em azulejos e trabalhos na área de artes gráficas. 
Tem participado de várias exposições coletivas desde o início da década de oitenta em diferentes países  (Portugal, Espanha, Bélgica, Checoslováquia, França, Hungria, Itália, Japão, Argentina, Alemanha, Austrália e Brasil). Realizou diversas exposições individuais em Portugal e no Brasil. 
É autora de inúmeros desenhos publicados em jornais, revistas e livros. 
Atualmente vive e trabalha em São Paulo. Desenvolve o seu trabalho em pintura, desenho, gravura, aguarela e infografia.
Fonte:

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Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 682)

Uma Trova de Ademar  


Uma Trova Nacional  

Matuto filosofante 
vendo filme que arrepia: 
– E esse era o inferno de “dante”… 
Imagine o de hoje em dia!… 
–Dorothy Jonsson Moretti/SP– 

Uma Trova Potiguar  

Senhor Cornélio, com medo
das balbúrdias do apagão, 
chegou em casa mais cedo 
nos rastros do Ricardão. 
–Djalma Mota/RN– 

Uma Trova Premiada

1996  – Pouso Alegre/MG 
Tema  – VERÃO –  Venc.

“Não conto mais com você!…”
 – Diz a mulher, lá da sala.
 “Se no verão não se vê,
 no inverno, então, nem se fala !…”
– Rodolpho Abbud/RJ

…E Suas Trovas Ficaram  

Com “fome zero”… zerado; 
a fome em mim fez um fosso, 
que o intestino delgado 
tá quase engolindo o grosso. 
–Francisco Macedo/RN– 

U m a P o e s i a  

Um candidato a prefeito 
falando aos aduladores 
distante dos eleitores: 
vamos ganhar esse pleito! 
Sou cidadão de conceito, 
só eu levo essa parada; 
porem o que mais me agrada 
nesta tremenda disputa, 
é ter um ano de luta 
e quatro sem fazer nada. 
–Vicente Gonçalves/PB– 

Soneto do Dia  

MEU ORGULHO. 
–Pedro Torquato Maciel/SP– 

Muito cedo morreu, infelizmente, 
o grande Rui, o mestre consagrado, 
a quem prestei auxílio eficiente 
na sua profissão de advogado. 

No escritório, à Rua do Senado, 
nós dois a trabalhar conjuntamente, 
íamos dando conta do recado, 
a contento, aliás, de toda gente. 

Obedecendo às normas do Direito, 
o meu trabalho, rápido, perfeito, 
em pouco tempo lá ficou notório. 

Tanto assim que, no meio de doutores, 
não poucas vezes mereci louvores 
por ter varrido bem o escritório!

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Jorge Amado (A Bola e o Goleiro)

O futebol era uma das paixões de Jorge Amado. E esse amor rendeu um belo livro infantil, “A bola e o goleiro”, escrito em 1984. O romance fala sobre Fura-Redes, a bola que era a alegria dos artilheiros. Com ela, os jogadores faziam gols sensacionais e inesquecíveis. Os locutores também ficavam enlouquecidos ao narrarem seu percurso. A habilidade para balançar a rede deu-lhe vários apelidos, tais como Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal. 
Totalmente imparcial, Fura-Redes não privilegiava nenhum time. Queria apenas proporcionar gols e mais gols. Jamais permitia um zero a zero nas partidas que participava. Até que conheceu o goleiro Bilô-Bilô, também conhecido como Cerca-Frangos, Mão Podre, engolidor de francos. Nem precisa dizer que era o desastre do desastre entre os goleiros. Contudo, o inesperado aconteceu. Ao ver Bilô-Bilô com sua camisa cor de caramelo, Fura-Redes se apaixonou. Perdidamente. Tudo o que queria era alinhar-se nos braços do seu amado. A partir daí, por mais que continuasse atuando da mesma forma, Bilô-Bilô não viu mais nenhuma bola entrar no “arco” que guardava. Defendia todas as jogadas. Todos os lances iam direto para suas mãos. Passou a ser chamado de Pega-Tudo e virou celebridade internacional.
Mas chega o dia em que o Rei do Futebol vai tentar seu milésimo gol. E quem entrará em campo junto com o time do melhor jogador do mundo? Bilô-Bilô e Fura-Redes, com certeza. O que será que vai acontecer? O livro foi publicado também em Portugal e ganhou versões em inglês, francês e alemão. A primeira edição, que é a que eu tenho (capa abaixo), traz ilustrações de Aldemir Martins. Boa história, com final que representa a inocência infantil. 
–––––-
Vou contar a quem a queira ouvir a história da bola Fura-Redes e do goleiro Bilô-Bilô, o Cerca-Frango, uma historinha para ninguém botar defeito, breve e louca como a vida.
     O destino das bolas de futebol é fazer gols e a bola Fura-Redes, como o nome indica, era a maior especialista do país na quantidade e na qualidade dos tentos assinalados.  Gols olímpicos, e de efeito, de folha-seca, de letra, de bicicleta, de placa, incomparáveis.
     Por isso mesmo tornou-se conhecida e aclamada como Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal, pelos locutores enlouquecidos ao microfone, quando a viam atravessar o campo, de passe em passe, de finta em finta, para marcar mais um tento sensacional.  A bola Fura-Redes era o pavor dos goleiros, a paixão dos pontas-de-lança e dos comandantes de ataque, a bem-amada da torcida.  Nascera para cruzar o arco, bater-se alegre  contra as redes, provocar o grito de guerra e de vitória da galera.
     Lustrosa, leve e atrevida, a mais redonda das pelotas, apesar de muito jovem, logo se tornou popularíssima devido ao número de tentos já marcados, cerca de seiscentos; muitos em cada partida.  Vários para a equipe A e vários para a equipe Z,pois Fura-Redes mantinha-se absolutamente imparcial quando se exibia no gramado.
     Marcava gols para as duas equipes, não protegia qualquer delas, era correta e justa.  Assinalaria maior número de tentos o time que mais procurasse o ataque, buscando encurralar o adversário.  Com ela, os artilheiros não erravam os chutes, não desperdiçavam bolas nas traves.  Mas, sendo igualmente bondosa, dotava de um coração de ouro, Fura-Redes tampouco deixava a outra esquadra em jejum: pelo menos um golzinho de consolação ela lhe concedia antes que o juiz trilasse o apito, dando o desafio por terminado.
     Fura-Redes fora proclamada inimiga número um do zero no placar.  Os resultados das partidas que jogava davam conta da impressionante vocação da Redondinha para o gol.  Redondinha, carinhoso apelido que lhe dera o Rei do Futebol.  Escores sempre altos: cinco a quatro, sete a seis, seis a seis.  Ou bem violentas goleadas: seis a dois, oito a três, cinco a um, quando se fazia evidente a diferença de qualidade entre os dois clubes, o campeão, dono do gramado, e o adversário, um timinho qualquer, de última categoria.
     Atingira Fura-Redes o ponto mais alto de sua brilhantíssima carreira: falava-se nela para ser a bola oficial da próxima Copa do Mundo.  Os principais artilheiros dos grandes clubes, os maiores pontas-de-lança do país morriam de amores por ela, todos queriam ser seus favoritos para alcançar o recorde mundial de gols.  Mas a heroína dos gramados não revelava preferência por nenhum deles.  Partia em direção ao arco tanto do pé do maior dos craques, Rei do Futebol, quanto da chuteira de um perna-de-pau qualquer até então desconhecido.  Para ela todos eram iguais, servia-se deles para buscar o gol e desatar a vibração do povo nos estádios a cada tento que marcava, todos dignos de placa.  Fura-Redes jamais se apaixonara.
     Um dia, porém, como sucede com todas as criaturas, Fura-Redes se apaixonou e logo por quem!  Em lugar de se apaixonar por um artilheiro, por um centro-avante, um ponta-de-lança, entregou seu coração a um goleiro, ao último dos goleiros, a Bilô-Bilô Mão Podre, engolidor de frangos.
     O goleiro Bilô-Bilô iniciara sua carreira de goleiro sendo saudado em campo com diversos apelidos, cada qual – como direi? – mais caloroso: Cerca-Frango, Mão-Furada, Mão-Podre, Rei-do-Galinheiro e outros nomes ainda mais feios que eu não reproduzo aqui por ser  esta historinha dedicada ao público infanto-juvenil.  Pois bem: Bilô-Bilô transformou-se no aplaudido, no popularíssimo Pega-Tudo, o Tranca-Gol, o Aranha, o Maior de Todos.
     Dizem ter sido a camisa de caramelo usada por Cerca-Frango a causa da paixão de Fura-Redes.  Quando o avistou no arco daquele time fuleiro que ainda não ganhara nenhuma partida no campeonato, que recebera goleada sobre goleada, Fura-Redes perdeu a cabeça, não teve olhos para ninguém.  Apenas iniciada a partida, ao ser chutada com violência para o arco, foi aninhar-se nos braços do Rei-do-Galinheiro.  Pela primeira vez na vida, Cerca-Frango viu-se ovacionado num estádio.
     Fura-Redes continuou a fazer gols sensacionais nos demais goleiros, um gol atrás do outro.  Mas quando entrava em campo a esquadra em cujo arco Pega-Tudo se exibia, era aquela glória.  O arqueiro adversário engolindo bola sobre bola, enquanto Pega-Tudo recolhia a pelota de mil maneiras diferentes, em defesas nunca vistas antes.  Outra coisa não desejava Fura-Redes além de aninhar-se nos braços de seu namorado.
     Para não faltar com a verdade, devo dizer que Bilô-Bilô mantinha-se igualzinho, não mudara: continuava sem saber se posicionar entre as traves, não saía do arco no momento certo, faltava-lhe visão do gol, enfim, prosseguia péssimo.  Apenas defendia tudo, absolutamente tudo.
     Cerca-Frango cercava a bola por um lado, ela estava no outro, a galera gritava GO-o-o-ol! E, de repente, na hora agá, o que se via? Via-se a bola encaixada nas mãos de Pega-Tudo, apertada contra o coração do goleiro, nos braços de Bilô-Bilô, sossegadinha, feliz da vida.  Em lugar de um novo gol de Fura-Redes, a torcida saudava mais uma portentosa defesa de Pega-Tudo.
     Durante um tempo mais ou menos longo, Fura-Redes e Tranca-Redes, ex-Cerca-Frango, dominaram os estádios brasileiros, empolgando multidões nas festas de tentos maravilhosos e de defesas deslumbrantes.  Ocupavam as manchetes dos jornais, as telas das televisões e dos cinemas, obrigavam os locutores a criarem expressões novas, ainda mais grandiloqüentes, aumentativos colossais para descrever os feitos da Bola e do Goleiro.
     Depois de varar as redes, aumentando o placar da surra humilhante  aplicada na equipe adversária, a Redondinha vinha redondinha, acolher-se nos braços de Bilô-Bilô, aconchegar-se em seu peito.  Por mais de uma vez aconteceu Tranca-Redes beijar Fura- Redes e então, no estádio, o numeroso público delirava.
     Parecia um milagre e assim era: milagre de amor não tem explicação, não necessita.
     Um dia os jornais, as rádios, as cadeias de televisão anunciaram para o Brasil e para o mundo inteiro que o Rei do Futebol havia faturado o gol novecentos e noventa e  nove e se preparava para varar o gol número mil, notícia empolgante e alvissareira.  Jamais outro artilheiro realizara tal façanha, metera mil gols nas redes adversárias.
     Movimentaram-se os goleiros do Brasil e de todos os países, todos queriam a honra e a glória de engolir o gol número mil do Rei.  Vieram telegramas propondo famosos quípers estrangeiros mas os brasileiros protestaram com razão: tinha de ser um goleiro nacional.
     Caberia a Bilô-Bilô aquele feito supremo: cercar o frango no milésimo gol do craque sem igual, pois cumprindo calendário do campeonato entraram em campo ou melhor adentraram o gramado – em embate tão importante não se entra em campo, adentra-se o gramado – a equipe do Rei e aquela cujo arco era guardado por Bilô-Bilô.
     Evidentemente a bola escolhida para o desafio não podia ser outra senão a famosa Fura-Redes, a quem o rei, como se sabe, galanteava dizendo-lhe “Redondinha, minha querida, minha formosa namorada”.
     Ainda hoje muita gente não acredita no que aconteceu em campo naquela tarde de sol com milhares de bandeiras desfraldadas no estádio onde mais de duzentas mil pessoas se comprimiam, gritando e aplaudindo.  O time do Rei do Futebol, que devia ganhar de goleada, apanhou uma surra de criar bicho.  Fura-Redes pintou e bordou e quando faltavam alguns segundos para a partida terminar, o escore subia a cinco a zero contra a equipe do Rei.
     Nos últimos segundos, porém, quando o público, decepcionado por não ter assistido ao gol número mil, começava a deixar o estádio,o juiz marcou um pênalti contra o time de Bilô-Bilô, pênalti que ninguém tinha cometido.  Roubo claro e evidente, foi no entanto aplaudidíssimo pois ia possibilitar que aquele imenso público visse e comemorasse o milésimo gol do Rei: mais do que ninguém, vibrou o nosso conhecido Cerca-Frango pronto para cercar o frango real e o engolir inteiro.
     Colocou-se a bola Fura-Redes na marca do pênalti, um silêncio enorme cobriu o estádio.  O Rei do Futebol tomou distância para dar ainda mais força ao chute potentíssimo, indefensável e fazer um límpido gol de placa.  Postou-se no arco Bilô-Bilô envergando a vistosa camisa cor de caramelo, nos lábios um riso de contentamento, pronto para não fazer a defesa, para engolir o frango cru, com penas e tudo.  Aliás nem se postou no centro do arco como era sua obrigação, ficou encostado na trave direita, do lado de fora, deixando o espaço livre para que Fura-Redes nele penetrasse.  Ninguém protestou, todos entenderam o gesto do arqueiro: iria se imortalizar ao receber aquele gol.
     Correu o Rei, chutou com a máxima violência a meia altura diante do arco vazio.  Duzentas e quatro mil trezentas e dezoito pessoas, sem contar os jornalistas, os cartolas e os penetras, viram Fura-Redes ser atirada com potente e certeiro chute do Rei do Futebol contra o desguarnecido arco de Bilô-Bilô.
     Puseram-se todos de pé no estádio, preparados para aplaudir, até o fim do dia e pelo resto da semana, o gol número mil do Rei do Futebol.  Viram então Fura-Redes dar meia-volta no ar, desviar-se antes de cruzar o arco, dirigindo-se, dengosa, para onde estava Bilô-Bilô vestido com a camisa cor de caramelo: queria aninhar-se  em seus braços.
     Mudou Cerca-Frango de posição, fugindo rápido para o outro lado, Fura-Redes fez o mesmo, a buscá-lo.  Assim ficaram os dois durante alguns minutos, um tempo enorme, correndo em frente às traves, de uma a outra, até que, desesperado, Bilô-Bilô disparou campo afora deixando o arco à disposição da bola.  Mas Fura-Redes partiu atrás de seu goleiro e o perseguiu até que o alcançou diante do arco adversário e em seu peito se aninhou redondinha e amorosa.
     Assim terminou a carreira futebolística da bola Fura-Redes e a do goleiro Cerca-Frango que foi o pior e o melhor de todos os goleiros.  O que fizeram depois? Ora, o que fizeram! Se casaram e viveram felizes para sempre.
     Bahia,janeiro de 1984.
Fontes:

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Folclore Portugues (A Moura do Castelo de Tavira)

A noite de S. João é, como toda a gente sabe, noite de mouras encantadas. Segundo uma antiga tradição, vinda do tempo longínquo da conquista do Algarve, há em Tavira uma moura que, à meia-noite da noite de S. João, aparece nas ameias do castelo chorando a sua triste sina de encantada. 

 Quem sabe não será essa moura a filha de Aben-Fabila, o célebre governador de Tavira, que no dia da tomada do castelo se não encontrou nem entre os vivos, nem entre os mortos? Alguns dizem mesmo que naquele momento que se seguiu ao terrível combate, Aben-Fabila, súbdito do grande Almansor, desapareceu para poder encantar a sua filha querida no Alcácer, esperando, mais tarde, tornar vitorioso ao seu castelo e desencantar a mourinha. Porém, a verdade é que nem D. Paio Peres Correia, nem ninguém em todo o Algarve, voltou a pôr os olhos no bravo Aben-Fabila. 

 A tradição conta-nos esta lenda, como muitas outras, em verso, e por isso vou recitá-la tal como a cantam: 

Meia noite além ressoa 
 Cerca das ribas do mar 
 Meia noite já é dada 
 E o povo ainda a folgar. 
 Em meio de tal folguedo 
 Todos quedam sem falar 
 Olhos voltam ao castelo 
 Para ver, para avistar 
 A linda moura encantada 
 Que era triste a suspirar. 

– Quem se atreve, ai quem se atreve 
 Ir ao castelo e trepar 
 Para vencer o encanto 
 Que tanto sabe encantar? 
 – Ninguém há que a tal se atreva 
Não há quem em mouros fiar
 Quem lá fosse a tais desoras 
 Para só desencantar 
 Grande risco assim correra 
 De não mais de lá voltar. 
 Ai que linda formosura 
 Quem a pudera salvar! 
 O alvor dos seus vestidos 
 Tem mais brilho que o luar 
 Doces, tão doces suspiros 
 Onde ouvi-los suspirar … ? 
 Assim um bom cavaleiro 
 Só se estava a delatar 
 Em amor lhe ardia o peito 
 Em desejos seu olhar. 
 Três horas eram passadas 
 Neste continuo anceiar 
 Cavaleiro de armas brancas 
 Nunca soube arreceiar 
 Invoca a linda mourinha 
 Mas não ouve o seu falar 
 Nada importa a D. Ramiro 
 Mais que a moura conquistar 
 Vai subir por muro acima 
 Sente os pés a resvalar 
 Ai que era passada a hora 
 De a poder desencantar! .. 

Já lá vinha a estrela d’alva 
 Com seus brilhos a raiar 
 No mais alto do castelo 
 Já mal se via alvejar 
 A fina branca roupagem 
 Da linda filha de Agar. 
 Ao romper do claro dia 
 Para mais bem se pasmar 
 Sobre o castelo uma nuvem 
 Era apenas a pairar 
 Jurava o povo, jurava 
 E teimava em afirmar 
 Que dentro daquela nuvem 
 Vira a donzela entrar. 
 D. Ramiro d’enraívado 
 De não poder-lhe chegar 
 Dali parte e contra os mouros 
 Grande briga vai armar, 
 Por fim ganha um bom castelo 
 Mas. .. sem moura para amar. 

Fonte:
Lendas Portuguesas da Terra e do Mar, Fernanda Frazão, disponível em Estudio Raposa

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Varal do Brasil (Convite para Participação no Salão Internacional do Livro de Genebra 2013)

Aos amigos do Varal,
O VARAL DO BRASIL estará presente com um stand de 12m2 no prestigiado Salão Internacional do Livro de Genebra de 1º a 5 de maio de 2013.
Estão abertas quinze vagas para sessões de autógrafo e trinta e cinco vagas para exposição de livros. Todas as vagas serão preenchidas mediante pagamento de participação cooperativa.
As pessoas interessadas deverão escrever para o
e-mail varaldobrasil@gmail.com solicitando mais informações.
Adiantamos que as associadas da REBRA e os associados da LITERARTE, assim como os participantes regulares da revista VARAL DO BRASIL, receberão descontos especiais para suas participações. 
Sempre com você,
Jacqueline Aisenman
Editora-Chefe 
Varal do Brasil

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Clevane Pessoa (Lançamento de Lírios sem Delírios)

O livro, de Clevane Pessoa, foi editado pela Editora aBrace, em Montevidéu, Uruguai, que represento aqui em Belo Horizonte-Mg-Brasil. 
Foi lançado nos III Juegos Florales do aBrace, pelos editores, que também o lançaram na Feira do Livro, em Brasília 
A contracapa é de Marco Llobus-poeta e editor, da Rede catitu de Cultura, em Belo Horizonte, MG-Brasil, a cujo texto intitulou “Biografando uma borboleta”, onde escreve: 
“(…) Uma borboleta que paira sobre os atônitos , e seu encanto reverbera para além do tempo (…) escritora, editora, artista visual, conselheira, mãe e filha- tessitura de seda e bandeira da paz”. 
O poeta e seu editor uruguaio Roberto Bianchi, assim abre o prefácio: 
“Con abierto margen de asombro -producto de su irreverente forma de plantear los textos -leemos ese libro de Clevane Pessoa .(…) .Ningun tema se le niega o se le oculta, el deseo, el tiempo ido, los hilos de las formas, que tan bien consigue asociar con sus dibujos alegóricos que aconpañan los textos.”(…) 
E Nina Reis, a outra diretora do aBrace , poeta e antologista de consistência, assim apresenta a autora e seu feitio poético : 
“Não esquivar, não disfarçar, não ocultar”.(..)Clevane Pessoa, uma mulher plural feminino, indiscutivelmente uma intérprete dos sentimentos ,porta aberta e solidária, e ademais incentivadora dos jovens que incursionam no mundo das letras e das artes” (…) 
“No código das palavras ditas ou das caladas 
a verdade do Outro, as suas mentiras, 
e até mesmo nossos próprios intentos, 
nossas verdadeiras motivações ! “(…) 
(Clevane Pessoa, in Incoerências e Contrastes) 

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Mario Quintana (A Arte de Ler)

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29 de setembro de 2012 · 00:15

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 681)

Uma Trova do Ademar
De maneira indefinida, 
por amar e querer bem; 
vou dividir minha vida 
com a vida de outro alguém! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  
O prazo que nós tivemos 
para o nosso amor viver, 
foi pouco. Nos esquecemos 
antes do prazo vencer! 
–Gislaine Canales/SC– 

Uma Trova Potiguar  
Janela do meu encanto, 
de alcance manso e profundo… 
À noite, levas meu pranto; 
de manhã traze meu mundo. 
–Mara Melinni/RN– 

Uma Trova Premiada  
2007 > Ribeirão Preto/SP 
Tema > LIVRO > 2º Lugar 
Faça do livro a oração 
e da palavra o alimento, 
o livro não nega o pão 
que o sábio quer por sustento. 
–Rita Mourão/SP– 

…E Suas Trovas Ficaram  
A amizade verdadeira 
é infinita como o espaço 
mas se estreita e cabe, inteira, 
nos limites de um abraço. 
–Waldir Neves/RJ– 

U m a P o e s i a  
Das coisas que Deus criou 
a que tem maior beleza 
é a vasta natureza 
que ao mundo todo enfeitou. 
E nela Deus colocou 
um sertão que é meu e seu 
e que agora até nos deu 
inspiração para o tema: 
o sertão é um poema 
que a natureza escreveu. 
–Tarcísio Fernandes/RN– 

Soneto do Dia  

A DESPEDIDA. 
–Divenei Boseli/SP– 
O amor parece eterno enquanto dura, 
por força da paixão que, sendo chama, 
incendiando a carne, crema a cama! 
No café da manhã se faz candura… 
E a dois vai, no verão, rolar na grama, 
na várzea, no curral, e a mais impura 
das camas de motel lhes assegura 
o encanto inenarrável de quem ama… 
O amor constrói, corrompe, danifica 
por força da paixão: queima e não fica 
para curar sequer uma ferida… 
Partir? Chorando ou rindo? Tanto faz… 
Dizer adeus ou não?… Tudo é falaz! 
Cruel e verdadeira é a despedida…

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Mário Quintana (Destino Atroz)

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27 de setembro de 2012 · 18:17

Olga Agulhon (Gente de Minha Terra)


CONHECIMENTO

Estamos todos enganados!
Pensamos que podemos enxergar…
Mas pela ilusão fomos picados.
Vivemos no escuro!
Sabemos pouco do passado,
só pensamos no futuro
e não vivemos nada do presente.

QUASE REBELDIA

Chega de versos melosos, caudalosos,
que acompanham os momentos
de desatino.

Rompi com o destino!

Mesmo os momentos amorosos
serão mais curtos e secos.
Navegarei mares incertos,
não terei medo de becos escuros,
de passar por grandes apuros
ou atravessar longos desertos.

Chega de versos saudosos, lamentosos,
que acompanham os momentos
de solidão.

Rompi com a emoção!

Os punhais serão mais racionais
e os romances serão mais mortais.
Enquanto viverem, os amores serão rasos
como raízes em vasos;
suas marcas serão superficiais
e jamais exalarão perfumes florais.
Os versos serão brancos e secos
como os vinhos e a noite fria,
que é estéril e nada cria.

Mas a criação, criatura ingrata
na folha esculpida,
desata a forma da vida
e revolta-se contra o criador,
chorando pelas entrelinhas
sob o ritmo romântico 
das marchinhas.
Os versos saem cheios de amor provinciano
e abdicam da oportunidade
de tornarem-se poesia.
Para o criador,
nada de fotografia!
Talvez num outro dia
dê resultado a euforia
de sua quase rebeldia.

UM HOMEM POETA

Mergulhado em tristeza e solidão,
um homem escreve.
Versos ritmados? Não!
Escreve sobre seus dias,
contando horas vazias.
Escreve, com movimentos lentos,
palavras que tentam definir sentimentos.

É um poeta!
não porque escreve,
querendo escolher a palavra e a alegoria,
mas porque sonha,
perdido em  ilusões e melancolia.

Um homem chora.
Chora por sua vida dura,
querendo esquecer uma amargura.
Chora como todo amante,
que já sofreu o bastante.

É um poeta!
Não porque escreve,
querendo escolher a palavra e os pontos,
mas porque ama,
perdido em solidão e desencontros.
Por isso escreve,
com o coração pequenininho,
querendo seu ninho.
Escreve porque está sozinho
e só o papel lhe dá carinho.

A PALAVRA É A SEMENTE

A palavra é a semente.
Cata grão, cata grão, cata não.
O sábio escolhe
e protege o grão
antes de levá-lo ao chão
e só planta com o coração.
Da semente impura, não
germinará o trigo-pão; 
e depois de lançada,
ela não torna à mão.

A palavra é a semente.
Junta grão, junta grão, junta não.
O sábio separa o joio do trigo bom
e não semeia na escuridão;
o faz no branco do papel cartão,
retirando uma a uma
as ervas daninhas, que estragam a plantação.

AMOR PERDIDO

O coração fica magoado
quando relembra o passado.

Folha negra, virada;
fica o avesso.

Folha seca, levada;
fica o movimento,
o barulho do vento.

ESTRAGOS DE UMA TEMPESTADE DE AMOR

Uma enxurrada
de lágrimas
arrasou as margens
do meu coração.
Suas águas vermelhas
extravasaram
e inundaram –
como violenta tempestade – 
todo o meu ser,
que não resistiu.
Corpo e alma sucumbiram
diante dos estragos.
Toda a estrutura desabou.
O que restou?
Não sei.
As perdas foram grandes,
irreparáveis.
Reconstruir?
Não sei se vale a pena.
Talvez demore
uma vida inteira.

RIDÍCULA
a Fernando Pessoa

Quando deixar de escrever cartas de amor,
deixarei de ser ridícula,
serei amarga.

Quando deixar de chorar por amor,
deixarei de ser ridícula, 
serei seca.

Quando deixar de pedir seu amor,
deixarei de ser ridícula,
serei outra.

Quando aprender a fazer versos,
deixarei de ser ridícula,
serei Pessoa.

UM HOMEM SEM UM SONHO

Um homem que não sonha!
É como aquela velha cegonha,
que, embora livre,
voa pelo mundo
sem fugir do inverno,
sem chegar ao alto,
sem conquistar os céus.
Sem saber para onde ir,
sem saber o que buscar,
vai para onde é enviada,
com um destino já traçado
e uma carga predeterminada.
Sem tecer sua própria teia,
cansa de voar a vida alheia
e espera a tempestade trazer os ventos
que apagam os rabiscos de lamentos
que sempre carrega consigo
e, não tendo feito um grande amigo,
só ousa revelar às areias incertas
de praias tão desertas
como a vida,
que não tenta viver.

Fonte:
Olga Agulhon. O Tempo. Maringá: Midiograf, 2003.

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Olga Agulhon (Na Safra da Vida, a Magia das Cores)

Cronica Vencedora do Concurso Nacional de Crônicas do 3º Jogos Florais de Caxias do Sul (RS) – 2011

No espelho não mais encontro aquela jovem que um dia foi a noiva de branco a se olhar uma última vez antes de se entregar… Um último retoque nos negros fios encaracolados; uma última ajeitada na grinalda de flores de laranjeira… e pronto! Tão linda imagem… perfeita! Estava ali a encarnação da esperança!

Tudo perfeito, afinal, naquele dia. Em cadeiras caprichosamente arrumadas sob a sombra do parreiral em cachos, amigos e familiares em sincera torcida… Quase toda a italianada da colônia…

As uvas pendiam roxas e perfumadas, indicando fartura e bons presságios ao alcance das mãos.

O noivo, de pé, no altar, com brilho de gel nos cabelos, vestia, com certeza, o seu melhor traje. Aguardava, aflito, a donzela que tomaria por esposa como quem espera, finalmente, começar a viver… Cheio de sonhos no olhar!

Não vi, ao caminhar em sua direção, nada além daqueles olhos de anil e promessas… Olhos que guardariam aquele momento para sempre em sua retina… Olhos que me diziam: – Venha, não tenha medo, ninguém aqui ousará ofendê-la, e hoje é o seu dia de rainha.

Unidos pelo santo laço do matrimônio, não mais enfrentaríamos a resistência dos sogros… Estava feito!

Outras safras vieram, ano após ano. Junto com a colheita da uva e a produção do vinho, comemorávamos o aniversário de casamento e, de quando em quando, a dádiva da vida sendo gerada em ventre fértil.

Nem tudo foi assim tão lindo do jeito que foi sonhado… Nem todas as promessas foram cumpridas… Algum encanto se desfez aqui ou acolá, mas tudo foi bem-vindo…  Estávamos juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… Fomos abençoados com cinco valorosos filhos, que formavam lindo degradê, e nossas vidas estariam para sempre entrelaçadas. 

Volto a me buscar no mesmo espelho da penteadeira de imbuia, na mesma casa caiada com as cores da terra… e o meu amor está de partida.

Busco-me no espelho e não me vejo. Na imagem refletida, uma outra habita. Insisto e me procuro naquela imagem de cabelos de neve cobertos… Não reconheço nenhum traço. Não vejo quem sou, não encontro quem fui quando trocamos o “sim” diante do altar…

Lembro-me dos olhos de promessas cheios…  Éramos outros… Tão jovens!

A velhice enrugou o nosso olhar… Não me reconheço diante do espelho e meu loiro não pode me ajudar nesse momento, pois trava um longo combate com a morte, no quarto ao lado… Insisto, aprumo os óculos, fixo-me bem posicionada… nada! O velho espelho também exibe as marcas do tempo. Choro… e as lágrimas silenciosas escorrem lentamente, percorrendo os inúmeros sulcos esculpidos em meu rosto.

Recomponho-me! Aprendi a aceitar os punhados de dor que a vida me reserva e esconde entre tantos potes de felicidade.

Volto e sento-me a seu lado. Ainda ouço um último sussurro: – Te amo, minha nega!… E então, finalmente, me reencontro naquelas retinas, que sempre me viram além da cor e das marcas do tempo.

Firme, seguro sua mão até a travessia, com a certeza de que, na minha hora, ele estará me esperando na margem de lá, com a mão estendida…, e ao caminhar em sua direção não verei mais nada além daqueles olhos de anil e promessas…

Outra safra se aproxima e a saudade ainda machuca o peito, mas alegro-me com a chegada dos filhos ao nosso pedaço de terra nesse cantinho do mundo.
A natureza novamente em cachos perfumados e coloridos.

Agradeço ao Criador da vida! O meu quinhão de alegria sempre foi maior que o meu quinhão de dor…

Meus filhos, participando da colheita da uva, são como bálsamo para os meus olhos… Lindos e fortes, uma mistura perfeita de raças, o branco e o negro em profusão de amor: na safra da vida, a magia das cores!

Fonte:
Jornal O Diario. Caderno D+. 31 janeiro 2012.

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Arquivado em A Escritora com a Palavra, Maringá

Olga Agulhon (1965)

Academia de Letras de Maringá
Pedagoga, especialista em Literatura Brasileira e agricultora. 
Nasceu no dia 06 de dezembro de 1965, em Assis – SP, mas a família já morava no Paraná, em um sítio perto de Sertaneja. Logo depois, mudaram-se para a fazenda São João, em Ivatuba, e, em 1972, quando iniciou seus estudos, já moravam em Maringá. 
Em 1984 iniciou o curso de agronomia, na Universidade Estadual de Maringá, mas não o concluiu. 
Formou-se em Pedagogia, sendo homenageada com Láurea Acadêmica de Graduação. 
Em 1994 terminou o curso de Especialização em Literatura Brasileira, do Departamento de Letras (UEM), fazendo a defesa da monografia com o título A fábula no livro didático. 
Participou de várias coletâneas (entre elas, as coletâneas da ALM, a Coletânea dos Poetas de Maringá – II e Maringá – Um Olhar Feminino em Cores e Versos) e tem poemas, contos e artigos publicados em várias revistas e jornais literários. Autora de Delírios (poesias), As três estatuetas de bronze (infanto-juvenil), O tempo (poesias) e Germens da terra (contos).
Ocupa a Cadeira nº. 24 – Patrona: Lygia Fagundes Telles, da Academia de Letras de Maringá, na qual ocupou o cargo de Presidente .
Pertence a União Brasileira dos Trovadores/Maringá.
Secretária Municipal da Mulher.

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Arquivado em Biografia, Maringá

Mara Mellini (Palavra por Palavra)

Gosto de me revelar pelas palavras… de depositar nelas os meus pensamentos mais profundos, mais humanos. Sou tudo o que está contido no que escrevo, ao meu modo, meu estilo. E aqui, no meu espaço, reino soberana… Tenho liberdade para dizer o que penso, sem amarras, sem algemas. Porque não há nada pior, para um escritor, do que viver sob a sombra da censura… Especialmente, quando se usa da palavra para atingir bons fins. Para tocar alguém, resgatar o bem.
     
    A minha palavra não visa outra coisa, senão unir, somar, dedilhar sonhos, semear esperança. Nas minhas reticências, procuro lançar ao vento novos pensamentos, ideais, buscando sopros de valores e de conforto para quem lê ou escuta. Assim, sou inteira. Sou verdadeira. Não preciso de disfarces, minha palavra tem a força da coragem e a leveza da serenidade. Não preciso fazer mea-culpa pelo que digo, tampouco temer o fato de que não fui compreendida… É que eu não procuro intervir, procuro somar. Positivamente. Quem me conhece, sabe.

     Então chega de emprestar minhas palavras a quem faz delas um meio de contramão; a quem malfere uma boa intenção, subvertendo as minhas vírgulas e pontos finais, buscando neles o que não foi dito. A palavra, sim, tem poder. Mas o que tenho em mira é somente o que eu disse no início e o que se apresenta em todo o meu universo real e virtual: o BEM. O que faço com tanto gosto é inspirado em um mundo mais humano. E, permitam-se dizer, mais justo. Longe de ser perfeita, pelo contrário… tendo consciência das minhas ações.

     Minha palavra não mora em gaiola, nem sobrevive de favores. Tem existência própria, respira ar puro. Voa… Às vezes, chora… é melancolia. Em outras, ri… e se mostra larga. Chega em versos, sai em prosa. Mas o mais importante de tudo isso: Procura apaziguar, não desunir; é livre e me pertence. E tenho dito.

Fonte:

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Arquivado em A Poetisa no Papel, Poesias, Rio Grande do Norte

Lima Barreto (Queixa de Defunto)

Antônio da Conceição, natural desta cidade, residente que foi em vida, na Boca do Mato, no Méier, onde acaba de morrer, por meios que não posso tomar público, mandou-me a carta abaixo que é endereçada ao prefeito. Ei-la:

“Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Doutor Prefeito do Distrito Federal. Sou um pobre homem que em vida nunca deu trabalho às autoridades públicas nem a elas fez reclamação alguma. Nunca exerci ou pretendi exercer isso que sé chama os direitos sagrados de cidadão. Nasci, vivi e morri modestamente, julgando sempre que o meu único dever era ser lustrador de móveis e admitir que os outros os tivessem para eu lustrar e eu não.

“Não fui republicano, não fui florianista, não fui custodista, não fui hermista, não me meti em greves, nem coisa alguma de reivindicações e revoltas, mas morri na santa paz do Senhor quase sem pecados e sem agonia.

“Toda a minha vida de privações e necessidades era guiada pela esperança de gozar depois de minha morte no sossego, uma calma de vida que não sou capaz de descrever, mas que pressenti pelo pensamento, graças à doutrinação das seções católicas dos jornais.

“Nunca fui ao espiritismo, nunca fui aos ‘bíblias’, nem a feiticeiros, e apesar de ter tido um filho que penou dez anos nas mãos dos médicos, nunca procurei macumbeiros nem médiuns.

“Vivi uma vida santa e obedecendo às prédicas do Padre André do Santuário do Sagrado Coração de Maria, em Todos os Santos, conquanto as não entendesse bem por serem pronunciadas com toda a eloqüência em galego ou vasconço.

“Segui-as, porém, com todo o rigor e humildade, e esperava gozar da mais dúlcida paz depois de minha morte. Morri afinal um dia destes. Não descrevo as cerimônias porque são muito conhecidas e os meus parentes e amigos deixaram-me sinceramente porque eu não deixava dinheiro algum. É bom meu caro Senhor Doutor Prefeito, viver na pobreza, mas muito melhor é morrer nela. Não se levam para a cova maldições dos parentes e amigos deserdados; só carregamos lamentações e bênçãos daqueles a quem não pagamos mais a casa.

“Foi o que aconteceu comigo e estava certo de ir direitinho para o Céu, quando, por culpa do Senhor e da Repartição que o Senhor dirige, tive que ir para o inferno penar alguns anos ainda.

“Embora a pena seja leve, eu me amolei, por não ter contribuído para ela de forma alguma. A culpa é da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro que não cumpre os seus deveres, calçando convenientemente as ruas. Vamos ver por quê. Tendo sido enterrado no cemitério de Inhaúma e vindo o meu enterro do Méier, o coche e o acompanhamento tiveram que atravessar em toda a extensão a rua José Bonifácio, em Todos os Santos.

“Esta rua foi calçada há perto de cinqüenta anos a macadame e nunca mais foi o seu calçamento substituído. Há caldeirões de todas as profundidades e largura, por ela afora. Dessa forma, um pobre defunto que vai dentro do caixão em cima de um coche que por ela rola, sofre o diabo. De uma feita um até, após um trambolhão do carro mortuário, saltou do esquife, vivinho da silva, tendo ressuscitado com o susto.

“Comigo não aconteceu isso, mas o balanço violento do coche, machucou-me muito e cheguei diante de São Pedro cheio de arranhaduras pelo corpo. O bom do velho santo interpelou-me logo:

“- Que diabo é isto? Você está todo machucado! Tinham-me dito que você era bem comportado – como é então que você arranjou isso? Brigou depois de morto?

“Expliquei-lhe, mas não me quis atender e mandou que me fosse purificar um pouco no inferno.

“Está aí como, meu caro Senhor Doutor Prefeito, ainda estou penando por sua culpa, embora tenha tido vida a mais santa possível. Sou, etc., etc.”

Posso garantir a fidelidade da cópia e aguardar com paciência as providências da municipalidade.

Careta, 20-3-1920

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Arquivado em O Escritor com a Palavra

Girias Antigas

À beça === Pra caramba
Bacana === Bom, bonito
Barato === .Excelente
Barra limpa === Fora de perigo
Batuta === Algo ou alguém legal
Beca… === Roupa elegante
Bicho === Amigo
Boa pinta === Pessoa de boa aparência
Bode === Confusão
Borocoxô === Tristinho
Botar pra quebrar === Causar, acontecer
Broto === Mulher jovem e atraente
Bulhufas === Absolutamente nada
Cafona === Fora de moda
Carango… === Carro
Careta === .Pessoa conservadora
Chapa === .Amigo
Chato de galocha === Pessoa muito irritante
Chocante === Legal
Dançou!… === Perdeu!
Dar no pé === Ir embora
De lascar === Situação complicada, difícil
Do arco da velha…..Algo antiquado
Dondoca === Mulher da alta sociedade
É fogo! … === É difícil!
Estourar a boca do balão……Arrasar, extrapolar
Fichinha === Algo fácil
Gamado === Apaixonado
Grilado… === Preocupado
Ir na onda === Acompanhar
Joia === Legal
Pão === Homem bonito
Patavinas === Absolutamente nada
Patota === Turma, galera
Pé de valsa === Indivíduo que dança bem
Pega leve! === Devagar!
Pindaíba === Sem dinheiro
Pintar === Aparecer
Pode crer! === Acredite!
Pombas! === Expressão que denota surpresa ou indignação
Pra frente === Moderno
Quadrado === Conservador
Sacou? === Entendeu?
Serelepe === Alegre
Supimpa pra dedéu === Algo muito legal
Transado === Com visual bonito, moderno
Traquinas === Criança aprontona
Tutu === Dinheiro
Um estouro! === Algo grandioso
Xuxu beleza! === Tudo bem!

Fonte:
So Portugues

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Arquivado em gírias, Sopa de Letras

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 680)


Uma Trova de Ademar  

Versos já fiz – não sei quantos – 
relembrando a mocidade. 
Hoje servem de acalantos 
para ninar a saudade. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Louvo as Trovas do Ademar,
disso não faço segredo,
pois além de me encantar,
elas me chegam “Mais cedo”… 
–Antonio Moreira/MG– 

Uma Trova Potiguar  

O brilho do teu olhar 
tomando conta de mim, 
fez minh’alma se entregar 
nos braços do amor sem fim. 
–Eva Garcia/RN– 

Uma Trova Premiada  

1987 – Resende/RJ 
Tema – ABANDONO – M/H 

Triste é ver uma criança
no abandono, sem um lar,
pois, sendo a própria esperança,
não tem muito o que esperar!
–Arlindo Tadeu Hagen/MG– 

…E Suas Trovas Ficaram  

Poesia estado de graça,
chama da alma em delírio.
É prazer que nos abraça
mas, também nos traz martírio.
–Lúcio da Costa Borges/PR– 

U m a P o e s i a  

É por isso que eu digo, raça nobre,
um povo forte e bom trabalhador,
eu garanto que é o povo brasileiro.
Pouco importa se é pobre ou se é doutor,
se falar que é um cabra nordestino,
ele tem uma ruma de menino
e no meio tem sempre um Trovador. 
–Gilson Faustino Maia/RJ– 

Soneto do Dia  

UM PÁSSARO A CANTAR DENTRO DE UM OVO. 
–Antonio Juraci Siqueira/PA– 

Se o mundo quer calar-me, eu não hesito:
recorro à trova e crio um mundo novo
onde ponho o calor e a voz do povo,
um punhado de humor, um beijo e um grito. 

Na trova eu me divirto e me comovo,
nela o meu sonho é muito mais bonito,
nela eu prendo as estrelas do infinito
e um pássaro a cantar dentro de um ovo. 

Trova é roupa estendida na varanda,
relva molhada pela chuva branda,
rosa vermelha, moça na janela, 

gotas de orvalho a tremular na flor…
Por isso não a queiram mal, pois ela
é a voz e o coração do trovador!

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Arquivado em Mensagens Poéticas

Nei Garcez (Trovas pelo Aniversário do Feldman)

Nesta data em que a natura
deu ao mundo um escritor,
nós brindamos à cultura
deste Mestre difusor!
*
Amizades que são boas
e atitudes tão singelas,
é gostarmos das pessoas
bem assim como são elas!

Parabéns, nobre amigo
Curitiba, 27 de setembro de 2012

Nei Garcez é de Curitiba/PR

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Arquivado em aniversário, Trovas

Paulo José de Oliveira [Pajo] (Do Semear ao Germinar e do Cultivar ao Colher)

Caro amigo José Feldman! 
Trago aqui um poema meu a você nesta sua data tão especial 

Mais um ano de vida se avizinha
E com ele o melhor da esperança
Há que degustar o sabor da vinha
Em campo fértil a brotar pujança

Que as alegrias de seu existir então
Armazenada nas sementes do saber
Garantam fartura na seara em chão
Adubadas no dia-a-dia do seu fazer

Que lhe acalme o espírito do amor
Encha seu coração de alegria plena
Irradie ao semblante seu esplendor
Transmita ao próximo a paz serena

Resto invocar por ti Divinas bênçãos
Na Terra a grande Luz que te conduz
Iluminados os passos que te apensam
A aconchegar-lhe a alma que te aduz

Na experiência de seus dias vividos
O germinar fecundo no seu construir
Que tenha o doce dos frutos colhidos
E fartas colheitas ao que lhe há de vir

Aniversariar é festejar etapa vencida
Que lhe seja esta data um marco forte
De tudo que foste e construíste na vida
Sendo, de o seu existir, o alicerce e norte.

Feliz e Abençoado Niver!

Um gde abraço,

Pajo

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Arquivado em aniversário, poema.

Clevane Pessoa (Lançamento do Livro “Centaura”)

Centaura é um livro em papel reciclado, com capa de Alessandro Pessoa (Allez Pessoa), baixista da banda Tancredos, filho da autora, Clevane Pessoa.
A editoria é de Sandra Veroneze, da editora Pragmatha -Porto Alegre/RS, que escreve uma das orelhas (“Clevane faz poesia como quem joga pétalas ao vento (…) também faz poesia como quem desembainha a espada”, acentua ).
O físico, poeta e contista Marco Aurélio Lisboa, responde pela outra (“Nordestina morando em Minas, tem a fibra do algodão de Seridó, famosa por sua excelência. Quem já conhece de perto, sabe de sua coragem para enfrentar a adversidade e de sua tenacidade na luta pelas causas mais justas“, observa Marco Aurélio).. 
O prefácio é de Dimythryus, poeta paulistano premiado no Brasil e no Exterior, que conclui: “O leitor terá a sensação de estar entrando numa cela onde o medo e a insegurança humana parecem revelar-se em poemas que se revelam numa espécie de diário. Uma vez aberta a porta, por favor, não se esqueça de fechá-la (…).
Jaak Bosmans, apresenta livro e Clevane Pessoa “ Poesia de tanta solidão, percorre alegre seus dias nos símbolos mágicos da Psique e nos reflete sua “pessoa” como Clevane, de uma sempre paz além do que possa ser contrário de qualquer guerra“(…). 
Na contracapa, o prolífero escritor Thiago de Menezes faz um levantamento histórico de suas vidas, lembrando amigas comuns, quais a pintora Sinhá D’Amora , e Odette Coppos, poeta, historiadora e ensaísta, que dirigiu museus e cujo titulo está na terra dele, Itapira, SP.
Clevane manteve correspondência com ambas no tempo em que militou na imprensa de Juiz de Fora, na Gazeta Comercial.Thiago de Menezes diz:”Gosto particularmente deste título (Centaura), porque acho fascinante a riqueza de simbolismo contida no personagem que representa o centauro imortal sábio, músico, profeta, médico e professor de mitologia grega”(…) E continua:“Clevane, poetisa centaura, representa a união de várias forças em sua escrita: a razão, o instinto, a espiritualidade, a busca da imortalidade, as dualidades humanas”(…) 
Em CENTAURA- o primeiro de uma trilogia- Clevane Pessoa transita com liberdade e saber, por vários gêneros poéticos. E sobre a Centaura, de forma lancinante, a condição de sua protagonista 
Em volta dela, uma aura verde 
mostra mil anos 
de solidão” 
LAL 
Fonte:
Clevane Pessoa

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Arquivado em Belo Horizonte, Lançamento de Livro

Norália de Mello Castro (Lançamento de “Realidade e sonhos”, neste sábado, 29 de setembro)

Com uma superfície aparentemente calma, Norália desenvolve o Caos permeado por romance e poesia. São devaneios e eloquentes discursos que jorram vivacidade e, por que não dizer, interatividade com o leitor. Muitos poderão se indagar ou se perder no caminho e não saber mais o que é ficção e o que é realidade. E de quem é esta realidade, será da escritora, ou minha? 
Isto não mais importa, à luz do luar, banhados pela sonata, há tempo, muito tempo para pensar, sentir e meditar. Afinal, é este último o intermédio deste universo externo e material para dimensões oníricas, da psique e do espírito.
No começo do romance a autora escreveu:
A Inspiração

A música entra na sala e alcança além dos limites. Fico centrada no vídeo que vai mostrando a Lua. Mais e mais me deixo envolver pela música e fotos. A Lua é mostrada em todo o seu esplendor em centenas de cantões da Terra. Um passeio por montanhas e planícies, lagos e rios, mares e desertos, todos a se integrarem para mais uma fotografia. Ao fundo, a música vem suavemente, poderosamente, num crescente de acordes e sons, e a Sonata ao Luar se faz inteira. Os olhos não se desprendem, envolvidos e cobertos pelos sons em reverência: ali está o recado da mensagem: “a lua inspira devaneios ou sonhos que é a luz do pensamento”(1), aquela luz que movimenta a mente para além dela mesma, tal a sua potência. Embebida pela lua, música e fotos, permaneço em transe por longo tempo. E, agora, passada a emoção vinda de surpresa, numa tarde de verão, coloco no papel devaneios, ou sonhos.

E assim nasceu Realidade e Sonhos

La rêverie est le clair de lune de la pensée. Jules Renard, poeta francês do século XIX.
———————
Comentários sobre o livro Realidade e sonhos
Marco Llobus, editor, disse: 
“Norália é uma escritora que apresenta nuances originais, povoando neste livro vários gêneros literários”. Gêneros estes que são interligados por uma história humana, ficcional, sobre duas irmãs, passada numa pequena cidade interiorana.
“O livro Realidade e Sonhos é como uma colcha de retalhos, mas não só com diferentes estampas e tecidos, é como se a autora tivesse trabalhado com sementes, conchas, penas, pedras e outros tesouros corriqueiros e cotidianos que tornaram este livro uma majestosa obra de arte”, escreveu Karine Souza, colaboradora da Editora Catitu.
Fonte:
A Autora

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Câmara Brasileira do Livro ( Finalistas do 54ª Prêmio Jabuti) – Parte 2, final

13. Didático e Paradidático
1º – Mundo leitor – linhas da vida – Áureo Gomes Monteiro Junior, Celia Cunico, Marcia Porto, Rogerio Coelho – Ahom Educação
2º – Bullying e cyberbullying – O que fazemos com o que fazem conosco? – Maria Tereza Maldonado – Editora Moderna
3º – Atlas Histórico – Geral & Brasil – Cláudio Vicentino – Editora Ática
4º – Dinos do Brasil – Luiz E. Anelli – Editora Peirópolis
5º – Canteiro – Músicas para brincar – Margareth Darezzo – Editora Ática
6º – Descobrindo a arte – Marília Oliveira da Silva Kleine Albers; Lúcia Adriana Baleche Cruz; Consuelo Alcioni Borba Duarte Schlichta; Mauren Teuber – IBPEX
6º – Desenrolando a língua: origens e histórias da língua portuguesa falada no Brasil – Anna Ly – Autêntica Editora
7º – Áreas do Conhecimento – Elisiani Vitória Tiepolo [et al.] – Aymará Edições
8º – Ilustração Botânica: princípios e métodos – Diana Carneiro – Editora UFPR
9º – Colação Arte na Idade Antiga – Roma/Egito/Grécia – Edna Ande e Sueli Lemos – Callis Editora
10º – Competências do século 21 – Franco Iacomini Júnior, Marina Vidigal, Maria Celeste Corrêa – Aymará Edições
14. Direito
1º – Direito da criança e do adolescente em fase da TV – Denise Aires – Editora Saraiva
2º – O Estado e o direito depois da crise – Série Direito em Debate – DDJ – José Eduardo Faria – Editora Saraiva
3º – Direito das famílias – Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus Maluf – Editora Elsevier
4º – A Cegueira da Justiça – Diálogo Iconográfico entre Arte e Direito – Marcílio Toscano Franca Filho – Editora Safe
4º – Nazismo, cinema e direito – Gabriel Lacerda – Editora Elsevier
4º – Estado de direito e o desafio do desenvolvimento – Série Produção Científica – DDJ – Dimitri Dimoulis e Oscar Vilhena Vieira – Editora Saraiva
5º – O direito no divã – Ética da emoção – Jacob Pinheiro Goldberg – Editora Saraiva
6º – Crime Organizado – Coords. Ana Flávia Messa e José Reinaldo Guimarães – Editora Saraiva
6º – Mediação no judiciário: teoria na prática, prática na teoria – (orgs) Claúdia Frankel Groshan e Helena Gurfinkel Mandelbaum – Primavera Editorial
7º – Direito Internacional Penal – Imunidades e Anistias – Cláudia Perrone-Moisés – Editora Manole
8º – Tutela e privacidade na internet – Marcel Leonardi – Editora Saraiva
9º – Metodologia da pesquisa em direito e a filosofia – Coord. Rodolfo Pamplona Filho e Nelson Cerqueira – Editora Saraiva
9º – Direito e interpretação – Racionalidades e instituições – Série Direito em Debate – DDJ – Ronaldo Porto Macedo e Catarina Helena Cortada Barbieri – Editora Saraiva
10º – Série GVLaw – Direito e Economia – 30 anos de Brasil – Agenda Contemporânea tomo 1 – Maria Lúcia L. M. Padua Lima – Editora Saraiva
15. Economia, Administração e Negócios
1º – A gestão da Amazônia: Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas – Jacques Marcovitch – EDUSP
2º – Aprendizagem organizacional no Brasil – Claudia Simone Antonello e Arilda Schmidt Godoy – Artmed
3º – Novos Dilemas da Política Econômica – Edmar Bacha e Monica de Bolle – Grupo Gen
4º – Empresas proativas – Leonardo Araújo e Rogério Gava – Editora Elsevier
5º – Brasil: A nova agenda social – Edmar Bacha e Simon Schwartzman – Grupo Gen
6º – A nova classe Média – Marcelo Neri – Editora Saraiva
7º – Mesoeconomia: lições de contabilidade social: a mensuração do esforço produtivo da sociedade – Duilio de Avila Bêrni e Vladimir Lautert – Artmed
8º – Negociações econômicas internacionais – Luis Fernando Ayerbe e Neusa Maria Pereira Bojikian – Editora UNESP
9º – Taxa de câmbio no Brasil – (Orgs.) Márcio Holland e Yoshiaki Nakano – Editora Elsevier
10º – Tomada de decisão nas organizações – Abraham Sin Oih Yu (org.) – Editora Saraiva
10º – Crash – uma breve história da economia – Da Grécia Antiga ao Século XXI – Alexandre Versignassi – Editora Leya
16. Educação
1º – Alfabetização no Brasil: uma história de sua história – Maria do Rosário Longo Mortatti – Editora Cultura acadêmica oficina universitária
2º – Avaliação da aprendizagem – componente do ato pedagógico – Cipriano Carlos Luckesi – Cortez Editora
3º – Pedagogias em educação musical – Beatriz Senoi Ilari e Teresa da Assunção Novo Mateiro – Editora IBPEX
4º – Educação à Distância: o estado da arte, volume 2 – Fredric M. Litto e Marcos Formiga (org.) – Editora Pearson Education
5º – Educação infantil: Enfoques em diálogo – Eloisa A. C. Rocha / Sonia Kramer (orgs) – Editora Papirus
6º – Libras – Maria Cristina da Cunha Pereira, Daniel Choi, Maria Inês Vieira, Priscilla Gaspar e Ricardo Nakasato – Editora Pearson Education
7º – A imagem nos livros infantis: caminhos para ler o texto visual – Graça Ramos – Editora Autêntica
8º – Amor e Violência: um paradoxo das relações de namoro e do ‘ficar’ entre jovens brasileiros – Maria Cecília de Souza Minayo, Simone Gonçalves de Assis e Kathie Njaine (orgs.) – Editora Fiocruz
9º – Filosofia mínima: Ler, escrever, ensinar, aprender – Luís Augusto Fischer – Editora Arquipélago
10º – Neurociência e educação: como o cérebro aprende – Ramon M. Cosenza e Leonor B. Guerra – Editora Artmed
17. Fotografia
1º – Os Chicos – Fotografia – Leo Drumond – Nitro Editorial
2º – A Riqueza de Um Vale – Ricardo Martins – Editora Kongo/FM Editorial
3º – Amazônia – Araquém Alcântara – Editora Terra Brasil
4º – Brasil Arte Vida – Rosa de Luca – Editora Alles Trade
5º – Guilherme Gaensly – Henrique Siqueira – Cosac & Naify
6º – Festa de santo – [curadoria] Inês Zaragoza ; fotógrafos André Andrade, José Bassit, Rogério Assis – Editora DBA
7º – O Fotógrafo Cláudio Dubeux – Bruno Dornelas Câmara, George Cabral, José Luiz Mota Menezes, Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque, Reinaldo Carneiro Leão – Companhia Editora de Pernambuco
8º – Cuiabá: imagens da cidade: dos primeiros registros à decada de 1960 – Maria Auxiliadora de Freitas – Editora Entrelinhas
9º – Vale do São Francisco: O Caminho do Sertão – Fernando Mazza – Editora Via das artes
10º – Brasil Natural – Valdemir Cunha – Editora Origem
18. Gastronomia
1º – Histórias, lendas e curiosidades da gastronomia – Roberta Malta Saldanha – Editora SENAC Rio
2º – O Ganso Marisco e Outros Papos de Cozinha – Breno Lerner – Editora Melhoramentos
3º – Dicionário do vinho – Maurício Tagliari e Rogério de Campos – Companhia Editora Nacional
4º – Sabor do Brasil – Alice Granato e Sergio Pagano – GMT Editores
5º – Ambiências: histórias e receitas do Brasil – Mara Salles – Editora DBA
6º – Ponto Chic – Angelo Iacocca – Editora SENAC
7º – Comer e beber como Deus manda – Sergio de Paula Santos – Editora SENAC
8º – Receber com charme – Renata Rangel e Cláudia Pixu – Editora Globo
9º – Cozinha judaica da Maria – Viviane Lessa e Léo Steinbruch – Editora Alaúde
10º – Doces húngaros – Dorothea Hidas Piratininga – Editora DBA
19. Infantil
1º – Mil e uma estrelas – Marilda Castanha – Edições SM
2º – Benjamin: Poemas com desenhos e músicas – Thais Beltrame – Editora Melhoramentos
3º – Alice no telhado – Nelson Cruz – Edições SM
4º – O Capetinha do Espaço ou O Menino de Mercúrio – Ziraldo Alves Pinto – Editora Melhoramentos
5º – Pastinha O menino que virou Mestre de Capoeira – José de Jesus Barreto – Solisluna Editora
5º – Votupira o vento doido da esquina – Fabrício Carpinejar – Edições SM
6º – O elefante escravo do coelho – Sonia Junqueira; criação, desenho e projeto dos bonecos giramundo – Editora Autêntica
7º – O herói imóvel – Rui Oliveira – Editora Rovelle
8º – O menino que perguntava – Ignácio Loyola Brandão – Editora Objetiva
9º – Contradança – Roger Mello – Companhia das letras
10º – Onde Eles Estão? – Fernando Vilela – Brinquebook editora
20. Juvenil
1º – A mocinha do Mercado Central – Stella Maris Rezende – Editora Globo
2º – Nem eu nem outro – Suzana Montoro – Edições SM
3º – As memórias de Eugênia – Marcos Bagno – Editora Positivo
4º – Ponte ponteio – Leny Werneck – Editora Record
5º – Estação Brasil – Domingos Pellegrini – Editora FTD
6º – A Filha das Sombras – Caio Riter – Edelbra
7º – A guardiã dos segredos de família – Stella Maris Rezende – Edições SM
7º – Um quilombo no Leblon – Luciana Sandroni – Pallas Editora
8º – Anjo de rua – Manoel Constantino – Companhia Editora de Pernambuco
9º – Eu, Sumé – Marco Moretti – Editora Novo século
10º – A menina que não queria ser top model – Lia Zatz – Editora Biruta
21. Poesia
1º – Alumbramentos – Maria Lúcia Dal Farra – Editora Iluminuras
2º – Vesuvio – Zulmira Ribeiro Tavares – Companhia das letras
3º – A Viagem – Walmir Ayala – Editora Bem-te-vi
4º – Roça Barroca – Josely Vianna Baptista – Cosac & Naify
5º – Curare – Ricardo Corona – Editora Iluminuras
6º – Junco – Nuno Ramos – Editora Iluminuras
7º – A fera incompletude – Fabrício Marques – Dobra Editorial
8º – Trans – Age De Carvalho – Cosac & Naify
9º – laetitia,sp – Gabriel Pedrosa – Editora Ateliê
10º – Sísifo desce a montanha – Affonso Romano de Sant’Anna – Editora Rocco
22. Psicologia e Psicanálise
1º – O novo inconsciente: como a terapia cognitiva e as neurociências revolucionaram o modelo do processamento mental – Marco Montarroyos Callegaro – Artmed
2º – Estrutura e constituição ? uma arqueologia das práticas de cura, psicoterapia e tratamento – Christian Ingo Lenz Dunker – Annablume Editora
3º – Transformações humanas: Encontros, Amor Ágape e Resiliência – Aparecida Magali de Souza Alvarez – EDUSP
4º – Psicologia social: principais temas e vertentes – Cláudio Vaz Torres e Elaine Rabelo Neiva – Artmed
5º – Entre o Hospício e a Cidade – Dilemas no Campo da Saúde Mental – Ianni Regia Scarcelli – Editora Zagodoni
6º – De mãe em flha. A transmissão da feminilidade – Mariana Ribeiro – Editora Escuta
7º – Tempo e Felicidade – Marília Pereira Bueno Millan – Casa do psicólogo
8º – Intercâmbio das Psicoterapias – Roberta Payá – Grupo Gen
9º – Sobre Neurônios, Cérebros e Pessoas – Roberto Lent – Editora Atheneu
10º – O mal-estar civilização: as obrigações do desejo na era da globalização – Nina Saroldi – Editora Civilização brasileira
23. Reportagem
1º – Os últimos soldados da Guerra Fria – Fernando Morais – Companhia das letras
2º – Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda – Miriam Leitão – Editora Record
3º – O cofre do dr. Rui – Tom Cardoso – Editora Civilização brasileira
4º – Perda total – Ivan Sant’Anna – Editora Objetiva
5º – O espetáculo mais triste da Terra – Mauro Ventura – Companhia das letras
6º – O rio: Uma viagem pelo Amazonas – Leonencio Nossa – Editora Record
7º – Guerras e Tormentas – Diário de um correspondente Internacional – Rodrigo Lopes – Editora Besourobox
8º – Um escritor no fim do mundo: Viagem com Michel Houellebecq à Patagônia – Juremir Machado da Silva – Editora Record
9º – A privataria tucana – Amaury Ribeiro Jr. – Geração Editorial
10º – Entretanto, foi assim que aconteceu: Quando a notícia é só o começo de uma boa história – Christian Carvalho Cruz – Editora Arquipélago
24. Romance
1º – Mano, a noite está velha – Wilson Bueno – Editora Planeta
2º – Infâmia – Ana Maria Machado – Editora Objetiva
3º – Procura do romance – Julián Fuks – Editora Record
4º – O passeador – Luciana Hidalgo – Editora Rocco
5º – Habitante irreal – Paulo Scott – Editora Objetiva
6º – Nihonjin – Oscar Nakasato – Editora Saraiva
7º – Naqueles morros, depois da chuva – Edival Lourenço – Editora Hedra
8º – Tapete de silêncio – Menalton Braff – Editora Global
9º – O estranho no corredor – Chico Lopes – Editora 34
10º – Herança de Maria – Domingos Pellegrini – Editora Leya
25. Tecnologia e Informática
1º – Tecnologia do Pescado – Ciência, Tecnologia, Inovação e Legislação – Alex Augusto Gonçalves – Editora Atheneu
2º – Inteligencia Artificial: Uma abordagem de aprendizado de máquina – Andre Carlos Ponce – Grupo Gen
3º – Introdução à arquitetura e design de software – (Orgs.) Paulo Silveira, Guilherme Silveira, Sérgio Lopes, Guilherme Moreira, Nico Steppat, Fábio Kung – Editora Elsevier
4º – Sistemas colaborativos – (Orgs.) Mariano Pimentel e Hugo Fuks – Editora Elsevier
5º – Telecomunicações em Edifícios no Projeto de Arquitetura – Novos Requisitos, Espaços e Subsistemas – Fabio Montoro – Editora Pini
6º – Fundamentos de Sistemas Operacionais – Machado/ Maia – Grupo Gen
7º – Acessibilidade: guia prático para o projeto de adaptações e de novas edificações – Ana Lúcia Saad – Editora Pini
8º – Uma Viagem pelo mundo das Cores, O que os profissionais do mundo gráfico têm que conhecer ! – Andrea Celeste Maldonado Inostroza – Edição do autor
9º – Clicando com Segurança – Edison Fontes – Editora Brasport
26. Teoria/Crítica Literária
1º – Da estepe à caatinga: O Romance Russo no Brasil (1887-1936) – Bruno Barretto Gomide – EDUSP
2º – Critica Textualis in Caelum Revocata? Uma Proposta de Edição e Estudo da Tradição de Gregório de Matos e Guerra – Marcello Moreira – EDUSP
3º – A Espanha de João Cabral e Murilo Mendes – Ricardo Souza de Carvalho – Editora 34
4º – Cenas de um modernismo de província – Ivan Marques – Editora 34
5º – Literatura e Afrodescendência no Brasil: antologia crítica – Eduardo de Assis Duarte e Maria Nazareth Soares Fonseca – Editora UFMG
6º – Hermenêutica e crítica: O Pensamento e a Obra de Benedito Nunes – Jucimara Tarricone – EDUSP
7º – João Antônio, leitor de Lima Barreto – Clara Ávila Ornellas – EDUSP/FAPESP
8º – A Construção da Identidade Nacional nas Crônicas da Revista do Brasil – Maria Inês Batista Campos – Editora Olho D’Água
9º – Janelas Indiscretas: Ensaios de crítica biográfica – Eneida Maria de Souza – Editora UFMG
10º – Poemas e pedras: A Relação entre a Escultura e a Poesia Partindo de Rodin e Rilke – Rita Rios – EDUSP
27. Turismo e Hotelaria
1º – História do Turismo no Brasil entre os séculos XVI e XX – Paulo de Assunção – Editora Manole
2º – Destinos de Sonho – 101 Viagens Inesquecíveis – Elaine Ianicelli, Gabriela Aguerre e Rosana Zakabi – Editora Abril
3º – Lisboa em Pessoa – guia turístico e literário da capital portuguesa – João Correia Filho – Editora Leya
4º – Guia América do Sul – Uma viagem para brasileiros – Márcia Carmo – Editora DBA
5º – Como um rei na França – Amaury Temporal – Editora Record
6º – 50 Livrarias de Buenos Aires – Adriana Marcolini – Ateliê editorial
7º – Hold´Em Místico – LAPT Lima/Peru 2011 – Zaiden Geraige Neto – Editora Sete virtudes
28. Projeto Gráfico
1º – Linha do tempo do design gráfico no Brasil – Chico Homem De Melo E Elaine Ramos Coimbra – Cosac & Naify
2º – Bonita Maria Do Capitão – Germana Gonçalves De Araujo – Editora EDUNEB
3º – 40 microcontos experimentais – Airton Cattani – Editora Marca visual
4º – Áporo Itabirano: epistolografia à beira do acaso – Warrak Loureiro – Imprensa Oficial do estado
5º – Minas Gerais – Gringo Cardia – Editora UFMG
6º – Coleção Diversidade: Tesouros do Olhar – Produtor Gráfico Guili Seara Design – Editora Belo Belo
7º – Divina Comédia – Henrique P. Xavier – Editora Ateliê
8º – Coleção Primeira Infância – Eu na Escola – Déborah de Araujo Maia – Editora OPET
9º – Para seguir minha jornada: Chico Buarque – Victor Burton & Angelo Allevato Bottino – Nova Fronteira
10º – Aventuras de Alice no subterrâneo – Rafael Vianna – Editora Scipione
29. Tradução
1º – Odisseia – Trajano Vieira – Editora 34
2º – Madame Bovary – Mário Laranjeira – Companhia das letras
3º – Guerra e paz – Rubens Figueiredo – Cosac & Naify
4º – Heine hein? Poeta dos contrários – André Vallias – Editora Perspectiva
5º – Duplo Canto e Outros Poemas – Bruno Palma – Editora Ateliê
6º – Os sonâmbulos – Marcelo Backes – Editora Saraiva 
7º – Poesia completa de Yu Xuanji – Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao – Editora UNESP
8º – O duplo – Paulo Bezerra – Editora 34
9º – Poemas – Regina Przybycien – Companhia das Letras
10º Ilusões Perdidas – Rosa Freire d’Aguiar – Companhia das Letras
Fonte:
Câmara Brasileira do Livro

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Arquivado em Premio Jabuti, Resultado Final

Mário Quintana (A Voz)

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26 de setembro de 2012 · 20:59

Alberto Paco (Manhã de Primavera)

Primavera em Maringá
Na manhã primaveril
Em que os pássaros cantavam
E as flores balançavam
Sob uma brisa ligeira,
Estava no chão, sentada,
Uma formosa garota
À sombra de uma figueira.

Quando ao pé dela cheguei,
Tão encantado fiquei
Com sua graça e beleza,
Que de tudo me esqueci.
A ela, maior eu vi
Do que a própria Natureza. 

Quando tentei lhe falar,
Rápido se levantou
E apressada se afastou
Deixando-me ali sozinho,
A seguir com o olhar 
O seu esbelto perfil!

Agora vivo a sonhar,
Com a garota que vi 
Na manhã primaveril!

Maringá, Primavera de 2012.

Fontes
O Autor
Imagem : Foco Maringá

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Arquivado em Maringá, Paraná, poema., Primavera

Lino Mendes (Primavera da Vida)

Primavera em Portugal

O autor é de Montargil/Portugal

Diz o poeta que a Primavera vai e volta sempre, mas a Juventude  já não volta mais…

Mas a Primavera da Vida pode ser uma constante. Constrói-se no dia-a-dia

Esteja atento aos ensinamentos que nos chegam .Certamente também lhe disseram que “se distribuir compreensão e tolerância , colhe harmonia e bem estar”. e “ se na sua horta plantar canteiros de carinho, de alegria e de generosidade, verá nascer e crescer a felicidade, a gratidão e o amor.”

Será respeitado.

Seja humilde ! Diga não à arrogância.

Li isto algures, e fui-o confirmando no meu percurso de vida.

Diz o povo na sua sabedoria “que se colhe o que se planta”. Claro que não deve deixar crescer as ervas daninhas, como o povo fazia , “mondando” as culturas para que as mesmas florescessem  livres das “forças negativas”

Verá  que todos estes “valores” são as flores da “Primavera da Vida”

Fonte:
O Autor

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Arquivado em Montargil, Portugal

Olivaldo Junior (Para Um Pássaro à Beira da Estrada que me Leva ao Trabalho)

Sim, foi um pássaro.
Teve ninho, céus e pousada
nos galhos das árvores
que o mundo 
lhe dava.

Sim, foi um pássaro.
Teve bico, pena e pousada
nos braços das almas
que o mundo
levava.

Sim, foi um pássaro.
Teve cisco, seiva e pousada
nos sábados mártires
que o mundo 
nos dá.

Fonte:
O Autor

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Arquivado em Estado de São Paulo, Moji-Guaçu, poema.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 679)


Uma Trova de Ademar  

Minha mente é qual jazida 
onde o verso prolifera.. 
De poesia eu pinto a vida 
com cores da primavera! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Ouço no vento, clamores… 
-ah! mais vida, quem me dera! 
Súplica vinda das flores, 
quando finda a primavera. 
–Francisco José Pessoa/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

Primavera é foto linda, 
de uma infância toda em flor, 
parece que nunca finda 
a primavera do amor! 
–Prof. Garcia/RN– 

Uma Trova Premiada  

2008  –  TrovaUneVersos/RN 
Tema  –  SONHO (s)  –  1º Lugar 

A primavera, suponho, 
que tendo sonhos de amor, 
faz, sim, com que cada sonho 
nasça em forma de uma flor. 
–Vanda Fagundes Queiroz/PR– 

…E Suas Trovas Ficaram  

A primavera opulenta,
rica de cantos e cores,
palpita, anseia, rebenta,
em cataclismo de flores.
–Guerra Junqueiro/PRT– 

U m a P o e s i a  

Deus pincela os seus sinais 
e tudo se regenera… 
As belas cores da vida 
repercutem a nova era, 
e em cada canto do mundo 
Ele pinta a primavera. 
–Hélio Alexandre/RN– 

Soneto do Dia  

FRÊMITO. 
–José Ouverney/SP– 

Se tu não existisses, meu amor, 
meu despertar seria diferente; 
talvez um abrir de olhos tão somente: 
cena comum de um quadro sem valor… 

Talvez sonhar perdesse o seu sabor 
e, nos primórdios de uma tarde quente, 
a vida se esvaísse lentamente 
se tu não existisses, meu amor! 

Poetas versariam sem paixão; 
não se daria crédito à emoção; 
não haveria o frêmito da espera. 

E como iria eu falar de flor 
se tu não existisses, meu amor? 
Sem ti… nem haveria primavera!

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Arquivado em Mensagens Poéticas

Ialmar Pio Schneider (Soneto Aflito)

Quisera aqui deixar escrito de passagem
aquele enlevo que nos uniu num momento;
depois tomaste um rumo e seguiste viagem
como quem parte, assim levada pelo vento…

Hoje procuro ouvir na tênue voz da aragem
um suspiro talvez; ou quem sabe um lamento
emitido por ti, tal qual uma mensagem
que me permita, enfim, lograr o meu intento…

Mas vão-se as estações: inverno, primavera,
verão e outono; e ainda estou sozinho e triste,
na aflição infernal de quem sofrendo espera…

Se ouvires, por acaso, um pássaro canoro
entoar uma canção que tu jamais ouviste,
recorda-te que ao te lembrar ainda imploro !

Fonte:
O Autor

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Arquivado em Rio Grande do Sul, Soneto.

Câmara Brasileira do Livro ( Finalistas do 54ª Prêmio Jabuti) – Parte I

Em virtude de ser uma lista extensa, dividi em duas partes.
Já são conhecidos os finalistas do 54º Prêmio Jabuti. Em apuração aberta ao público nesta quinta-feira, 20, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) apresentou as notas atribuídas pelos jurados às dez melhores obras de cada uma das 29 categorias do prêmio. 
Esta foi apenas a primeira etapa do processo que irá apontar os melhores livros de 2011, e que culminará com a entrega dos prêmios de Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não Ficção, no dia 28 de novembro. 
A fase que se encerra foi resultado da análise de um total de 2.203 inscritos. Para chegar aos finalistas, três jurados especialistas em cada categoria atribuíram notas de 0 a 10 às dez melhores obras inscritas. Classificaram-se as que obtiveram as melhores médias. A avaliação teve como base os critérios estabelecidos para cada categoria no regulamento, disponível em: http://www.premiojabuti.com.br/content/regulamento.
Todos os resultados foram auditados pela Parker Randall. O curador do Prêmio Jabuti, José Luiz Goldfarb, e o Conselho de Curadores, formado por especialistas do setor editorial, ficaram responsáveis por checar se todas as obras classificadas cumpririam com os critérios estabelecidos pelo regulamento. Integram o Conselho de Curadores a escritora e membro da Academia Paulista de Letras Ana Maria Martins, o diretor científico da Fapesp, Carlos Brito, o vice-reitor de Extensão da Universidade Estácio de Sá, Deonísio da Silva, e o poeta Frederico Barbosa.
Na segunda fase do prêmio, os escolhidos serão submetidos a uma nova análise, cuja apuração está marcada para o dia 18 de outubro. Na ocasião, serão conhecidas as três melhores obras de cada categoria, que serão laureadas com o Jabuti. Além disso, os primeiros colocados receberão o prêmio em dinheiro de R$ 3,5 mil.
Os Livros do Ano, categorias Ficção e Não Ficção, serão escolhidos apenas entre os primeiros lugares das categorias. Além dos jurados, participam da escolha os associados das quatro entidades representativas do setor: CBL, SNEL, ANL e ABDL. 
Concorrem ao Livro do Ano Ficção os primeiros colocados nas categorias: “Romance”, “Contos e Crônicas”, “Poesia”, “Infantil” e “Juvenil”. 
Já para o Livro do Ano Não Ficção, participam as categorias: “Teoria/Crítica Literária”, “Reportagem”, “Ciências Exatas”, “Tecnologia e Informática”, “Economia, Administração e Negócios”, “Direito”, “Biografia”, “Ciências Naturais”, “Ciências da Saúde”, “Ciências Humanas”, “Didático e Paradidático”, “Educação”, “Psicologia e Psicanálise”, “Arquitetura e Urbanismo”, “Fotografia”, “Comunicação”, “Artes”, “Turismo e Hotelaria” e “Gastronomia”.
RELAÇÃO DOS FINALISTAS
1. Capa
1º – A anatomia de John Gray – Leonardo Iaccarino – Editora Record
2º – A máquina de fazer espanhóis – Lourenço Mutarelli – Cosac & Naify
3º – História do cabelo – Gabriela Castro – Cosac & Naify
4º – O circo do Dr. Lao – Retina78 – Leya
5º – Ratos – Laboratório Secreto – Editora Intrínseca
6º – Formação (bildung), educação e experimentação em Nietzsche – Marcos da Mata – Editora Eduel
7º – Dresden – Elmo Rosa – Editora Record
8º – Eu vi o mundo – Gabriela Castro – Cosac & Naify
9º – Primeiro Tempo – Marcelo Aflalo – Editora Magma cultural
10º – Bonita Maria do Capitão – Germana Gonçalves de Araujo – EdUNEB
2. Ilustração
1º – Bananas podres – Ferreira Gullar – Casa da palavra
2º – O ovo ou a galinha? – Gustavo Rosa – Editora Rideel
3º – Água sim – Andrés Sandoval – Companhia das letras
4º – Apolinário – O homem-dicionário – Daniel Bueno – Editora Original
5º – Disse me disse – Elma – Editora Paulinas
6º – Um dia de chuva – Guazzeli – Cosac & Naify
7º – Quando meu pai se encontrou com o ET fazia um dia quente – Lourenço Mutarelli – Companhia das letras
8º – Animais – Grupo Xiloceasa – Editora 34
9º – Poemas de pé quebrado – Maria Tania Carneiro Leão – Editora Carpe diem
10º – Diário de navegação – Pero Lopes e a expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1532) – Vallandro Keating – Editora Terceiro nome
3. Ilustração de Livro Infantil e Juvenil
1º – Mil e uma estrelas – Marilda Castanha – Editora SM
2º – A visita – Lúcia Hiratsuka – Editora DCL
3º – Tati é especial – Jean-Claude R. Alphen – Editora Scipione
4º – Madiba – O menino africano – Renato Alarcão – Cortez Editora
5º – Carmela vai à escola – Elisabeth Teixeira – Editora Record
6º – Contradança – Roger Mello – Companhia das letras
7º – A Compoteira – Bebel Callage – Editora Prumo
8º – O esconderijo das vontades – Laura Michel – Callis Editora
9º – Marina e Mariana – Salmo Dansa – Editora Lafonte
10º – A Dona da Festa – Graça Lima – Editora Record
4. Arquitetura e Urbanismo 
1º – A arquitetura de Croce, Aflalo e Gasperini – Fernando Serapião – Editora Paralaxe
2º – Warchavchik fraturas da vanguarda – José Lira – Cosac & Naify
3º – Chai-Na – Otília Arantes – EDUSP
4º – Desenho e desígnio: O Brasil dos Engenheiros Militares (1500-1822) – Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno – EDUSP
5º – Paulo Casé 80 anos: vida, obra e pensamento – Alfredo Britto, Regina Zappa e Roberto Segre – Casa da palavra
6º – Galo cantou: A conquista da propriedade pelos moradores do Cantagalo – Paulo Rabello de Castro – Editora Record
7º – Glaziou e as raizes do paisagismo no brasil – Bia Hetzel E Silvia Negreiros – Editora Manati
8º – Neocolonial, modernismo e preservação do patrimônio no debate cultural dos anos 1920 no Brasil – Maria Lúcia Bressan Pinheiro – EDUSP
9º – São paulo uma interpretação – Jorge Wilheim – Editora SENAC
10º – Belle Époque dos Jardins – Guilherme Mazza Dourado – Editora SENAC
5. Artes
1º – Samico – Weydson Barros Leal – Editora Bem-te-vi
2º – Brecheret e a Escola de Paris – Daisy Peccinini – FM Editorial
3º – Antunes Filho, Poeta da cena – Sebastião Miralé – Edições SESC-SP
4º – Emanoel Araujo ? Escultor – Paulo Herkenhoff – Editora Via impressa
5º – Fayga Ostrower Ilustradora – Fayga Ostrower – Instituto Moreira Sales
6º – No mar = At sea – Luise Weiss – Imprensa oficial do estado
7º – Teatro Municipal de São Paulo 100 anos Palco e Platéia da Sociedade Paulistana – Organização: Carlos Eduardo Martins Macedo/Texto: Marcia Camargos/Ensaio Fotográfico:Cristiano Mascaro – Editora Dado Macedo
8º – Memória da Arte Franciscana na Cidade do Rio de Janeiro – Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho – Rosa Maria Costa Ribeiro – Cesar Augusto Tovar Silva – Editora Arteway
9º – Vai que nós levamos as partes que te faltam: Daniel Senise = Go we’ll bring the parts you leave behind: Daniel Senise – Maria Iovino – Imprensa oficial do estado
10º – Artesãos da Sapucaí – Carlos Feijó e André Nazareth – Editores olhares
6. Biografia
1º – Fernando Pessoa: uma quase autobiografia – José Paulo Cavalcanti Filho – Editora Record
2º – Eu vi o mundo – Gabriela Castro – Cosac & Naify
3º – João Goulart: uma biografia – Jorge Ferreira – Editora Civilização brasileira
4º – Cláudio Manuel da Costa – Laura de Mello e Souza – Companhia das letras
5º – Antônio Vieira – Ronaldo Vainfas – Companhia das letras
6º – Solo – Cesar Camargo Mariano – Editora Leya
7º – Justa – Aracy de Carvalho e o resgate de judeus: trocando a Alemanha nazista pelo Brasil – Mônica Raisa Schpun – Editora Civilização brasileira
8º – A Bossa do Lobo – Ronaldo Bôscoli – João Baptista da Costa Aguiar – Editora Leya
9º – Angelo Agostini: A Imprensa Ilustrada da Corte à Capital Federal, 1864-1910 – Gilberto Maringoni – Editora Devir
10º – Roland Barthes -uma biografia intelectual – Leda Tenório da Motta – Editora Iluminuras
7. Ciências Exatas
1º – Eletrodinâmica de Ampére – André Koch Torres Assis e João Paulo Martins De Castro Chaib – Editora UNICAMP
2º – Química medicinal: Métodos e Fundamentos em Planejamento de Fármacos – Carlos A. Montanari (organizador) – EDUSP
3º – Substâncias orgânicas: Estrutura e Propriedades – Nídia Franca Roque – EDUSP
4º – O telescópio na magia natural de Giambattista della Porta – Fumikazu Saito – Editora da PUC-SP
5º – O observatório no telhado – Oscar T. Matsuura – Companhia editora de Pernambuco
6º – Processos Biológicos Avançados para Tratamento de Efluentes e Técnicas de Biologia Molecular para o Estudo da Diversidade Microbiana – Márcia Dezotti, Geraldo Lippel Sant’Anna Jr, João Paulo Bassin – Editora Interciência
7º – Mecânica Quântica – José Roberto Mahon – Grupo Gen
8º – Simulação computacional de circuitos elétricos – Luiz de Queiroz Orsini e Flávio Cipparrone – EDUSP
9º – Controle Linear de Sistemas Dinâmicos – Teoria, Ensaios Práticos e Exercícios – José C. Geromel e Rubens H. Korogui – Editora Edgard Blucher
10º – Tópicos de mecânica clássica – Marcus A. M. de Aguiar – Editora Livraria da física
8. Ciências Humanas
1º – ritmo espontaneo: organicismo em raizes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda – João Kennedy Eugenio – Editora da Universidade federal do Piauí
2º – Um estilo de história – Fernando Nicolazzi – Editora da UNESP
3º – A política da escravidão no Império do Brasil – Tâmis Parron – Editora Civilização Brasileira
4º – Mutações: A invenção das crenças – Adalto Novaes (org.) – Edições SESC-SP
5º – Entre a luxúria e o pudor: a história do sexo no Brasil – Paulo Sérgio do Carmo – Editora Octavo
6º – A sociologia e o mundo moderno – Octavio Ianni – Editora Civilização brasileira
6º – Dicionário da Antiguidade Africana – Nei Lopes – Editora Civilização brasileira
7º – Oniska: poética do xamanismo na amazônia – Pedro de Niemeyer Cesarino – Editora Perspectiva
8º – Lições de filosofia primeira – José Arthur Giannotti – Companhia das letras
9º – Para uma história da belle époque: a coleção de cardápios de Olavo Bilac – Lúcia Garcia – Imprensa oficial do estado
10º – In difesa della razza: Os Judeus Italianos Refugiados do Fascismo e o Antissemitismo do Governo Vargas, 1938-1945 – Anna Rosa Campagnano – EDUSP
9. Ciências Naturais
1º – Gestão do Saneamento Básico – Abastecimento de água e esgotamento sanitário – Coleção Ambiental – Arlindo Philippi Jr., Alceu de Castro Galvão – Editora Manole
2º – Fundamentos da Paleoparasitologia – Luiz Fernando Ferreira, Karl Jan Reinhard e Adauto Araújo (orgs.) – Editora Fiocruz
3º – Frutas da Amazônia Brasileira – Silvestre Silva – Metalivros
4º – Direito ambiental – do global ao local – Angela Barbarulo – Editora Global
5º – O futuro da Terra – H. Moysés Nussenzveig – Editora FGV
6º – Geografia- Práticas de Campo, Laboratório e Sala de Aula – Luis Antonio Bittar Venturi (organizador) – Editora Sarandi
7º – Educação Ambiental na Formação do Administrador – José Carlos Barbieri e Dirceu da Silva – Editora Cengage Learning
8º – O Desafio da Sustentabilidade na Construção Civil – Série Sustentabilidade – Vol. 5 – Vahan Agopyan e Vanderley M. John – Editora Edgard Blucher
9º – Energia Eólica – Série Sustentabilidade – Eliane A. Faria Amaral Fadigas – Editora Manole
10º – Irrigação e Fertirrigação em fruteiras tropicais e hortaliças. – Valdemício Ferreira de Sousa, Waldir Aparecido Marouelli, Eugênio Ferreira Coelho, José Maria Pinto/ Maurício Antonio Coelho Filho – Editora EMBRAPA
10. Ciências da Saúde
1º – Clínica Psiquiátrica – A visão do Depto. e do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP – Eurípedes Constantino Miguel, Valentim Gentil, Wagner Farid Gattaz – Editora Manole
2º – Tratado de Gastroenterologia – Federação Brasileira de Gastroenterologia – Editores: Schlioma Zaterka e Jaime Natan Eisig – Editora Atheneu
3º – Coluna vertebral – Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem – João Luiz Fernandes e Francisco Maciel Júnior – Editora Elsevier
4º – Estatística na área da saúde: conceitos aplicações e prática computacional – Arminda Lucia Siqueira, Jacqueline Domingues Tibúrcio – Editora CoopMed
5º – Artigos Científicos – Como Redigir, Publicar e Avaliar – Maurício Gomes Pereira – Grupo Gen
6º – Tratado de Fisioterapia Hospitalar – Assistência Integral ao Paciente – Joaquim Minuzzo Vega, Alexandre Luque, George Jerre V. Sarmento e Luiz Fernando de Oliveira Moderno – Editora Atheneu
7º – Epidemiologia e Saúde – Fundamentos, métodos e aplicações – Naomar de Almeida Filho – Grupo Gen
8º – clínica e laboratório “Prof. Celso Carlos de Campos Guerra” – João Carlos de Campos Guerra/Carlos Eduardo dos Santos Ferreira – Sarvier Editora
9º – PET e PET/CT em Oncologia – SBB Medicina Nuclear – Editores: Celso Darío Ramos e José Soares Junior – Editora Atheneu
10º – Farmácia Clínica – Segurança na Prática Hospitalar – Fábio Teixeira Ferracini e Wladmir Mendes Borges Filho – Editora Atheneu
11. Comunicação
1º – O império dos livros: Instituições e Práticas de Leitura na São Paulo Oitocentista – Marisa Midori Deaecto – EDUSP
2º – Linha do tempo do design gráfico no Brasil – Chico Homem de Melo e Elaine Ramos Coimbra – Cosaf & Naify
3º – Repressão e Resistência: Censura a Livros na Ditadura Militar – Sandra Reimão – EDUSP
4º – 70 anos de Radiojornalismo no Brasil, 1941-2011 – Sonia Virgínia Moreira – EDUERJ
5º – Olho de vidro: a televisão e o estado de exceção da imagem – Marcia Tiburi – Editora Record
6º – As Capas desta História – Ricardo Carvalho, Vladimir Sacchetta e Jose Luiz Del Roio – Instituto Vladmir Herzog
7º – Revistas de invenção – 100 revistas de cultura do modernismo ao século XXI – Sergio Cohn (organizador) – Azougue Editorial
8º – Lanterna Mágica: infância e cinema infantil – João Batista Melo – Editora Civilização Brasileira
9º – O negro nos espaços publicitários brasileiros: perspectivas contemporâneas em diálogo – Leandro Leonardo Batista e Francisco Leite (Orgs.) – Escola de comunicação e artes (USP) e Coordenadoria dos Assuntos da População Negra – CONE/ PMSP
10º – Música e Propaganda – Paulo Cezar Alves Goulart – Editora A9
12. Contos e Crônicas
1º – O livro de Praga – Sérgio Sant’Anna – Companhia das letras
2º – Vento sul – ficções – Vilma Arêas – Companhia das letras
3º – O anão e a ninfeta – Dalton Trevisan – Editora Record
4º – O Destino das metáforas – Sidney Rocha – Editora Iluminuras
5º – Nós passaremos em branco – Luís Henrique Pellanda – Editora Arquipélago
6º – Axilas e outras histórias Indecorosas – Rubem Fonseca – Nova Fronteira
7º – Enquanto água – Altair Martins – Editora Record
8º – Onde terminam os dias – Francisco de Morais Mendes – Editora 7 letras
9º – Contos de mentira – Luisa Geisler – Editora Record
10º – Passaporte para a China – crônicas de viagem – Lygia Fagundes Telles – Companhia das letras
Continua…
Fonte:
Câmara Brasileira do Livro

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Arquivado em Premiações, Premio Jabuti

Mário Quintana (A Coisa)

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25 de setembro de 2012 · 13:13

Antonio Brás Constante (Zero a Esquerda ou Fora de Série?)

“Ninguém cometeu maior erro, do que aquele que errou ao fazer tudo errado”.
Antonio Brás Constante

Números. Números. Números. Não passamos de um conjunto numérico, perdido em uma equação qualquer. Uma equação ainda não totalmente resolvida, conhecida como vida. O ser humano na sua essência é feito de números. Somos compostos orgânicos com bilhões de células disto, sei lá mais quantos bilhões de outras células formando aquilo, etc.

Os números determinam padrões na sociedade. Somos classificados por um número variável chamado: “idade”, e nos dizem que devemos agir conforme esta idade. Ou seja, em alguns casos somos muito velhos, em outros nos acham muito novos e ainda em outros temos a idade certa, mesmo que seja para algo que naquele momento não nos interessa.

Apesar de não nos darmos conta, nós somos geralmente atraídos pelos números que compõe as outras pessoas. Por exemplo, na busca por relacionamentos amorosos, muitos procuram saber sobre a altura, peso, quadril, busto, idade e até conta bancária de seus pretendentes.

Ainda na parte dos relacionamentos, podemos imaginar a seguinte situação: você sai para passear com sua amada. Resolve levá-la a um lugar especial, onde possam namorar, trocando beijos e carícias. Então você, aproveitando aquele momento lindo, totalmente enlouquecido de amor, dá uma, duas, três, até quatro idéias de como o futuro seria maravilhoso se vocês ficassem juntos para sempre. É a matemática do amor, agindo nos pensamentos do enamorados.

Também no trabalho somos um mero número, conhecidos no sistema como o funcionário de matricula tal, que tem o RG tal e o CPF etecétera e tal. Em qualquer novo plano diretor, onde haja necessidade de cortes para maximizar custos, o fator humano é logo substituído por algum índice matemático, e de um instante para outro passamos de nove para seis, ou seja, nossa vida vira de cabeça para baixo.

A própria empresa é um emaranhado de números, que aparentemente parece ser feita de tijolos e movida através de carne e sangue, mas que no fim de cada semestre passa a ser um relatório contábil repleto de números e indicações positivas ou negativas, traçando geralmente perfis pouco amistosos sobre ações futuras.

Um assunto como este pode até causar insônia, algo que tentamos amenizar contando carneirinhos lanosos, que para desespero de qualquer fazendeiro, conseguem pular cercas com extrema facilidade. Em outros casos apenas contamos com algum tipo de calmante. Então percebemos que nossa saúde também é vista através de números, que medem pressão, batimentos cardíacos, taxa de glicose, entre outros tantos pontos que flutuam em nossos exames. Se notarmos, a própria política começa com a escolha de números, onde muitos se elegem apenas para fazer número e, principalmente, desviar números.

Sua classe social, sua localização em sua rua ou mesmo no universo (latitude e longitude), ou o máximo de caracteres que devo digitar neste texto, tudo é formado por números. Podemos dizer que Deus é um número. Talvez o número mais básico que exista e por isso tão complexo. Algo similar ao computador, que é capaz de efetuar maravilhas, feitas a partir da combinação de dois únicos dígitos (0s e 1s) que formam o código binário.

Enfim, na matemática da vida, não devemos ser apenas mais um número. Devemos somar esforços, dividir os problemas na busca de soluções, subtrair pensamentos negativos, e elevar a enésima potência às energias e ações positivas, passando a ser multiplicadores de algo melhor, deixando de ser um zero a esquerda para nos tornamos pessoas fora de série.

Fonte:

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Arquivado em O Escritor com a Palavra, Rio Grande do Sul

Haicai 12 – A. A. de Assis (PR)

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25 de setembro de 2012 · 13:06

Artur Azevedo (O Telefone)

Isto passou-se nos últimos tempos do Segundo Império:

O Chagas, moço de vinte e cinco anos, amanuense numa secretaria de estado, era tímido, o que, aliás, não o impediu de corresponder prontamente aos olhares libidinosos que certa noite – por sinal que era domingo – lhe atirou de um camarote, no Recreio Dramático, uma bonita mulher, um pouco mais velha que ele, acompanhada pelo marido, muito mais velho que ambos.

Este parecia interessado pelo espetáculo: tinha os olhos pregados no palco, sem desconfiar nem de leve que a sua cara-metade namorava escandalosamente às suas barbas, um jovem espectador da platéia.

Depois de castigado o vício e premiada a virtude, o Chagas acompanhou, a certa distância, o casal, até o Largo de São Francisco e, apesar de tímido, teve a coragem de sentar ao lado da senhora.

Dali até São Cristóvão, como não se pudessem falar, entenderam-se ambos, a principio com os cotovelos e os joelhos, depois com os pés e afinal com as próprias mãos, que se apertaram furtivamente, quando, nas alturas do canal do Mangue, o marido deixou de fazer considerações críticas sobre o dramalhão que ouvira, e começou a cochilar, como todos os maridos confiantes.

Alguns metros antes de chegar ao domicílio conjugal, ela preveniu o Chagas com uma joelhada mais enérgica e, voltando-se para o sonolento, disse-lhe:

– Acorda, Barroso, que estamos quase!

Apearam-se, e o Chagas tomou nota do número da casa.
***
No dia seguinte, o ditoso mancebo colheu todas as informações desejáveis. O Barroso era um honrado negociante, estabelecido perto do Mercado; saía de casa às seis da manhã e só voltava à noitinha – o que facilitou ao Chagas os meios de escrever a Clorinda, que assim se chamava a bela.

Pediu-se uma entrevista, e escusado é dizer que ela não opôs a esse pedido a menor resistência; exigiu apenas, depois do primeiro encontro, que os outros se efetuassem longe do bairro, e que o Chagas a esperasse no campo de São Cristóvão dentro de um carro fechado. Este os transportaria para um retiro longínquo e discreto.

O venturoso amante em pouco tempo se convenceu de que as mulheres mais caras são justamente as que se dão de graça. Os seus magros cobres de amanuense não chegavam 
para aquele carro escandalosamente misterioso e para o hotel com duas entradas, onde se escondiam aqueles amores ignóbeis. O pobre rapaz recorreu ao prego e ao usurário: encalacrou-se deveras.

Demais, o namoro estragou o funcionário. Como estivesse profundamente impressionado por Clorinda, e não pensasse noutra coisa que não fosse ela, e só ela, amanuense começou a meter os pés pelas mãos, errando os trabalhos mais insignificantes que lhe confiavam, tornando-se incapaz até de extrair uma simples cópia.

Junte-se a isto a circunstância de faltar pelo menos uma vez por semana repartição – nos dias em que, metido no carro, suando por todos os poros, trêmulo de impaciência e com o coração aos saltos, esperava que ela entrasse também, para voarem ambos ao miserável ninho das suas poucas-vergonhas.

Algumas vezes Clorinda faltava à entrevista, porque uma circunstância qualquer a impedia de sair de casa. Nessas ocasiões o Chagas passava por tormentos incríveis.

– Ainda nada, ó Maciel? – perguntava de vez em quando ao cocheiro, sempre o mesmo, que o servia naquelas arriscadas aventuras, homem já maduro, pai de filhos, e tão discreto que não encarava Clorinda quando esta apontava ao longe e vinha na direção do carro, protegida pela sombrinha e pelo véu, arregaçando a saia com muita elegância, e apressando os passinhos miúdos, lépida, saltitante como se houvesse saído de casa para boa coisa.

– Nada!

Mas, desde que a via, o cocheiro voltava-se para o Chagas e o avisava:

– Agora!

E o Chagas esperava-a com a portinhola entreaberta.

Um dia Clorinda deu-lhe uma notícia desagradável: o marido tinha mandado colocar em casa um aparelho telefônico.

– É um perigo – observou ela – mas por outro lado é bom, porque posso falar-te quando estiveres na secretaria. Vocês têm lá telefone?

– Naturalmente.
***

Poucos dias depois, estava o Chagas, sentado à sua mesa de amanuense, copiando pela terceira vez um aviso, quando se aproximou dele um contínuo e lhe disse:

– O sr. ministro chama-o.

– A mim?!

– Sim, senhor.

– Ora essa! Você não está enganado?…

– Não, senhor. S. Exª me perguntou: – Há aqui na casa algum empregado chamado Chagas? – Respondi-lhe que sim, ele disse-me: – Pois vá chamá-lo. 

– Que diabo será? – perguntou o amanuense aos seus botões. 

E foi para o gabinete do ministro.

Tremia que nem varas verdes.

O conselheiro, homem enfatuado e rebarbativo, estava sentado à secretária, com as barbas metidas numa papelada que o absorvia.

– Estou às ordens de V. Exª – gaguejou o Chagas.

Não teve resposta.

Dois minutos depois, repetiu:

– Estou às ordens de V. Exª.

S. Exª, sem se dignar erguer os olhos, perguntou em tom áspero: 

– É o sr. Chagas?

– Sim, senhor.

– Estão o chamando no telefone.

E, sempre de olhos baixos, e carrancudo, apontou para o telefone, que ficava a alguns passos de distância, e fazia ouvir o seu impertinente e desrespeitoso tiin-tiin-tiin.

O Chagas sentiu faltar-lhe o chão debaixo dos pés; entretanto, conseguiu aproximar-se do aparelho, e dizer engasgado pela comoção:

– Alô! Alô!

– Quem fala?

– É o amanuense Chagas.

– Ah! Bom! Sou eu, a tua Clorinda. Quem foi o sujeito que falou antes de ti? É um malcriado! Então? Não respondes?

– Não sei.

– Ele disse que era o ministro.

– Era. Que deseja a senhora?

– Por que me tratas por senhora?

– Não posso dizer neste momento!

– Por quê?

– Por… por nada… estou muito ocupado… a ocasião é imprópria.

– Já não me amas?

– Sim!

– Como sim? Já não me amas?

– Não… isto é, não posso… Diga o que deseja.

– Estás zangado comigo?

– Não.

– Então dize: não estou zangado e amo-te!

– Isso não posso. Depois explicarei por quê.

– Não vás amanhã: o Barroso faz anos e janta em casa… eu não me lembrava… mas dize ao menos que ainda me amas!

– Não posso agora.

– Por quê?

– Depois saberá.

O ministro, sem levantar os olhos da papelada:

– Veja se acaba com isso, meu caro senhor; quero trabalhar!

O Chagas estremeceu, largou das mãos o telefone, que ficou pendurado, e saiu do gabinete fazendo muitas mesuras.

O conselheiro ergueu-se para desligar o aparelho, mas levou o fone ao ouvido e ainda ouviu:

– Que modos são esses? Nunca me trataste assim! Já não me amas! E eu que por tua causa enganei o meu pobre marido! Está tudo acabado entre nós!…

– Tenha juízo, senhora! – bradou o ministro com a sua bela voz parlamentar.

E desligou o aparelho, sem suspeitar que ao mesmo tempo desligava dois amantes.

Fonte:
Flávio Moreira da Costa (org.). Os 100 Melhores Contos de Humor da Literatura Universal. 5.ed. RJ: Ediouro, 2001.

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Eliana Jimenez (Haicais de Primavera)

Primavera em Camboriu (Arthur Moser/RBS)

Banhista ressurge
na pressa de ser feliz.
Sol de primavera.
Bem-te-vis em pares
preparam ninhos nos postes.
Em alta tensão.
Chega a primavera.
Em pleno alvoroço, os pássaros
revoam a vida.

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Evaldo da Veiga (Amor, o Canto e o Luar)

Amo bem porque amo o canto
O canto de dizer e o canto de ficar
Canto para o silêncio, outras vezes
Canto meu canto de ficar; canto ainda
Em uma espera de amor sem fim
A espera que gosto de esperar

Ainda bem que gosto do sol e da lua
Do vento que acaricia as ondas do mar
Da chuva que faz carinho e sacia minha sede
Gosto de tudo porque gosto de gostar
Se a lua não vem me acompanham as estrelas
E com elas faço amor de ficar e namorar
Não sou um inconseqüente qualquer, não
Por que amo um tanto de amor sem pecar

Simplesmente sou do amor, somente
E com exclusividade tão plena
Que sem amor aqui vou pra li e lá…
E faço ziguezague até encontrar

Ás vezes também não encontro a lua
Que para brincar se esconde entre nuvens
E lá no alto, bem no alto tenho as estrelas
Para me consolar, bem namorar e amar
Contemplo o céu pensativo
As estrelas serenas e a lua fugidia
Que sublime meu Deus, quero amar
Saudade está chegando, tona ao luar
Tal película, um inambu a voar
Estou no meu ânimo, fico silente
Quero ouvir um nome entre as estrelas
Não terei o que pensar e nem duvidar
Somente o som amor quero escutar

Fonte:
O Autor

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Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 678)

Uma Trova de Ademar  

Perdão, palavra bonita 
que se pede, que se implora; 
palavra que é muito dita… 
Mas, só da boca pra fora! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Naquele encontro fatal, 
ao olhar nos olhos teus, 
tive a certeza afinal: 
não era encontro, era adeus! 
–Sônia Sobreira/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

Primavera é a natureza 
se revestindo de cores, 
multiplicando a beleza 
nos sonhos dos trovadores. 
–Joamir Medeiros/RN– 

Uma Trova Premiada  

2009  –  Nova Friburgo/RJ 
Tema  –  SAUDADE  –  M/H 

Ó Saudade, hoje me provas
que és a melhor das amigas,
porque fazes sempre novas
minhas saudades antigas…
–Ercy Maria M. de Faria/SP– 

…E Suas Trovas Ficaram  

Primavera… Vai-se o estio,
chega o outono. Solitário,
assisto ao cair sombrio
das folhas do calendário…
–Orlando Brito/MA– 

U m a P o e s i a  

Fui atrás da estrela guia 
que brilhava sobre o monte, 
já no entardecer da vida 
buscando a paz do horizonte… 
Na cascata da colina, 
bebi da paz tão divina 
que derramava da fonte! 
–Prof. Garcia/RN– 

Soneto do Dia  

A SEMENTE. 
–Sônia Sobreira/RJ–

Não vou plantar semente que me afaste
da luz perene e clara do luar,
nem vou deixar que a mágoa me desgaste,
ou que me faça em pedras tropeçar.

Não vou deixar que a solidão me arraste
nas tramas de uma história secular,
nem que uma dor no coração se engaste
e esta semente venha a germinar.

Eu vou plantar sementes de alegria
flores vermelhas, rimas de poesia
colher nas mãos um sonho que brotou.

Vou ser poeta e em minha estrada infinda,
mostrar que posso ser feliz ainda
e nunca mais serei o que hoje sou!

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Alcéa Romano, Désio Cafiero, Clevane Pessoa e Norália de Mello Castro (Lançamento de Livros dia 29 de setembro)

Alcéa Romano – Mineira de Morro do Ferro / MG, morou em Oliveira e aos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte. Trabalhou na área de comunicação, em agência de publicidade, empresas, rádio e televisão. Formada em Comunicação Visual e Gestão de Pessoas. 
Os poemas de Alcéa Romano falam de uma pureza deixada de lado. Sua poiesis resgata a inocência do desejo leal, deixando-nos surpresos a voar com seu homem de asas, anjo ou ser comum com quem nos identificamos. Alcéa Romano está no meio do “redemoinho” de Guimarães Rosa, a movimentar palavras sem medo de vibrar, de verter Vida. A poeta tinge de cor profunda os estágios o(vários) da mulher em busca – indo da criança à adulta fase por meio de aliterações e expressões prazerosas, plenas do necessário encantamento, a pincelar de ternura o existir.“ 
(Rogério Zola Santiago, Mestre em Crítica pela Indiana University, USA) 
Contato: alcearomano@gmail.com> 
Désio Cafiero – Désio Cafiero Filho, reside em Raposos, grande BH, também região das minas. É fiscal e Consultor Ambiental . Publicou textos na Estalo, a Revista e ” Garimpando Emoções… É inspirado nessa região minerária em que vivemos. Mas, trata-se do bom garimpo: ao invés de degradar o solo, a água e a vegetação; massageia a alma, o ego, o coração…” 
o poeta, apaixonado,não fica pejado de colocar a nu sentimentos atonados, conforme faz nesses belíssimos versos:”Vã ilusão, malgrado sonho/ até quando deverei perder-me nos descaminhos/sangrar os pés, sufocar anseios/resgatar pesados ônus de um passado, talvez?”….(Clevane Pessoa) 
Contato: desiocaf@yahoo.com.br 
Clevane Pessoa – Clevane Pessoa de Araújo Lopes, escritora e poeta, psicóloga e desenhista, lança seus dois mais recentes livros, Centaura (Editora Pragtmatha-RS) e Lírios sem Delírios (Editora aBrace, Montevidéu/Uruguai) . Premiada no Brasil e no Exterior, iniciou-se na Literatura nos Anos 60, em Juiz de Fora, onde militou na imprensa. Transita livremente por todos os gêneros literários. A autora possui vinte e dois e-books, participa de mais de cem antologias e coletâneas, nacionais e estrangeiras, por premiação, cooperativismo ou a convite. Também é co-autora do compêndio “Adolescência, Aspectos Clínicos e Psicossociais”, dos Drs Maria da Conceição de Oliveira e Ronald Pagnocelli (Editora ArtMed-Porto Alegre, RS ) nos capítulos de Homossexualidade e Sexualidade na Adolescência. Escreve e desenha desde a infância. A capa de Centaura traz desenho de seu filho Allez Pessoa .Vem prefaciando , posfaciando e escrevendo orelhas de vários livros, bem como sendo membro de júri em concursos literários. Resume assim sua trajetória: “Vim ao mundo dizer coisas/ /muito mais do que fazer./Mas como faço!…” No momento trabalha em dois livros: um de entrevistas e outro, romance que vem burilando há algum tempo. 
Contato: hana.haruko2@gmail.com 
Norália de Mello Castro – Mineira de Belo Horizonte, reside atualmente na cidade de Brumadinho/MG, é assistente social aposentada e sempre gostou de escrever e engavetar seus textos até publicar o primeiro Livro, “Rede de Pescador”, prêmio do Clube do Livro de 1987. Isto foi um grande estímulo para que outros livros fossem publicados como “Passos da Eternidade” e outros contos, (prêmio Gralha Azul de Curitiba em 1987); “Fios de Prata”, ou a história do Medalhão Azul, romance, menção honrosa no concurso Cidade de Belo Horizonte 1988; “Apenas Viva” (contos e crônicas/ Scortesse/REBRA (2010); participação na antologia Novos Contistas Mineiros, de 1988, antologia Show de Talentos em Prosa e Verso, (REBRA de 2010). É associada da Rede de Escritoras Brasileiras – REBRA desde 2009, e colabora com a revista VARAL DO BRASIL, de Genebra, e participou da antologia Varal Antológico 2 (2012).Prêmio da ABRAMES/RJ – 2011, 1º em conto e 2º em poesia. No prelo tem MOVIMENTOS, poesias. Em elaboração, seu quarto romance. Agora lança o romance “Realidade e Sonhos”, com algumas ilustrações em desenho a nanquim, da artista plástica Iara Abreu . 
Contato: namello@yahoo.com.b 
Fonte:
Clevane Pessoa. 

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Cecy Barbosa Campos (Poemas sobre a Primavera)

Primavera em Juiz de Fora/MG
INVASÃO 
( 2011- chegou às 2h da manhã ) 

A primavera chegou de madrugada 
e entrou pela janela do meu quarto 
vestida de prateado. 
Enluarando a minha cama 
cobriu o meu corpo insone 
e anestesiou os meus sentidos. 

2012 – chegou antes de meio-dia 

CHEGADA

A primavera chegou
ao final da manhã
sem alarde, discretamente
vestida de cinza.
Esperançosa, aguarda o domingo
com flores que se abrirão
em sorrisos azuis
à luz do sol.

PRIMAVERA EM MIM

Começou a primavera, 
nasceu ontem, é bebê, 
insegura e fragil 
ainda não teve coragem 
de se despir de núvens 
e mostrar o azul. 
Mesmo assim, algo muda 
comemorando o sábado o inverno que existe em mim 
transformado por uma profusão 
de flores e cores. 
De bem com o mundo 
já consigo ouvir 
sua manifestação triunfal, 
com o acorde dos pássaros 
em saudação inaugural.

Fonte:
A Autora

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