Arquivo da categoria: Trova
Acruche Collection – Trova 10
Arquivado em São Francisco de Itabapoana, Trova, Trovas
Acruche Collection – Trova 9
Arquivado em São Francisco de Itabapoana, Trova, Trovas
Acruche Collection – Trova 8
Arquivado em São Francisco de Itabapoana, Trova, Trovas
Acruche Collection – Trova 2
Arquivado em São Francisco de Itabapoana, Trova, Trovas
Trova 242 – Wagner Marques Lopes (MG)
Montagem da trova com animação por José Feldman, com imagem obtida em ciencias.seed.pr.gov.br, enviada pelo trovador.
Arquivado em Minas Gerais, Pedro Leopoldo, Trova, Trovas
Trova 239 – Rosa Regis (RN)
Arquivado em Natal, Rio Grande do Norte, Trova, Trovas
Trova 237 – Francisco Macedo / RN (Paz)
Arquivado em Rio Grande do Norte, Trova, Trovas
Ademar Macedo (O Vírus da Poesia)
meu mundo, meu universo;
um mar de sabedoria
onde eu vivo submerso;
é minha alimentação,
é meu sustento, é meu pão
feito de rima e de verso…
A partir da madrugada
é esse o meu dia a dia:
já de caneta na mão
recebo uma epifania,
cuja manifestação
é trazer-me inspiração
pra eu fazer minha poesia…
A poesia é minha luz,
é meu santo e meu altar,
feijão puro com farinha
que eu tenho para almoçar;
ela é minha própria vida
é meu lar, minha guarida
meu sol, meu céu e meu mar!
Ao ver poesias aos montes
nascendo em minha vertente,
tive um “derrame” de rimas
nas veias da minha mente
e um maravilhoso “infarto”
eu tive ao fazer o parto
do derradeiro repente!…
Quero então no meu jazigo,
feito em letras garrafais,
aquela minha poesia
que me deu nome e cartaz;
e escrito, seja onde for:
– eis aqui um trovador
que morreu feliz demais!
Quem carrega, como nós,
o vírus da poesia,
tem no sangue uma plaqueta
que se altera todo dia,
aumentando a quantidade
e pondo mais qualidade
nos versos que a gente cria.
Arquivado em Literatura de Cordel, Rio Grande do Norte, Trova, Trovas
Nilton Manoel (Didática da Trova) Parte 4
A ESTRUTURA POÉTICA DA TROVA
“Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém;
-Sendo quatro versos breves
como a trova nos faz bem”.
(Luiz Otávio)
Nos dicionários, ainda, a antiga definição de trova:
1.Composição lírica ligeira e mais ou menos popular. 2. Quadra de tom popular.TROVADOR:-Designação dos poetas líricos dos séculos XII e XIII, do sul da França, especialmente da Provença.2. Designação dos poetas líricos portugueses que, nos últimos séculos da Idade Média, seguiam o estilo dos poetas provençais.3. Aquele que trova;poeta (1). 4. Poeta medieval; menestrel. (FERREIRA, 2001,p.690).
Como nas trovas apresentadas no capítulo I, todas têm a mesma forma, ou seja, a definição literária “composição poética de quatro versos com sete sílabas, rimando pelo menos o segundo com o quarto e tendo sentido completo”. A definição está em Meus Irmãos, os Trovadores, de Luiz Otávio, pág. 12, Vecchi,1956, considerado como o início do Movimento Literário de Trovadores. A trova é síntese; é um micro-poema que encanta tanto que, o trovador, com arte transforma célebres sonetos (dois quartetos e dois tercetos) em uma “quadrinha” apenas. Em Língua e Literatura-Luso Brasileira, Delson Gonçalves Ferreira, afirma;
“Djalma de Andrade escreve:
“Carlos Góis, grande professor de português que aqui viveu cerca de trinta anos,era, com muita razão,admirado e querido. (…) Quando colecionava cantigas populares para seu livro de mil trovas, acreditava que o “Mal Secreto” de Raimundo Correia fora inspirado na seguinte quadra sertaneja:
“De muita gente que existe
E que julgamos tão ditosa,
Toda ventura consiste
Em parecer venturosa”. (*)
Engano do mestre. A trova não é popular. Medeiros e Albuquerque a compôs, entre outras, quando quis sintetizar em poucos versos os sonetos de célebres poetas brasileiros.” ( Estado de Minas 5 – 6- 1959 ). (*) No rodapé da página, encontramos; 10 – C.Góis – Mil quadras populares brasileiras- RJ.1916.
Sonetos inesquecíveis são reduzidos a 28 sílabas de uma Trova.
Há quem me julgue perdido,
porque ando a ouvir estrelas…
Só quem ama tem ouvido
para ouvi-las e entendê-las.
Apresentamos aqui, o soneto XIII, de Olavo Bilac: Ouvir Estrelas, para que possamos verificar em cada verso, três sílabas a mais do que os setissilábicos da Trova. Este tipo de poema é composto de duas quadras e dois tercetos. Temos os sonetos heróicos com dez sílabas poéticas e os alexandrinos com doze sílabas poéticas. O soneto e a trova têm história secular. Na feitura, o poeta, precisa cuidar do entrelaçamento dos versos para fortalecer a oralidade da mensagem.
OUVIR ESTRELAS
Ora (direis)ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! ” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las. Muita vez desperto
Abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do Sol, saudoso e em pranto
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora:” Tresloucado amigo
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?
E eu vos direi: Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Nos concursos literários em geral, exigem-se rimas ABAB, ao estilo deste feliz achado de Adelmar Tavares
Que linda trova perfeita,
que nos dá tanto prazer;
-Tão fácil depois de feita.
-Tão difícil de fazer!
Sentimos na mensagem que a produção literária requer cuidados especiais de “ corpo (forma) e alma (fundo)”. Isto lembra Olavo Bilac em “Profissão de Fé”:
Quero que a estrofe cristalina,
dobrada ao jeito
do ourives, saia da oficina
sem um defeito.
Alguns trovadores, por vezes, descontentes com o produto final de seus textos, como justificativa, usam da mensagem de Somerset Maughan: “ eu não escrevo como quero; escrevo como posso”. (LOUREIRO, p.17,1976)
continua
Fonte:
Nilton Manoel. A Didática da Trova. Batatais, 2008.
Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Quatro em Um) n. 8
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis – Cidade Poema
Você é fogo, a chama mais ardente,
Semente a germinar em pleno cio,
É luz que o sol espalha suavemente,
É toque de prazer, é arrepio…
É água cristalina da nascente
Que corre lentamente para o rio,
Paixão que vem assim, tão de repente,
Deixando o coração por quase um fio.
Você é o meu passado mais presente…
Calor a me aquecer durante o frio,
Loucura que enlouquece loucamente!
Você é como um sonho inocente,
É brisa mansa em manhã de estio
E muitas vezes temporal fremente!
Luz
Diamantino Ferreira
Como caminha um cego e de bengala
apalpa seu trajeto, a não cair,
arrasto-me na vida e nem se fala
de quantos tombos mais estão por vir;
apesar do infortúnio, é prosseguir
e na estrada da vida, qual na sala,
palmilhar como sempre; e no provir
eu não perca a esperança de encontrá-la!
Nasci feliz, a luz dentro dos olhos;
mas cresci, tropeçando nos escolhos,
chegados tão somente por te amar!
Perdida a vista, mas… Pior castigo:
nem a esperança de trazer comigo
o sonho de voltar a te enxergar!
Poema extraído da IX Antologia Internacional Palavras no 3º Miênio
Você nunca está só
Olegário Mariano
1889 1958
Você nunca está só. Sempre a seu lado
Há um pouquinho de mim pairando no ar.
Você bem sabe: o pensamento é alado…
Voa como uma abelha sem parar.
Veja: caiu a tarde transparente.
A luz do dia se esvaiu… Morreu.
Uma sombra alongou-se a seus pés mansamente…
Esta sombra sou eu.
O vento ao pôr do sol, num balanço de rede,
Agita o ramo e o ramo um traço descreu.
Este gesto do ramo na parede
Não é do ramo: é meu.
Se uma fonte a correr, chora de mágoa
No silêncio da mata, esquecida de nós,
Preste bem atenção nesta cantiga da água:
A voz da fonte é a minha voz.
Se no momento em que a saudade se insinua
Você nos olhos uma gota pressentir,
Esta lágrima, juro, não é sua…
Foi dos meus olhos que caiu…
Trova
Eu sempre quis numa trova,
provar tudo quanto fiz;
mas nunca passei na prova
nem fiz a trova que quis!
Professor Garcia
Fonte:
A. M. A. Sardenberg
Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Poesia, Soneto e Trova) v. 6
Nilton Manoel (Pioneirismo Estudantil em Jogos Florais do Estudante em Ribeirão Preto)
Arquivado em Sopa de Letras, Trova