Academia Paranaense de Letras

Histórico

A Academia Paranaense de Letras foi fundada em Curitiba, em 26 de setembro de 1936, sucedendo a antiga Academia de Letras do Paraná, criada em 1922 e dissolvida por motivos políticos. A recriação de uma entidade cultural representativa da cultura do Estado, deu-se por estímulo e influência da Academia Carioca de Letras e da Federação das Academias de Letras do Brasil. Exerceu a liderança, nesse propósito, o Professor Dr. Ulysses Vieira que reagrupou intelectuais dispostos a resgatar os valores acadêmicos dispersos por força das velhas dissidências.

Da extinta Academia de Letras, alinharam-se na promoção da nova instituição nascente, figuras de relevo, tais como Dom Alberto José Gonçalves, João Cândido, Sebastião Paraná, Dario Velozzo, Santa Rita, Leônidas Loyola, Pamphilo d’Assupção, Silveira Neto, Tasso da Silveira, Andrade Muricy, Leôncio Correia, Lacerda Pinto, Azevedo Macedo e Romario Martins.

As cadeiras restantes foram ocupadas por outros intelectuais, totalizando quarenta.

A primeira diretoria foi constituída de:

– Presidente: Ulysses Falcão Vieira
– Vice-Presidente: Francisco Leite
– Secretário Geral: De Sá Barreto
– 1° Secretário: Benedito Nicolau dos Santos
– 2° Secretário: Ciro Silva
– Tesoureiro: Pereira de Macedo
– Bibliotecário: Valfrido Piloto

O distintivo da Academia foi criado e desenhado por Pamphilo d’Assumpção.
Ficou decidido que o traje obrigatório seria a casaca, a ser usada nas sessões públicas e solenes.
De Sá Barreto elaborou o Regimento Interno, baseado no da Academia Carioca.
Ulysses Vieira manteve-se na Presidência até 1942, sendo sucedido por Oscar Martins Gomes. É eleito, em seguida, De Sá Barreto, até 1957. Volta á Presidência, Oscar Martins Gomes, cujo mandato expirou em 1966. Na sucessão, assume Osvaldo Piloto até 1970. Eleito Vasco Taborda Riba, este exerceu o mandato mais longo, de 1970 a 1990.
Convocadas eleições, assumiu Felício Raitani Neto, com mandato até 1992.
Sucedeu-o Valfrido Piloto, o decano dos acadêmicos, permanecendo até 1994, quando foi eleito Túlio Vargas.
Túlio manteve-se na presidência até falecer, em 27 de março de 2008. Em seguida, conforme exigência do Estatuto, foi convocada eleição para o preenchimento do cargo de presidente, sendo eleito Lauro Grein Filho, com mandato até dezembro de 2008. Para a vice-presidência, até então ocupada por atual presidente, foi eleito Valério Hoerner Júnior.

Fatos

– É a partir de 13 de maio de 1936, através do 1º Congresso Nacional das Academias de Letras e Sociedades de Cultura Literária que é aprovada a fundação da Federação das Academias de Letras do Brasil, com sede no Rio Janeiro, para organizar, defender e incentivar a produção literária no país. Foi com a Federação que teve início o planejamento da APL.

– Foi em reunião no dia 26 de setembro de 1936, no anfiteatro da Escola Normal Secundária, à rua Emiliano Perneta, sob a direção provisória de Ulisses Vieira, foi fundada a APL, numa fusão do Centro de Letras do Paraná e Academia de Letras do Paraná, que funcionavam sem uma organização para os padrões da época. No ato da fundação da APL foram aclamados 16 associados, todos pertencentes à antiga Academia de Letras do Paraná: dom Alberto Gonçalves, Andrade Murici, Azevedo Macedo, Dario Veloso, Dídio Costa, Francisco Leite, João Cândido, Lacerda Pinto, Leôncio Correia, Leônidas de Loiola, Pânfilo d’ Assunção, Romário Martins, Santa Rita, Sebastião Paraná, Serafim França, Silveira Neto e Tasso da Silveira.

– No dia 13 de março de 1937, em reunião no salão nobre da Universidade do Paraná, as demais cadeiras, 26 das quarenta existentes, foram preenchidas com os seguintes membros: Alceu Chichorro, Ângelo Guarinello, Balão Júnior, Benedito Nicolau dos Santos, Ciro Silva, Davi Carneiro, Euclides Bandeira, Flávio Guimarães, Francisco Negrão, Heitor Stockler, Helvídio Silva, Hugo Simas, Idefonso Serro Azul, Laerte Munhoz, Martins Gomes, Pereira de Macedo, Quintiliano Pedroso, Raul Gomes, Rodrigo Júnior, Sá Barreto, Sá Nunes, Ulisses Vieira e Valfrido Piloto. A presidência provisória e a secretaria geral foram ocupadas por Ulisses Vieira e Sá Barreto.

– Ainda neste mesmo ano, no dia 29 de maio, em segunda convocação, foi eleita a primeira diretoria da APL que ficou assim constituída: presidente, Ulisses Vieira; vice-presidente: Francisco Leite; secretário geral: Sá Barreto; primeiro secretário: Benedito Nicolau dos Santos; segundo secretário: Ciro Silva; tesoureiro: Pereira de Macedo; bibliotecário: Valfrido Piloto.

– A primeira sede da APL é o apartamento 101 , no primeiro andar do Palácio Avenida, localizada na travessa da Oliveira Belo. Ulisses Vieira é reeleito para o biênio 1939/1941. São feitas homenagens ao centenário do nascimento de Machado de Assis, patrono e fundador da ABL (Academia Brasileira de Letras). A APL passa a conceder auxílio financeiro para publicação de obras dos acadêmicos. Mesmo com sérios problemas de saúde, Ulisses Vieira é reeleito para mais um biênio, 1941/1943, à frente da APL, tendo novamente Sá Barreto na secretaria-geral.

– A Academia passa a funcionar em nova sede: à rua Monsenhor Celso, 243, no edifício Luis Valente. Nova mudança de endereço, devido a pressões política de 1942: na sede da Sociedade Giuseppe Garibaldi, no Alto de São Francisco. O presidente Ulisses Vieira falece em junho de 1942. Numa proposta de Azevedo Macedo, a presidência da entidade ficaria vaga até o final do mandato, em abril de 1943.

– Findado este prazo, Sá Barreto foi eleito para a quarta diretoria, 1943/1945, mas em julho de 1944 renunciaria ao cargo, assumindo a vaga Martins Gomes, que já ocupava a vice-presidência. Para comemorar o oitavo aniversário da APL, foi realizado requintado almoço de confraternização no Grande Hotel Moderno. No ano seguinte, nova mudança de sede para a rua Doutor Murici, Martins Gomes é reeleito para o biênio 1945/1947 e comemora-se o centenário de nascimento de Eusébio da Mota.

– Em 1966, Osvaldo Piloto é eleito para a presidência e a APL ganha nova revitalização, após vinte anos de marasmo. As reuniões passam a acontecer no Instituto Histórico. O acadêmico Raul Gomes se rebela pelo fato da não inclusão de Helena Kolody e Graciete Salmon nos quadros da entidade. Vasco Taborda Ribas, assume a presidência da APL em 1970 e até 1990, comanda os destinos da entidade aos trancos e barrancos. Em 30 de outubro de 1990, Felício Raitani Neto é eleito e busca revolucionar a entidade com a decisão de vários fatores que visariam o fortalecimento da mesma. O humanista Valfrido Piloto assume a presidência da APL no biênio 1992/1994 e faz convênios com organismos do Estado.

– Em 29 de novembro de 1994, assume Túlio Vargas, e passa a dar nova dinâmica e postura a entidade, inclusive incentivando a abertura de novas academias pelo interior do estado.

– A cronista e memorialista Flora Camargo Munhoz da Rocha é a nova integrante da Academia Paranaense de Letras, após vencer a poeta e musicista Kathleen Muller por ampla maioria, em eleição realizada. Autora de 11 livros, Flora é filha, nora e viúva de ex-governadores, respectivamente Affonso Camargo, Caetano Munhoz da Rocha e Bento Munhoz da Rocha Netto. Este último também foi acadêmico, ocupando a Cadeira nº 25 da APL. Nascida em Curitiba, a nova ocupante da Cadeira nº 10 foi cronista de diversas publicações, inclusive da revista O Cruzeiro. Durante muitos anos também manteve uma coluna na Gazeta do Povo. A posse de Flora Munhoz da Rocha está prevista para o próximo mês de setembro.

Brasão

Criação artística de João Pamphilo d’Assumpção, fundador da cadeira nº7. Leitura heráldica de Ernani Costa Straube, da cadeira nº12. Escudo oval, trazendo em campo azul, a representação de uma pena de prata em pala, com o raque terminando superiormente em galhadas de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), em verde, acompanhada, à sinistra da constelação do Cruzeiro do Sul, em prata. A pena suplanta a ponta do escudo, cujo cálamo se superpõe a uma faixa azul com a expressão “Semper Excelsior” em prata, ficando tudo sobre a representação de um livro aberto, de prata, bordado de preto, com marcador de azul. Bordadura de azul, carregada de pérolas de prata. Como timbre, a representação de uma máscara indígena, sainte, em prata e azul. Lambrequim constituído de ramos e frutos de pinheiro-do-paraná, nas cores naturais, cruzantes na ponta e sobre o livro e cálamo. O brasão é circundado na metade superior pela expressão: “Academia Paranaense de Letras”, em preto.

Acadêmicos
A seguir encontra-se a lista dos membros da Academia Paranaense de Letras.
Cadeira Atual ocupante
1 Vaga
2 Ernani Lopes Buchmann
3 René Ariel Dotti
4 Eduardo Rocha Virmond
5 Leopoldo Scherner
6 Oriovisto Guimarães
7 Marino Bueno Brandão Braga
8 Rafael Valdomiro Greca de Macedo
9 Ário Taborda Dergint
10 Flora Munhoz da Rocha
11 João Manuel Simões
12 Ernani Costa Straube
13 Rui Cavallin Pinto
14 José Carlos Veiga Lopes
15 Adélia Maria Woellner
16 Alceo Ariosto Bocchino
17 Clemente Ivo Juliatto
18 Francisco da Cunha Pereira Filho
19 Carlos Alberto Sanches
20 Luiz Geraldo Mazza
21 Albino de Brito Freire
22 Metry Bacila
23 Vaga
24 Chloris Casagrande Justen
25 Ruy Noronha Miranda
26 Léo de Almeida Neves
27 Noel Nascimento
28 Belmiro Valverde Jobim Castor
29 Leonilda Hilgenberg Justus
30 Adherbal Fortes de Sá Jr.
31 Lauro Grein Filho
32 José Wanderlei Resende
33 Edilberto Trevisan
34 Antônio Celso Mendes
35 Moysés Goldstein Paciornik
36 Apollo Taborda França
37 Hellê Vellozo Fernandes
38 Carlos Roberto Antunes dos Santos
39 Francisco Filipak
40 Valério Hoerner Júnior

Academia Paranaense de Letras
Rua Professor Fernando Moreira, 370
Tel. (41) 3222-7731
CEP 80410-120 Curitiba – PR

Fonte:
http://www.academiaprletras.kit.net/

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